domingo, 31 de março de 2013

OGUM BEIRA-MAR


Bem irmãos, neste mês de Abril, que é consagrado a Ogum, falaremos da alguns falangeiros deste Orixá, como já disse falangeiro é aquele espirito que está somente abaixo do Orixá, ele comanda as legiões de espíritos que se afinizam na vibração do Orixá que os governa.

Ogum tam alguns falangeiros be conhecidos, mas ouso falar que o mais conhecido é aquele que dá nome a postagem de hoje.

Ogum Beira-Mar, talvez seja o mais conhecido, pois muitos trabalham com as entidades desta falange, um motivo é que todos filhos de Ogum tem uma ligação direta com Iemanjá e a entidade que faz a ligação entre Ogum e Iemanjá, é Seu Beira-Mar.

Esta entidade toma conta das praias, onde há a arrebentação das ondas, é ele que encaminha os pedidos feitas a mãe Iemanjá, pois como bem sabemos Ogum mora no mar e é lá que Seu Beira-Mar trabalha.

Quando está em terra as entidades desta linha são sempre retas, com uma postura bem verticas de peito inflado, alguns usam capas encarnadas, e preferem armaduras prateadas, diferente de outras entidades que usam dourado. Sua cor vibratória é o Vermelho, ams aceitam muito bem o Azul Claro, pois é sua cor de atuação.

Como disse ele trabalha bem na beira, onde ele entrega os pedidos a Ogum Sete-Ondas que é um subordinado dele, depois esses pedidos são levados a Iemanjá.

Ogum Beira-Mar, comanda muitas falanges como po exemplo: Ogum Sete-Ondas, Ogum Sete-Mares, Ogum Marinho entre outros.

Ponto de Ogum Beira-Mar

Pai Ogum Beira-Mar
O que trouxes do mar
Pai Ogum Beira-Mar

O que trouxes do mar
Quando ele vem, beirando a areia
Vem trazendo no braço direito
o Rosário da Mamãe Sereia



Que Oxalá nos abençoe sempre

sábado, 30 de março de 2013

Exú Tranca Ruas das Almas


Antes de mais nada queremos contar por que o nome que este chefe de falange tem o nome de Tranca-Ruas.

Disse ele: "na rua vive o homem sem lar; na rua vive o bêbado; a rua é o escritório do ladrão; na rua existe a droga e o vício; na rua está o desamparado; na rua vive a meretriz; na rua anda o desesperado; a rua é habitada por todos os marginais. Eu tranco toda esta infelicidade."
É alto, forte, veste uma camisa de seda branca, calças pretas, sapatos finos e de verniz, cabelos belíssimos, cacheados e castanhos bem claros, olhos azuis, às vezes cinzas, com os quais costuma encarar as pessoas ou adversários, de forma quase hipnótica.
Sua grande força vem do cemitério, especificamente da cruz das almas.
Seus protegidos têm uma força poderosa ao seu lado.
Tem relação direta com Ogum, razão porque todas as pessoas desta linha são, por ele considerados, seus filhos.
Por ser o Exú o espírito intermediário, ligação entre o mundo espiritual e o material, ele representa o equilíbrio.

Oração a Tranca Ruas
Por Adelaide Scritori
Faço reverência a vós mistério sagrado da criação,
Vós que SOIS a manifestação do divino,
Peço que nesta noite possa se manifestar entre nós,
CONFORME nosso merecimento.
No seu poder, na sua força, e na sua magnitude,
Pelo caminho tripolar que emana de VÓS,
Pelo caminho que só vós conheceis,
Pela força que só a vós pertenceis,
E pelo poder de trancar a VÓS concedido,
Eu peço:
Que as trevas que habitam em mim sejam trancadas,
Que o ódio e o sentimento impuro que emana da minha alma sejam trancados,
Que a falsidade que exala dos meus poros seja trancada,
Que o rancor e a miséria que habitam o meu coração sejam trancados,
Que a dissimulação e a superficialidade que nasce da minha língua sejam trancados,
Que o egoísmo e a maldade que transcendem da minha mente sejam trancados,
Que a palavra torta que sai da minha boca e o pensamento roto que sai da minha cabeça contra o próximo sejam trancados,
Que a capacidade que os meus olhos têm de amaldiçoar e destruir sejam trancados,
E assim, fonte primária da criação, assim que Trancar a tudo isso no seu âmago, pois é na vossa essência que tudo isso se desvitaliza, peço a VÓS que:
Destranque todas as portas do meu caminho,
Destranque todas as passagens da minha jornada,
Destranque toda prosperidade material e espiritual,
Destranque o meu coração das amarguras,
Destranque o meu sustento de cada dia,
Destranque os meus corpos espirituais e o meu corpo material da agonia, do desespero e da aflição que me assolam na calada da noite,
Destranque o meu emprego, o meu negócio e a minha morada material,
Destranque o martírio familiar pelo qual eu tenho passado,
Destranque os meus olhos para as maravilhas do mundo espiritual,
Destranque a minha liberdade!
Pois vós, Força Sagrada do Divino Criador, é o portador supremo da Vitalidade!
Salve o Mistério Tranca-Ruas!!!

terça-feira, 26 de março de 2013

A Linha de Ação e Trabalho dos Baianos

Escrito por Mãe Lurdes de Campos Vieira
Fonte: http://www.seteluzesdivinas.org/index.php?option=com_content&view=article&id=28&Itemid=28 
  


"...Se um espírito missionário iniciou a corrente dos “baianos” é porque na Terra ele havia sido um Babalorixá baiano e continuou a sê-lo no plano espiritual. Ele havia sido um baiano cultuador dos orixás e continuou a sua missão em espírito, iniciando um dos mistérios da religião umbandista, pois só um mistério agrega sob sua égide e sua irradiação, tantos espíritos, com muitos deles só plasmando uma vestimenta baiana e um modo de comunicação peculiar...

São espíritos alegres, brincalhões, descontraídos ... São muito conselheiros, orientadores, aguerridos e chegados à macumba (dança ritual), durante a qual trabalham, enquanto giram com seus passos próprios”. (Rubens Saraceni – Umbanda Sagrada – Madras Ed.)
O arquétipo adotado para a linha de ação e trabalho dos baianos da Umbanda é o culto aos antepassados ou a Egungun, aos tradicionais pais e mães de santo da Bahia, embora manifestem-se pais e mães de santo de todos os recantos do país. Esse arquétipo, segundo Pai Rubens Saraceni, foi criado justamente a partir daqueles que melhor sustentaram e popularizaram o culto aos Orixás no Brasil, ou seja, a figura alegre, curiosa, intrometida e extrovertida dos sacerdotes dos Orixás, com suas rezas, magias, quizilas, feitiços etc. e dos mestres e rezadores nordestinos.
“A Linha dos Baianos é essa linha: a dos heróis anônimos que sustentaram o culto aos Orixás e os semearam primeiro em solo baiano, e posteriormente no resto do Brasil e, com  a Umbanda organizada, os levarão ao mundo”. (Rubens Saraceni – Os Arquétipos da Umbanda – Madras Ed.)

A gira dos baianos é sempre muito animada e essas entidades têm sempre respostas certeiras e rápidas para as nossas questões, para sabermos lidar com as adversidades diárias, com alegria e descontração.

Os baianos e baianas apreciam as festas, com suas comidas e bebidas típicas. São chegados à dança ritual, durante a qual trabalham, enquanto giram com seus passos e danças próprios.

domingo, 24 de março de 2013

LINHA E ARQUÉTIPO DOS BAIANOS


Por Rodrigo Queiroz
Ditado po Zé da Peixeira


Até hoje quando conto isso, sinto o gosto do meu sangue na boca e um brilho a ofuscar minha visão. Olha “bichinho”, é bom você tratar de fazer o melhor possível da sua vida, porque do lado de cá não é paraíso não.
Minha história é assim, eu me achava um cabra macho da peste, num sabe? E um desinfeliz certo dia desrespeitou minha namorada, vixi “bichinho” meu sangue subiu como um tiro pra cabeça, passei a mão no meu facão e pulei no safado, tão cego que estava de ódio não percebi a burrada que me envolvi. Errei meu golpe e este erro facilitou para o safado furar meu bucho com uma peixeira, “bichinho” tu não imagina a dor que é isso, então aconteceu em segundos que minha vida passou na minha frente, engraçado que na ocasião lembrei de coisa que parecia besteira de lembrar, até pensei numa segunda chance do Céu, mas meu bucho tava furado e rasgado, poucos minutos de agonia foi o suficiente para eu não pertencer ao mundo dos vivos, senti um sono e apaguei…
- Vamos Zé, acorda! – um garoto me chamava.
Com um pouco de dor abri os olhos e resmunguei algo ao garoto.
- Zé, ou melhor, José Arantes, você adiantou teu retorno ao lado espiritual da vida!
- “Oxente bichinho”, que besteira é essa?!?
- Tenho que ser objetivo Zé, tu não tem muito tempo, então trate de ser forte e vamos direto ao assunto. – falou firme o garoto.
- Muleque, me explique intonce!
- Zé, tu se envolveu numa briga de faca, por conta de sua “honra”, pensando que “honra” se resolve na faca e…bem… você levou a pior. Seu adversário te pegou de jeito e rasgou seu corpo, agora você está num hospital espiritual e para ser franco faz alguns dias isso.
- Credo “bichinho” que tragédia é essa que me cobre?
- Olha Zé, não fique agora tentando buscar resposta, seja pratico e objetivo, levando em conta que a alguns anos você foi iniciado no Santo e paralelamente participava de reuniões mediúnicas, logo a existência do mundo espiritual e vida eterna pra ti não é novidade, certo?
- Meio certo “bichinho”, pois nunca vi um espírito e imaginar que você é um, já começo a ter coceira…
- (risos) Deixe de brincadeira Zé, temos que nos adiantar!
- “Oxente”, quer dizer então que sou um morto!?!
- Pode dizer que você já não pertence aos encarnados.
- Ainda bem que ninguém morre antes da hora, tudo tem o sentido de ser.
- Não é bem assim Zé, aliás a alguns milênios que as coisas não são mais tão naturais quanto querem acreditar lá na Terra.
- Que quer dizer com isso “bichinho”, que não morri na hora que Deus quis?
- Acaso crê que foi Deus quem criou aquela briga? E que ele queria te matar a facada?
- Pode não ser Deus, mas que tinha dedo de Exu eu garanto, e Exu é de Deus, então ta tudo no céu oras!
- (risos) Se não fosse você soltando esta pérola, não acharia tão engraçado este absurdo.
- Absurdo! Mas quem está de brincadeira é você muleque, minha Mãe de Santo me ensinou estas coisas.
- Olha Zé, esqueça um pouco sobre o que aprendeste, mas posso te adiantar que está equivocado, pois naquela briga só tinha dedo seu, aliás cinco dedos empunharam a foice, faltou habilidade, afinal não era como uma touceira de cana, que é estático, então foi golpeado. Asseguro também que isso é responsabilidade sua, não tem Deus determinando sua fúria nesta hora.
- Mas então tem o meu Orixá que é muito bravo!
- Não Zé, não tem…Mas tudo isso você vai entender. Por ora o importante é saber se você concebe a idéia de estar em outra realidade.
- Entendo, mas preciso saber mais, vou me acostumar.
- Certamente, então me acompanhe, temos um longo caminho.
O que vem a seguir é muitos detalhes impossíveis de colocar aqui, seriam necessárias muitas páginas e este não é o objetivo no momento.
Dali pra frente passei por muitas escolas até que fui convidado a participar de uma falange no Grau Baiano.
De fato vivi no interior da Bahia, minha lida era no canavial e plantações, mergulhado na cultura machista e de pouca instrução, fiz da minha vida algo muito curto, sem emoções ou sentido. Mas ainda assim era muito crédulo, devoto dos Orixás, ainda cedo mamãe me levou num terreiro de Santo e fui iniciado no culto, depois vim a conhecer o Catimbó e outras seitas que misturavam Orixás com espíritos que se comunicavam, eu era médium e gostava muito disto.
Não era capaz de prejudicar ninguém, vivia em paz e adorava o ser humano, só a tal ocasião é que me tirou do eixo, por fim aprendi muito com isso.
Muito se estuda do lado espiritual, tanta coisa que não dá para explicar.
Vou tentar apresentar de forma rápida e simples, como fui iniciado e como se fundamenta a Linha dos Baianos.
Evolutivamente não estamos muito distantes dos irmãos encarnados, mas nem perto dos Caboclos e Pretos Velhos.
Quando um Mestre da Luz que me tutelava revelou-me que eu poderia participar de uma falange de trabalhadores espirituais, que se fundamentava nos Orixás, senti-me muito feliz e logo aceitei. Foi quando fui apresentado a três chefes de falanges que começaram a me ensinar a “magia baiana” e todas as iniciações necessárias para eu ser um trabalhador reconhecido pelos Orixás. Mais interessante é que eu teria a liberdade de usar meus conhecimentos e mandingas que havia aprendido na minha experiência como médium na Terra, claro que com algumas reciclagens e crivado sempre na ajuda ao próximo.
No dia em que fui assumir meu “cargo”, ou seja, receber o nome simbólico e grau, por ironia do destino fui assentado na falange Zé da Peixeira, achei um desafio, jamais esquecerei a ferramenta que me tirou precocemente da carne, tampouco esquecerei o motivo maior, meu descontrole emocional.
Na ocasião conheci centenas de companheiros que na sua última passagem viveram no Rio de Janeiro, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, enfim, tinha brasileiro de toda parte, estranhei, pensei que seria uma linha exclusiva de baianos verdadeiramente baianos. Daí que meu tutor explicou o conceito de Grau e que os Baianos seriam uma nova linha que apareceria nos terreiros em breve, este nome simbólico seria inicialmente uma homenagem ao Brasil, por ser esta religião brasileira e comporia este grau espíritos brasileiros, independente da raça, estado ou cor, teriam o arquétipo baiano que aprenderiam nos treinamentos e estudos. Na Bahia começou o Brasil, e como deveríamos ter um Grau para espíritos intermediários entre Caboclos, Pretos e os encarnados e com identidade nacional então criou-se a Linha dos Baianos que retratam o brasileiro, livre e feliz.
Pai Oxalá junto de Mãe Yansã sustentam esta Linha, ou melhor, sustenta este Grau, mas tem baiano trabalhando sob a vibração de todos os Orixás. Posso dizer que somos a Linha mais eclética e aberta. Muitos confundem-nos com Exu, criam teorias das mais absurdas nessa idéia, mas tudo bem, o tempo lhes ensinará a separar as coisas.
Óia “bichinho”, to agradecido por ler esta minha história, desculpe a brevidade, noutra oportunidade podemos nos aprofundar, mas deixo aqui o axé da Bahia.
Sou Baiano, sou Brasileiro, sou Zé da Peixeira, salve todos Santos da Bahia!
Nota do Autor Físico: “Lá na Bahia não se brinca com Baiano… Quebra coco, arrebenta a sapucaia, quero ver quem pode mais…” Saravá os Baianos. Quando estes chegam ao terreiro é só festa, mas saiba uma festa séria, com sentido e bom senso. Com a alegria e o desprendimento típico baiano, estes mensageiros conseguem desbloquear nossas defesas e nos envolvem em seus trabalhos, conseguindo assim com seu jeitinho o objetivo que é falar ao nosso coração.
Penso que o Sr. Zé da Peixeira já deixou bem claro como se fundamenta a Linha dos Baianos, que não é composta só por baianos, mas sim por brasileiros. Vale reforçar que quando vemos em algumas regiões manifestando gaúchos tomando chimarrão, noutro capixaba etc., ali temos espíritos daquela região usando a forma local para melhor se aproximar dos fiéis, porém estão sustentados pelo Grau Baiano.

Fonte: este texto faz parte da apostila que compõe o material de estudos do curso Arquétipos da Umbanda, desenvolvido e ministrado por Rodrigo Queiroz.
BLOG: http://www.rodrigoqueiroz.blogspot.com/
DICA: Acesse a Rádio Umbanda Sagrada, escute o programa onde me aprofundo no conceito de Grau e Baianos, o link éhttp://www.tvus.com.br/rus.asp

quarta-feira, 20 de março de 2013

A APOMETRIA na Umbanda... ...e a UMBANDA na Apometria.


Fonte :http://umbandaempaz.blogspot.com.br/2012/03/apometria-na-umbanda_22.html

O termo Apometria vem do grego Apo: preposição que significa "além de" Metria: relativo a "medida" - e seu significado está em "medir além". A Apometria é uma técnica de desdobramento e cura dos corpos individuais que compõe o ser, através de pulsos eletromagnéticos. A base e explicação da Apometria está no estudo das Leis de Física Quântica e das Leis Espirituais que regem o Universo. Seu êxito depende da atuação de bons médiuns e bons trabalhadores espirituais, operando em conjunto e harmonia com os diversos planos. A Apometria vai muito além de um simples estalar de dedos e quem trabalha com essa técnica sabe muito bem disso. A Umbanda possui papel fundamental na atuação da Apometria, pois as diversas Linhas podem atuar em todos os Planos: recolhendo, transmutando e curando as energias do paciente. Tudo no Universo é energia e essa energia está em constante movimento e transformação. A Apometria e a Umbanda fazem uso dessas energias durante o processo de cura do atendido.
A Apometria surgiu no Brasil, em Porto Alegre - RS, pelo estudo do Dr. José Lacerda de Azevedo. Ele se baseou nas pesquisas de um psiquiatra porto-riquenho: Dr. Luiz Rodriguez, que desenvolveu uma técnica chamada de hipnometria. O Dr. Lacerda, juntamente com sua esposa Yolanda (médium clarividente) descobriu que essa técnica melhorava muito os pacientes em tratamento. Então, juntos, no ano de 1965, fundaram a primeira Casa Apométrica do Brasil: a "Casa do Jardim". Ela era vinculada ao Hospital Espírita de Porto Alegre até 1987, mas depois tornou-se uma Instituição com sede própria, onde diversos trabalhos passaram a ser desenvolvidos. O Dr. Lacerda deixou livros publicados sobre o assunto e sempre defendeu a importância dos trabalhadores espirituais da Umbanda num bom atendimento apométrico. No site http://www.casadojardim.com.br/ pode-se pesquisar a história completa da Apometria e seus cursos. Um livro muito bom para o inicío do estudo apométrico é "Apometria para Iniciantes" de Patricia Barz e Geraldo Magela Borbagatto.
Todo apômetra deve atuar com responsabilidade dentro da Umbanda e todo umbandista deve trabalhar com consciência na Apometria, pois somos interligados pela Lei Maior do Amor Cósmico Divino.

domingo, 17 de março de 2013

MAGIA NA UMBANDA

Fonte: http://www.cabanarompemato.net/magia_umbanda_44.html


A umbanda é magia: magia não é privilégio de ninguém. Magia é a arte de manipular a natureza criando campos de força. E é exatamente isso que fazem os Guias nos Templos Umbandistas. Juntam elementos para criar, desde um simples patuá, até uma enorme energia positiva para destruir outra da mesma intensidade, criada por espíritos malignos. Magia não tem receituário nem dicionário. Magia é magia. Apenas é lamentável o mau uso do termo magia.
Todas as pessoas que trabalham na Umbanda são pequenos magos. Uns conscientes e outros inconscientes, mas, direta ou indiretamente, praticam a magia. Por ignorância tem gente matando cabritos, comendo carne crua e alguns, pasmem, praticando a magia do sexo, esta a mais burra e inexistente magia. São pessoas desorientadas e pervertidas usando o nome da magia para saciar seus instintos grotescos. Isto nada tem a ver com a verdadeira magia e muito menos com a Umbanda. Os Guias são sábios magiadores do BEM.

Magia do álcool
A cachaça, o vinho, a cerveja e etc..., têm função magística. No plano astral, servem para fins que fogem, na maioria das vezes, completamente à nossa compreensão. Pela volatilidade do álcool, apresenta eterização para desintegrar morbos e campos de forças mais densos. Espírito não vem no terreiro para beber. Um Exu Senhor Tranca Ruas das Almas, inquirido sobre a necessidade do espírito beber respondeu: - “se quisesse beber não viria nos terreiros. Iria freqüentar os bares onde vivem os alcoólatras e lá arranjaria um copo-vivo (ermo usado para aqueles que são dominados por espíritos viciados em bebida).
Aqui vale um ensinamento. No mundo espiritual existe o principio da lei dos semelhantes, ou seja, o semelhante atrai o semelhante. Todo homem embriagado quase sempre está acompanhado de um espírito semelhante. O grande problema é que, como o espírito não pode ingerir a bebida, ele aspira, para sua satisfação, a emanação do álcool, razão pela qual o bêbado (copo-vivo), ingere enormes quantidades de bebida. Uma parte para ele e outra para o espírito. Interessante que esses espíritos protegem o seu doador, bem como nós fazemos com o copo que nos serve para beber água, mas quando não mais lhe serve, abandona a criatura em estado deplorável.

 Magia da fumaça
Todas as religiões do mundo usam a fumaça como depurador das energias. A defumação é sagrada e consagrada pelo mundo inteiro, desde os monges tibetanos até os padres católicos. O turíbulo do Guia é o charuto, o cachimbo ou o cigarro.... Faz parte da cultura indígena e, por extensão, da umbanda. Não devemos confundir a fumaça do charuto com a defumação através de ervas ou bastões cheirosos. Ambos têm funções importantes na religião, mas são usados de forma diferente. Não devemos esquecer os vários tipos de fumaça usadas pelos espíritos. Além do charuto, o cachimbo do preto-velho, o cigarro comum das pombas-gira e alguns exus, também produzem o mesmo efeito.
Aqui cabe a mesma consideração, espíritos guias não fumam. A fumaça que se eteriza é que tem função magística...

Magia do som e do movimento
A música foi feita para as pessoas se amarem. O som mexe nossos sentimentos. E também fazia parte da cultura dos índios. É um mântra. Mas não é só isso. O som repercute no éter. Ele vibra. A fala mansa domina e a fala grosseira irrita. Ele tem um equilíbrio, regulando nossas emoções. Quando ouvimos uma música forte, sentimos força interior. Ficamos mansos e dóceis ao som de uma música suave. Quem não se lembra da suavidade da canção de ninar docemente cantadas por nossas mães? E quem não se lembra dos sustos e medos passados na infância por gritos histéricos de alguém? Imaginem estarmos sentados à beira de um rio, olhos fechados, ouvindo o gostoso barulho da água formando pequenas marolas, ainda premiado com o canto de um sabiá e outros pássaros e uma pequena brisa nos refrescando. É um sentimento ligado ao som e ao movimento. Agora estamos voltando para casa. Os carros em sentido contrário fazendo o ruído na janela, a buzina dos apressados motoristas tentando a ultrapassagem, com o som ligado em volume máximo, tocando um pagode imoral desses conjuntos comerciais ou as barulhentas guitarras dessas bandas histéricas. Nossas emoções, com certeza, serão diferentes.
O movimento tem o mesmo efeito do som. Reparem que um andar seguro, calmo e firme transmite uma personalidade segura. Um andar desordenado e atabalhoado agita as energias em sua volta. Vejam um exército marchando. O garbo dos soldados emociona a todos. Falei do andar. E a dança! Quantos efeitos ela causa. Quando se fala em espiritualidade nosso parâmetro é Jesus Cristo. Jesus era um homem sereno, de andar firme, gestos harmoniosos e voz suave, pausada e clara, o que em absoluto me faz pensar fosse um homem triste. Ao contrário, imagino tenha sido um homem levando sempre um sorriso a todos, mas nunca deve ter dado uma gargalhada. Nas suas caminhadas não devia cansar, pois seus passos deveriam ser firmes e uniformes, sem jamais correr. Se alguém me perguntasse qual o movimento mais equilibrado que pudesse conceber, responderia, sem hesitação: o levantar do braço de Jesus Cristo acompanhado de sua firme voz.
Assim devem ser os Pontos Cantados e as danças na Umbanda. Se os pontos não forem cantados dentro da sua harmonia, com a mentalização sagrada e religiosa de quem vibra mentalmente nas irradiações dos Orixás e Guias, se tornam um amontoado de sons, sem repercussão magística. É necessário que os pontos sejam mântras, cantados com respeito, amor e vibração. Não se trata de formar um coral ou de se fazer uma apresentação vocal. Trata-se de concentração, respeito e amor naquilo que se está fazendo: invocando, louvando e irradiando caritativamente as vibrações sagradas ou Guias de Trabalho da Umbanda.
O mesmo podemos dizer da dança, que deve ser invocatória, harmonizada pelos gestos às vibrações invocadas. Isto acontece na maioria dos ritos religiosos, principalmente no Oriente. Canto e dança no louvor e invocação do sagrado.

Magia da guia
A guia é um elemento de ligação entre o médium e o espírito ou vibração. Imanta-se um campo de força nela centralizado, criando uma eficiente proteção contra eventuais energias negativas.
Ela se torna um pára-raios, ou melhor, um pára-energias. Às vezes ela arrebenta pela atração de energias negativas e forte. Essa pequena guia serve para o médium, como para invocar e atrair energia negativas, num ato de caridade em relação aos outros. Elas devem ser fechadas com duas firmas que concentram a polaridade positiva e negativa. Poderão ter, presas, uma cruz de aço, ou outro emblema ou ponto riscado dado pelo seu Guia, ou Guia da casa em que você trabalha.
A guia deve ser feita de acordo com a vontade do Guia que a solicite. Guia não é colar e, muito menos, enfeite. Existem vários tipos de guias. As guias dos orixás do médium, que são feitas com contas da cor cultuada pelo terreiro. São contas de cristal ou louça, e suas miçangas podem ser distribuídas com bom gosto. Mas jamais exageradas ou grande. Deve ser usada pendurada no pescoço e nunca atravessada no ombro, pois isto é coisa para quem tem cargo e assim é determinado. Atravessar Guia simboliza chefia. As guias podem conter sementes de capiá, também conhecida como lágrimas-de-Nossa-Senhora, outras sementes como coronha (olho-de-boi), bambús, olho de caboclo, conchas e outros elementos marítimos e até penas coloridas, tudo de acordo com a solicitação da entidade, autorização do Templo e conforme a sua origem.
Os pretos-velho, normalmente, são mais simples em suas guias. Gostam de muita simplicidade e preferem a guia inteira de sementes de capiá e poucos elementos.

 Magia do ponto riscado
A sagrada grafia dos orixás serve para identificar o espírito comunicante, para chamar falanges e construir campos de força.
Através do Ponto riscado a Entidade se identifica e cria o campo energético de trabalho da sua vibração. Quando uma Entidade risca o ponto ele exerce uma atividade magística de identificação, para o campo astral, de suas ordens e comandos de trabalho (se identifica), pede licença para trabalhar dentro dessa vibração e mantém o pólo magnetizador que atrai energias pesadas, neutralizando-as e envia energias saudáveis ao consulente.
Os Pontos riscados são também usados na invocação das Vibrações dos Orixás e para a formação das Mandalas magísticas de trabalho em prol da caridade.

Magia do ponteiro
Os antigos magistas já usavam a espada como elemento de grande importância em seus trabalhos de magia. Na verdade a ponta do aço é usada para explodir campos negativos de forças. Quando fincado, ele firma a magia, ou seja, firma o ponto. Todos os espíritos, na umbanda, fazem uso do ponteiro. É difícil identificar suas intenções quando "batem os ponteiros". Mas batem, e batem muito bem.

Magia do Templo Umbandista
O Templo Umbandista é a casa santa dos umbandistas. Nele se concentram todas as energias dos Orixás e Guias. Suas firmezas, o Congá, o Santuário, a Casa dos Exus, o respeito dos freqüentadores.
É o lugar onde cultuamos e desenvolvemos nossa espiritualidade através do emocionante encontro com o mundo dos espíritos, o outro lado da vida, a nossa Aruanda.

Magia da Disciplina e da Hierarquia
Uma pessoa muito culta me disse um dia: "gostei muito da Umbanda. Lá todos são deuses, ou seja, todos têm condição de fazer o milagre." A hierarquia na umbanda é respeitadíssima por todos os participantes. O pai (Babalorixá) dita as regras e a filosofia da casa, os pais e mães-pequenos são seus auxiliares diretos, as Ekédis cuidam da gira e dos médiuns e os ogans cuidam da disciplina e do conjunto de instrumentos usados no terreiro. Sobre a obediência à hierarquia o Caboclo das Sete Encruzilhadas disse: quem não sabe obedecer, jamais poderá mandar. Este conjunto de respeito forma a união e a integridade mágica da casa espiritualista de Umbanda. Sem disciplina rígida e séria uma Casa de Umbanda não prossegue seu trabalho sob os auspícios da Espiritualidade Superior. O que parece, às vezes, exagero do Pai ou Pais e Mães pequenos no sentido da manutenção da disciplina, do respeito ao terreiro e aos Guias, do respeito à hierarquia constituída, da não permissão de fofocas ou conversas fúteis, constitui-se, na verdade, no grande para-raio ou entrave à entrada de espíritos obsessores, zombeteiros, mistificadores que, em nome de uma suposta caridade sentimentalóide e adocicada, atuam criando confusões, brigas, desentendimentos, desânimos e queda da Casa Umbandista. Todo cuidado é pouco. Não importa que agrade ou desagrade. Quem tem o espírito de amor e busca um Templo sério e a verdadeira espiritualidade, que conduz à evolução, compreende, adere. Caso contrário, é melhor que fique de fora da corrente, pois o orgulho, a vaidade e a ignorância são instrumentos nas mãos dos inimigos invisíveis para a produção de parada ou desmoralização de um Grupo Espiritualista.
Diz André Luiz, pelo médium Chico Xavier que : "Caridade sem disciplina é perda de tempo".
A corrente é a grande força do Templo Umbandista. Na verdade, a corrente merece mais cuidados que as paredes e toda a estrutura física do Templo. Tudo gira em torno dela. Se um elo dessa corrente estiver fraco, pode desestruturar todo o trabalho e dar acesso às energias negativas que, muitas vezes, conseguem prejudicar a vida de muitas pessoas ligadas a essa casa espiritual. Devemos sempre lembrar: "Ninguém é tão forte como todos nós juntos".
Para manter a Corrente sempre iluminada a disciplina tem que ser rigorosa, e o seu princípio está no respeito à hierarquia. O membro da Corrente que não se sinta inserido nesse campo de atividade de acordo com as normas da Casa deve se afastar, pois será melhor para ele, e evitar-se-ão problemas futuros, bem como a possibilidade de entrada de quiumbas por tele-mentalização nesses médiuns desavisados.

Magia do Congá
O Congá é um núcleo de força, em atividade constante, agindo como centro atrator, condensador, escoador, expansor, transformador e alimentador dos mais diferentes tipos e níveis de energia e magnetismo.
É Atrator porque atrai para si todas as variedades de pensamentos que pairam sobre o terreiro, numa contínua atividade magneto-atratora de recepção de ondas ou feixes mentais, quer positivos ou negativos.
É Condensador, na medida em que tais ondas ou feixes mentais vão se aglutinando ao seu redor, num complexo influxo de cargas positivas e negativas, produto da psicosfera dos presentes.
É Escoador, na proporção em que, funcionando como verdadeiro fio-terra (pára-raio), comprime miasmas e cargas magneto-negativas e as descarrega para a Mãe-Terra, num potente efluxo eletromagnético.
É Expansor pois que, condensando as ondas ou feixes de pensamentos positivos emanados pelo corpo mediúnico e assistência, os potencializa e devolve para os presentes, num complexo e eficaz fluxo e refluxo de eletromagnetismo positivo.
É Transformador no sentido de que, em alguns casos e sob determinados limites, funciona como um reciclador de lixo astral, condensando-os, depurando-os e os vertendo, já reciclados, ao ambiente de caridade.
É Alimentador, pelo fato de ser um dos pontos do templo a receberem continuamente uma variedade de fluidos astrais, que além de auxiliarem na sustentação da egrégora da Casa, serão o combustível principal para as atividades do Congá (Núcleo de Força).
O Congá não é mero enfeite; tão pouco se constitui num aglomerado de símbolos afixados de forma aleatória, atendendo a vaidade de uns e o devaneio de outros. Congá dentro dos Templos Umbandistas sérios tem fundamento, tem sua razão de ser, pois é pautado em bases e diretrizes sólidas, lógicas, racionais, magísticas, sob a supervisão da espiritualidade.

quarta-feira, 13 de março de 2013

A Física da Alma, A Física Quântica!

Fonte: http://taniawentzel.blogspot.com.br/2010/10/fisica-da-alma-fisica-quantica.html




Olá Irmãos de Fé! 

Sabemos que hoje os físicos e cientistas não mais analisam somente fenômenos mecânicos, estamos em uma época em que o desconhecido é testado ou até mesmo descoberto. São feitas pesquisas desde 'mundos' paralelos, pela Teoria das Supercordas, até pesquisas de todos os nossos sentidos mais refinados e sutis, através da Neurociência.


A Física da Alma, a Física Quântica vem pouco a pouco dando novas provas que demonstra que as revelações que os espíritos fizeram à Kardec, no Livro dos Espíritos, são conhecimentos de vanguarda. Tanto é assim, que os físicos teóricos postulam a existência de uma "partícula", que seria a “partícula fundamental", que ainda não foi encontrada, mas à qual o Premio Nobel da física, Leon Lederman, denomina como a "partícula divina". Partícula essa decisiva, pois é ela que determina a massa das restantes, bem como a coesão dada pela Gravidade dos 90% do Universo ainda desconhecido.


De maneira bastante simples e resumida, a Teoria das Supercordas postula que os quarks, a mais ínfima partícula subatômica conhecida até o momento, estariam ligados entre si por "supercordas" que, de acordo com sua vibração, dariam a "tonalidade" específica ao núcleo atômico a que pertencem, dando assim as qualidades físico-químicas da partícula em questão.

Assim, o ser humano passou a se perceber como participante ativo do Universo e não apenas observador passivo do que lhe ocorre. Isso o obrigou a rever sua visão de mundo, de realidade e a sua concepção à respeito de Deus.


O mais neófito dos físicos quânticos sabia que não encontraria a unidade última da matéria, por se tratar de uma abstração, mas que alcançaria seus rastros, passíveis de identificar a natureza das coisas. Os físicos quânticos não imaginaram, porém, que se deparariam com outro universo: o fantástico e imprevisível mundo micro atômico. Descobriram um Universo dentro de outro, funcionando com princípios inalcançáveis e paradigmas distintos.

Os significativos avanços proporcionados pela Física Quântica não se limitaram ao laser, aos computadores e ao uso, muitas vezes inadequado e inconsequente, da energia nuclear, mas, principalmente, alcançaram uma nova visão de mundo e a quebra de importantes paradigmas clássicos. Teorias novas à respeito da vida, do Universo e da realidade foram surgindo, proporcionando uma grande abertura a mente humana para compreensão de sua origem, de seu destino, bem como de sua complexa estrutura.

A Física Quântica surgiu como a tentativa de explicar a natureza naquilo que ela tem de menor: os constituintes básicos da matéria e tudo que possa ter um tamanho igual ou menor. É uma parte da Física que se diz ser não intuitiva. Isso significa que muitas partes dela parecem não ser verdade. Por exemplo, a dualidade onda-partícula diz que partículas se comportam ora como partículas ora como ondas. É uma afirmação no mínimo estranha, bizarra. Mas, é o que acontece no mundo real. No nosso dia-a-dia achamos que vivemos num planeta plano, mas não é verdade, nosso mundo é arredondado, num formato chamado esferóide.

Por ser não intuitiva, ela foi considerada uma falsa teoria. O próprio Einstein (que foi um dos fundadores da Física Quântica) acreditava que a Física Quântica estava errada. Mas com o passar do tempo percebeu-se que ela explicava tão bem o resultado das experiências, que tinha de ser verdade.

Nosso dia ocorre numa escala dita macroscópica. São os objetos que podemos enxergar sem a ajuda de lentes ou microscópios atômicos. A Física Quântica lida com coisas muito, tremendamente pequenas. Muitíssimo menores que um milímetro. Existem várias particulas do átomo, como os neutrons (que contém uma carga neutra e é formado por três quarks) e prótons (carga positiva, também formada por três quarks), juntos eles formam o núcleo átomico.

O mundo em que vivemos é feito de átomos. Os átomos são feitos de coisas ainda menores chamadas quarks e elétrons. Ainda não sabemos se os quarks são feitos de coisas ainda menores. Os átomos, elétrons, quarks e outra coisa tão pequena que ainda não sabemos muito sobre ela, chamada fóton, que são os quantum de energia eletromagnética.

Isto quer dizer que o fóton é a menor unidade que forma a energia (ou radiação) eletromagnética. Os fótons são partículas com massa zero e sem carga elétrica. É importante notar que o fóton não está associado apenas a região do visível do espectro eletromagnético, ou seja, a nossa luz diária. Os raios gama são fótons de altíssima energia, não pertencentes a região do visível e, ainda assim, são fótons! Tem comportamentos bizarros de vez em quando: nunca podemos saber exatamente onde estão.


Não é por falta de instrumentos potentes, é uma lei da física, chamada Princípio da Incerteza de Heinsenberg, que diz que nunca saberemos a exata posição das coisas. Nunca saberemos onde os elétrons de um átomo estão exatamente. Nunca. É algo estranhíssimo, mas é a verdade. Há elétrons que, inclusive, somem de um lugar e reaparecem em outro, algo como um teletransporte. Não dá para ver que caminho seguiram para ir de um lugar a outro, só sabemos que eles fazem isso. Há átomos, como o de Urânio que, do nada, explodem. Nunca sabemos que átomos vão explodir, ou quando, só sabemos que alguns vão e outros não. Aparentemente, nada faz eles explodirem.

OS SEIS QUARKS

Up (para cima) – É o mais leve dos quarks. Cada próton possui dois up em seu interior. Cada nêutron, um. 

Down (para baixo) – Faz dupla com o up na constituição da matéria. Cada próton tem um down e cada nêutron, dois. 

Charm (charme) – Maior que o up e o down, só aparece em aceleradores de partículas, por um milionésimo de milionésimo de segundo. 

Strange (estranho) – Par do charm, é também pesado demais para se manter inteiro na natureza. Só existiu nos primeiros momentos da criação do Universo. 

Top (topo) – O mais pesado dos quarks, tem massa igual à de um átomo de ouro. Nos aceleradores, sobrevive por apenas 0,0000000000000000000001 segundo. 

Bottom (fundo) – Também é pesado demais para existir hoje. Nos aceleradores, dura apenas um milionésimo de milionésimo de segundo.

Com orgulho e alegria de ser Umbandista Saravá/Nasmastê!

terça-feira, 12 de março de 2013

Física Quântica na Apometria


1.3.1 - Aplicação na Apometria

 A teoria da Relatividade desenvolvida por Albert Einstein, chegou à conhecida relação: E = m.c2 (Energia é igual a massa, vezes o quadrado da velocidade da luz) ou m = E / c2 (matéria é igual a Energia dividida pelo quadrado da velocidade da luz). Por onde se pode concluir que a matéria é formada por energia condensada. Assim sendo, é fácil se verificar que os diversos estados da matéria, desde o sólido até a matéria espiritual quintessenciada são formas diferenciadas de energia em níveis vibratórios cada vez mais elevados, e que, podendo a energia atuar sobre a energia, no estado espiritual, é a mente, através do pensamento impulsionado pela vontade, a grande moduladora das formas e das ações.
O pensamento irradia-se em todas as direções a partir da mente, por meio de corpúsculos mentais energéticos. Quando devidamente potencializado através de uma mesa mediúnica e canalizado através de um médium ao Mundo Espiritual, dado o grande potencial energético do mundo material, poderá ser modulado pelos espíritos do Bem, Mentores etc, realizando ações e produzindo efeitos notáveis.
O comando do dirigente por meio de pulsos cumulativos de energia cósmica, por ele e pela mesa, atraída e somada às energias vitais do próprio corpo, passa ao Plano Astral - e, em conformidade com as descobertas e revelações da Física Quântica, transformadas as frequências vibratórias em massa magnética, atua de maneira decisiva sobre os espíritos a eles dirigida.
Para este primeiro contato sobre Física Quântica na Apometria consideraremos estas informações suficientes, sabedores que nossos pensamentos e condutas harmonizadas favorecerem o trabalho de apometria e o inverso prejudica tal trabalho.

Trecho da 1º aula do Curso Básico de Apometria

sexta-feira, 8 de março de 2013

Dia Internacional da Mulher - Campanha de prevenção de câncer de colo uterino e mama

Utilidade Pública

Vamos divulgar

Dia Internacional da Mulher - Campanha de prevenção de câncer de colo uterino e mama
Local: Laboratório de Enfermagem do campus Martim de Sá 
Endereço: Av. Mal. Presidente Castelo Branco, s/n, Caraguatatuba
Dias dos exames de manhã: 11 e 14 de março, das 8h às 11h30
Dias dos exames à tarde: 13 e 15 de março, das 13h às 17h
Informações e agendamento: nos telefones (12) 3897-200, (12) 3897-2018(12) 9185-5234, ou pelos e-mails: mirian.almeida@modulo.edu.br e ana.gobbo@modulo.edu.br.

segunda-feira, 4 de março de 2013

SINCRETISMO RELIGIOSO E SUAS ORIGENS NO BRASIL


JORGE BOTELHO
TEDES - APOSTILA DE ESTUDO / UMBANDA –CONCEITOS BÁSICOS


Sincretismo é a fusão de doutrinas de diversas origens, seja na esfera das crenças religiosas quanto nas filosóficas. Na história das religiões, o sincretismo é uma fusão de concepções religiosas diferentes ou a influência exercida por uma religião nas práticas de uma outra. No Brasil o sincretismo religioso é uma prática bastante comum. Mas tudo começou a partir do ano de 1500, quando o território brasileiro tornou-se palco para o encontro de três grandes tradições culturais: a ameríndia, nativa da terra; a européia, trazida pelos colonizadores portugueses e mais tarde a africana, trazida pelos escravos bantos e sudaneses. Um encontro que foi, desde o início, marcado pela imposição da cultura européia às populações indígenas e africanas, refletida, principalmente, na imposição da cultura cristã da Igreja Católica Apostólica Romana a esses dois grupos. Para se viver no Brasil, nesta época, o índio e o negro mesmo como escravo, e principalmente depois, sendo livre, era indispensável antes de mais nada, ser católico. Por isso eles que cultuavam seus deuses e tinham suas bases religiosas bem estruturadas, no Brasil se diziam católicos e se comportavam como tais, além de praticarem os rituais de seus ancestrais, frequentavam os ritos católicos. Há antropólogos que insistem que a assimilação entre os Santos e os Orixás era aparente e, inicialmente, serviu para encobrir a verdadeira devoção aos seus deuses, pelo fato dos cânticos nesses rituais terem sido efetuados em língua nativa e que ninguém os entendia. Um fato histórico que pode opor-se a este pensamento é a criação das confrarias de negros, como exemplo temos a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, na Bahia, que era totalmente composta por negros que haviam realmente se convertido ao Cristianismo e não eram apenas uma fachada.
Essa tentativa forçada de aculturação sempre encontrou resistência, o que acabou resultando em várias tentativas feitas por indígenas e africanos de conciliar os princípios de suas culturas e, por conseqüência, de suas tradições religiosas, a doutrina cultural e religiosa que lhes eram impostas.
Na tentativa de preservação dos princípios e práticas religiosas indígenas e africanas, por meio da conciliação com os princípios e práticas católicas, acabaram levando ao nascimento de várias manifestações sincréticas em solo brasileiro, únicas no mundo, algumas delas existentes até os dias de hoje. Mas infelizmente existem poucos estudos sobre a grande maioria delas, o que veremos aqui, é uma pequena idéia de como eram as bases dessas duas culturas religiosas, o sincretismo entre elas e os processos que as levaram a dar origem a outras.
O início de tudo se deu com a religiosidade Tupi, embora várias nações indígenas habitassem o território brasileiro durante os primeiros anos da colonização européia, nenhum grupo foi tão influenciado pelos portugueses quanto os tupis, que no século XVI dominava quase todo o litoral brasileiro e era formada pelas tribos: Potiguar, Tremembé, Tabajara, Caeté, Tupinambá, Aimoré, Tupiniquim, Temiminó, Tamoio, e Carijó.
É muito difícil tentar reconstruir com detalhes as tradições religiosas e crenças tupis na época do descobrimento do Brasil, pois o que sabemos sobre elas deve-se aos relatos feitos por europeus que se estabeleceram aqui no início do período colonial, os quais não se preocuparam em estudar e deixar registros detalhados das mesmas. O que podemos apreender dos relatos dos primeiros colonizadores sobre a religiosidade tupi foi que seu ponto central era o culto à natureza deificada ou divinizada. O pajé e o feiticeiro, ou xamã, eram os que tinham acesso ao mundo dos mortos e dos espíritos da floresta, e geralmente a eles competiam realizar rituais de cura de doenças, expulsarem maus espíritos que se alojavam nos corpos das pessoas e desfazer feitiços mandados pelos inimigos. A ingestão de alimentos e bebidas fermentadas em muitos grupos tinha uma função ritualística. Mesmo a antropofagia que caracterizou os tupinambás se revestia de um tom sagrado, pois acreditavam que, comendo a carne dos seus inimigos, apoderavam-se de sua valentia e coragem. Os tupis possuíam uma divindade suprema do bem que denominavam Nhanderuvuçu, deus da criação e da luz e a quem competia o ato divino do sopro da vida. Nhanderuvuçu teria sua morada no Sol, manifestava-se nas tempestades através de sua voz, na forma de Tupã Cinunga e de seu reflexo, na forma de Tupã Beraba. Segundo Câmara Cascudo e Osvaldo Orico, grandes historiadores e estudiosos da cultura brasileira, somente com o trabalho da catequese, e com a confusão feita pelos jesuítas, que Nhanderuvuçu passou a ser chamado de Tupã, em virtude das formas como essa divindade se manifestava durante as tempestades. Os tupis acreditavam também em outras divindades, como Guaraci (o deus do sol), Jaci (deusa da lua), Caapora (deus da floresta), Uirapuru (deus dos pássaros), Iara (deusa das águas) e em uma entidade civilizadora denominada Iurupari 9, filho da virgem Chiuci, que teria sido mandado à terra por Guaraci para reformar os costumes dos seres humanos. Segundo Diamantino Trindade essa crença que lembrava muito a história de Jesus Cristo, teria deixado os jesuítas apavorados. Como forma de tornar a religião católica mais fácil de ser assimilada pelos indígenas, os jesuítas associou ao seu deus e santos os nomes de algumas divindades tupis. Foi assim, por exemplo, que Nhanderuvuçu passou a ser chamado de Tupã e foi transformado em Deus/Pai. Entretanto, na maioria dos casos, os jesuítas associaram os deuses indígenas aos demônios da doutrina católica. Foi o caso, por exemplo, de Iurupari, que teve sua imagem totalmente invertida e acabou sendo associado ao próprio diabo, embora sua história lembrasse muito a de Jesus. Isso tudo acabou gerando a primeira religião sincrética surgida no Brasil da junção da Religiosidade Tupi e do Catolicismo, que ficou conhecida como SANTIDADE, nome criado por Manoel da Nóbrega, em 1549, quando viu um pajé em transe pregando a outros indígenas. Os adeptos da Santidade cultuavam um ídolo de pedra, chamado de Tupanaçu, que acreditavam possuir poderes sagrados, rezavam usando cruzes, terços e rosários, construíam “igrejas” e colocavam tábuas com desenhos de símbolos sagradas nelas, cultuavam alguns santos católicos e entoavam cantos em honra aos mesmos, faziam um ritual semelhante ao batismo e realizavam procissões. Neste mesmo período, com o início dos trabalhos de catequese na região amazônica, a partir da cidade de São Luís do Maranhão, iniciou-se um processo de sincretismo entre a religiosidade ameríndia local e o catolicismo, semelhante ao que ocorrera no litoral, levando ao surgimento da religião sincrética conhecida pelo nome de PAJELANÇA. Embora o termo pajelança acabe sendo usado também para designar todo e qualquer ritual ameríndio, ele aqui designa a religião sincrética de caráter mágico-curativa que ainda existe nos dias de hoje na região amazônica, sobretudo nos estados do Pará e do Amazonas. A exemplo da Santidade, nos rituais da Pajelança são encontrados o uso de trajes nativos (pena, arco, flecha, colares, máscaras), cantos e danças, a fumaça derivada da queima do tabaco e o consumo de bebidas fermentadas, que permitem ao pajé entrar em transe místico e ter visões e incorporar espíritos. Em algumas Pajelanças pode-se encontrar também a devoção aos santos católicos. Uma característica marcante da Pajelança é que além de incorporarem os espíritos dos antepassados das tribos e de antigos chefes do culto, os pajés também incorporam espíritos animais, sejam eles reais como: jacarés, botos, cavalos-marinhos, cobras ou imaginários como: mãe d'água, cobra-grande, e por meio dos quais descobriam a causa das doenças de seus consulentes e os remédios para eles. A partir do século XV inicia-se uma das maiores migrações forçadas da história da humanidade, na qual milhões de africanos que haviam sido capturados em seus territórios ancestrais, na maioria das vezes por outros africanos de tribos rivais, foram levados para o litoral e vendidos como escravos para os europeus e brasileiros em portos específicos na África e trazidos nessas condições para o Brasil. No final do século XVI ao final do século XVIII, a principal etnia trazida para o Brasil foi a dos Bantos, povo que durante o período colonial brasileiro ocupava a maior parte do continente africano situado ao sul do equador, na região onde hoje está localizado o Congo, a República Democrática do Congo, Angola e Moçambique, entre outros. Parece que a grande maioria dos Bantos que foram trazidos para o Brasil cultuava um deus supremo chamado de Nzambi, Nzambi Mpungu ou Anganga Nzambi, ou simplesmente Zambi como é conhecido hoje, e a natureza deificada que era personificada nas divindades chamadas Nkises.

Assim que chegavam ao Brasil, os africanos escravizados eram logo submetidos à aculturação portuguesa, traduzida principalmente na catequese católica: eram batizados e recebiam um nome “cristão”, pelo qual seriam conhecidos a partir daquele momento. Assim como os tupis, os bantos também tentando preservar suas tradições religiosas no Brasil, adaptaram suas crenças às condições de escravidão que estavam submetidos. A principal forma encontrada por eles, como foi feito também pelos tupis décadas antes, foi associar os santos católicos aos seus deuses, no caso aqui os Nkises, de acordo com as características ou arquétipos que ambos possuíam em comum. Foi a partir deste sincretismo, ocorrido no interior das senzalas a partir do final do século XVI, que nasceu a primeira manifestação sincrética da religiosidade banto/católica no Brasil: o CALUNDU. Seu nome foi originado da palavra banto Kilundu, que até o século XVIII foi utilizada para designar genericamente a manifestação de práticas africanas relacionadas a danças e cantos coletivos, acompanhadas por instrumentos de percussão, nas quais ocorria a invocação e incorporação de espíritos e a adivinhação e curas por meio de rituais de magia. O que nos chama a atenção são os relatos da aparente tolerância manifestada pelos Rotas do Tráfico Negreiro proprietários de escravos ao Calundu. Muito provavelmente essa atitude devia-se a crença de que com essa prática os africanos manteriam vivas, pelo menos dentro da senzala, as rivalidades tribais existentes na África, o que dificultaria a formação de rebeliões ou fugas. É importante ressaltar que, apesar dessa tolerância, os aspectos ritualísticos do Calundu ligados a magia e a incorporação de espíritos eram freqüentemente combatidos por serem considerados coisas malignas, surgindo daí a expressão magia negra para designar a magia voltada para o mal, que na mentalidade da época era “coisa de negro”. Ao longo de todo o período de escravidão negra no Brasil, inúmeras foram as tentativas bem sucedidas de fugas das senzalas empreendidas pelos africanos. Os relatos dos inúmeros quilombos existentes no país ao longo dos períodos colonial e imperial são a prova mais marcante disso. Entretanto, no início, antes do surgimento dos primeiros quilombos, os africanos que conseguiam sucesso em suas fugas só conseguiam abrigo nas aldeias indígenas do interior. Mais do que abrigar os primeiros africanos bantos fugidos das senzalas, as aldeias indígenas abrigariam toda a cultura e religiosidade deles, que acabaria por influenciar sua própria cultura e religiosidade. Muito provavelmente no nordeste do século XVII, onde uma pequena parcela de religiosidade dos bantos acabou se misturando ao sincretismo ameríndio-católico do interior, levando ao surgimento da primeira religião sincrética brasileira, o CATIMBÓ, surgida da fusão religiosa dos três povos formadores do país, também conhecido como CULTO À JUREMA, resistente até os dias de hoje em todo o nordeste brasileiro. Apesar de existirem a incorporação de Caboclos no Catimbó, seu culto baseia-se principalmente nas entidades conhecidas como Mestres da Jurema ou apenas Mestres, e é através deles que se realiza o principal trabalho das entidades do Catimbó, a cura de doenças e a receita de remédios para os males físicos, podendo também ocorrer trabalhos para solucionar alguns problemas materiais e amorosos. Cabe também aos Mestres e aos Caboclos realizar a limpeza espiritual dos adeptos e a expulsar maus espíritos das pessoas. Os Mestres são entidades que se especializam em determinada erva ou raiz e que guardam muito do comportamento e personalidade de sua última encarnação, o que os torna muito naturais e espontâneos, além de possuírem uma forte ligação com a sua caracterização física. Uma característica que chama a atenção é que não existem Mestres do bem ou do mal: eles tanto podem trabalhar para um quanto para o outro, dependendo da orientação do local de culto e do médium. Ao longo dos séculos XVII e XVIII cresce consideravelmente o número de cidades em todo o país, devido a esse fato, surge uma situação completamente nova em todo o território colonial: o aumento do número de negros e mulatos alforriados, livres, e de escravos circulando com relativa liberdade nessas áreas urbanas. A partir das residências desses negros e mulatos livres, localizadas em sua grande maioria em casebres e cortiços, que as manifestações religiosas de origem africana encontraram condições mínimas para se desenvolverem, onde poderiam realizar suas festas com certa freqüência, construírem e preservarem seus altares com os recipientes consagrados aos seus deuses. São nessas residências que surgem, em fins do século XVIII e início do século XIX, uma nova manifestação sincrética brasileira, que ficou conhecida na Bahia como CASAS DE CANDOMBLÉ. O Candomblé surge então com base no fortalecimento das tradições religiosas dos bantos preservadas no sincretismo com o Calundu e a assimilação de algumas poucas práticas indígenas que sobreviviam nos quilombos e nas aldeias indígenas dos arredores deles. Pelo fato de servirem como moradia e também como locais de culto, as Casas de Candomblé se estruturavam com base em famílias-de-santo, que estabelecia entre seus adeptos uma espécie de parentesco religioso, característica que foi um importante legado a outras religiões sincréticas que se originaram a partir dele. Já a partir da década de 1840 intensifica-se o tráfico de escravos da etnia sudanesa através da “Rota da Mina”, que tinha como origem os portos africanos de Lagos, Calabar e, principalmente São Jorge da Mina, superando no período todas as demais em termos de escravos trazidos ao Brasil. A etnia sudanesa era originada principalmente da África Ocidental, na região onde hoje está localizado a Nigéria, Benin, Togo e Gana, e é formada pelos povos Iorubá, Ewe, Fon e Mahin, entre outros. Apesar de inicialmente muitos terem ficado conhecidos apenas como mina, ao longo do século XIX os escravos da etnia sudanesa passaram a ser conhecidos sobre outra nomenclatura, devido a rivalidade e a diferença cultural existente entre os povos Iorubá e Ewe/Fon, que foi transportada da África para o Brasil junto com eles. Dessa forma, o povo Yorubá passou a ser conhecido no Brasil como mina-nagô ou nagô, enquanto os povos Ewe, Fon e Mahin ficaram conhecidos como mina-jeje ou jeje, termo que advém do iorubá adjeje que significa estrangeiro ou forasteiro, e era usada de forma pejorativa pelos yorubás para designar as pessoas que habitavam a leste de seu território. Os nagôs que foram trazidos para o Brasil cultuavam um deus supremo chamado de Olorun ou Olodumaré e a natureza também deificada e personificada nas divindades chamadas Orixás. Apesar de na África existirem cerca de 400 Orixás, a grande maioria deles era cultuada em apenas uma cidade, aldeia ou tribo, sendo poucos os que possuíam um culto em várias localidades. Assim como ocorreu com os bantos, os escravos sudaneses trouxeram para o Brasil parte de sua cultura e de suas crenças religiosas, que foram pouco a pouco levadas para dentro de algumas manifestações sincréticas aqui existentes, devido aos escravos fugidos que buscavam refúgio nos quilombos e depois aos negros já alforriados, levando ao aparecimento de diversas religiões sincréticas em solo brasileiro no século XIX, muitas delas com base nas Casas de Candomblé. Com a intensificação da adição de elementos sudaneses às Casas de Candomblés no séc. XIX, estas acabaram por darem origem a uma nova religião sincrética brasileira conhecida como CANDOMBLÉ DE NAÇÃO, ao qual agrega dentro de si três modelos de culto relacionados às principais etnias e povos trazidos como escravos para o Brasil: os bantos, os sudaneses nagôs e os sudaneses jeje. Vejamos então como são esses modelos existentes:
1º- Os Candomblés de Nação Angola, Congo e Muxicongo cultuam um deus supremo chamado Nzambi ou Zambi (também conhecido como Nzambi Mpungu ou Zambiapongo) e a natureza deificada, personificada nas divindades chamadas Nkises. Apesar de na África existirem cerca de 450 Voduns, e a exemplo do que ocorre com os Orixás, a grande maioria deles era cultuada em apenas uma cidade, aldeia ou tribo, sendo também poucos os que possuíam um culto em várias localidades.
2º- Os Candomblés de Nação Ketu, Efã e Ijexá cultuam um deus supremo chamado de Olorun ou Olodumaré e a natureza deificada, personificada nas divindades chamadas Orixás. Um fato que chama a atenção é que algumas divindades que originalmente eram Voduns na África foram adicionadas ao panteão nagô e passaram a fazer parte do ritual, sendo inclusive consideradas no Brasil como Orixás.
3º- Os Candomblés de Nação Jeje-Fon e Jeje-Mahin cultuam uma deusa suprema chamada de Mawu e a natureza deificada, personificada nas divindades chamadas Voduns. Tais divindades são agrupadas em famílias (Savaluno, Dambirá, Davice, Hevioso, etc.), as quais se subdividem em linhagens, interligadas entre si por comportamentos, costumes, gostos e atitudes. Apesar de existir na África cerca de 450 Voduns, a grande maioria não é cultuada aqui no Brasil. Os que aqui são cultuados, somente alguns chegam a ter culto a nível nacional, ficando a maioria restrita a nível regional. Uma característica dessa Nação é que quando estão incorporados, os Voduns mantêm os olhos abertos e conversam com a assistência, dando bênçãos, conselhos e recados.
Dentre todos os Candomblés de Nação, sejam eles do modelo de culto banto, sudanês nagô ou sudanês jeje, o que apresenta maior projeção nacional é o Candomblé de Nação Ketu. Tal projeção tem provocado, atualmente, um fenômeno de assimilação das práticas rituais dessa nação pelas demais, como o idioma e as cantigas utilizadas, a forma como os atabaques são tocados e o culto as divindades. Sobre este aspecto, é interessante notar o sincretismo que tem surgido atualmente dos Nkises e dos Voduns com as lendas, histórias, domínios, cores e símbolos dos Orixás da nação Ketu, como se aqueles fossem estes com nomes diferentes. Nos Candomblés de Nação do modelo nagô existe ainda o culto aos eguns, ou espíritos dos ancestrais, que ocorre no quarto de balê, um recinto separado do local onde se cultua os Orixás, e que possui um sacerdote próprio, chamado de Baba Ojé, preparado especialmente para este tipo de culto. Atualmente um fenômeno interessante que parece ter surgido no Candomblé de Nação Ketu, e dele se espalhado para as demais nações, é o movimento de recuperação das raízes africanas, o qual vem rejeitando o sincretismo com o catolicismo e com as práticas indígenas buscando o aprendizado da língua nativa e a redescoberta dos ritos, histórias e lendas das divindades que se perderam ao longo do tempo, contando, inclusive, com viagem de sacerdotes do Brasil até a Nigéria e o Benin a fim de realizarem pesquisas “in loco” em aldeias e templos na África para aprenderem os rituais que foram perdidos nas brumas do tempo da escravidão. No final do século XIX e início do século XX, tradições religiosas da etnia sudanesa foram sendo aos poucos adicionadas ao sincretismo banto-católico-ameríndio existentes também no Rio de Janeiro, levando ao surgimento dos sincretismos conhecidos como ZUNGU e MACUMBA. Parece que os termos Zungu e Macumba foram usados indistintamente no Rio de Janeiro para designar quaisquer manifestações sincréticas de práticas africanas relacionadas a danças e cantos coletivos, acompanhadas por instrumentos de percussão, nas quais ocorria a invocação e incorporação de espíritos e a adivinhação e curas por meio de rituais de magia, englobando uma grande variedade de cerimônias que associavam elementos africanos (Nkises, Orixás, atabaques, transe mediúnico, trajes rituais, banho de ervas, sacrifícios de animais), católicos (cruzes, crucifixos, anjos e santos) e, mais raramente, indígenas (banho de ervas, fumo). A diferença básica entre eles parece ser apenas o período em que estes termos foram utilizados: zungu, em meados do século XIX e macumba, no final do século XIX e início do século XX substituindo o termo zungu. Na Macumba o chefe de culto e o seu ajudante eram chamados, respectivamente, de embanda e cambone, embora este último também pudesse ser chamado de cambono. Parece que os iniciados na Macumba eram chamados de filhos(as)-de-santo ou médiuns. O que se sabe sobre os rituais da Macumba é que as entidades como os orixás, Nkises, caboclos e os santos católicos eram agrupados por falanges ou linhas como a linha da Costa, de Umbanda, de Quimbanda, de Mina, de Cabinda, do Congo, do Mar, de Caboclo, linha Cruzada, etc; e que quanto maior o número de linhas cultuadas pelo embanda, mais poderoso ele era considerado, uma vez que isso era tido como sinal de maior conhecimento sobre o mundo dos espíritos. E assim como em outros sincretismos brasileiros, o Zungu e a Macumba eram organizados basicamente em torno de seu chefe de culto, fazendo de cada unidade de culto algo único, diferindo dos demais por um ou mais elementos ritualísticos. Devido a grande penetração que a Macumba tinha na população mais pobre e marginalizada do Rio de Janeiro de fins do século XIX, principalmente os afrodescendentes recém libertos pela Lei Áurea, seu nome acabou se popularizando por todo o país e até hoje ainda é usado para designar pejorativamente qualquer religião afro-brasileira ou ritual que envolva magia. É provável que a Macumba tenha desaparecido do cenário religioso carioca devido ao aparecimento mais tarde da Umbanda e a sua rápida expansão no estado do Rio de Janeiro, principalmente na então capital federal, que teria atraído para si um expressivo número de adeptos da Macumba e a influenciado de tal forma que levaram muitas casas de Macumba a se transformarem em tendas de Umbanda ou em casas de Omolokô para fugirem da repressão que se tinha a esses cultos. Mudanças na estrutura de algumas casas de Macumba do Rio de Janeiro, então capital do país, neste mesmo período, acabam levando ao surgimento de duas religiões sincréticas o OMOLOKÔ e “ALMAS E ANGOLA”, que guardam muitas semelhanças com algumas vertentes da Umbanda, inclusive existindo muitas casas que se reconhecem como sendo de “Umbanda Omolokô” ou Umbanda em “Almas e Angola”. No Omolokô que é praticado hoje em dia o ritual recebeu forte influência das obras daquele que é considerado o seu organizador: Tatá Ti Nkise Tancredo da Silva Pinto. Segundo ele, o Omolokô tem como origem as práticas religiosas dos bantos das tribos Quiôcos, das províncias de Lunda Norte e Lunda Sul, situadas na região oriental de Angola e que também pode ser encontrados em parte da República Democrática do Congo e da Zâmbia. O Omolokô cultua um deus supremo chamado Nzambi ou Zambi (também conhecido como Nzambi Mpungu ou Zambiapongo), a natureza deificada personificada nos Orixás e nas entidades conhecidas como Orixás Menores, Caboclos, Preto-Velhos, Crianças, Exus e Pomba-giras. Originalmente o termo utilizado no Omolokô para designar a natureza deificada era Bacuro. Os Bacuros possuíam um correspondente nas divindades dos Quiôcos, que parecem terem ficado conhecidas aqui no Brasil como Lunda. Atualmente o termo Bacuro e o nome das divindades Quiôcos foram substituídos, respectivamente, pelo termo Orixá e pelo nome das divindades do panteão nagô que possuem os mesmos atributos ou arquétipos. É importante ressaltar que, no Omolokô, o termo Orixá é utilizado também para designar alguns Nkises que foram incorporados ao seu panteão, provavelmente por influência dos Candomblés de Nação do modelo de culto banto.
Uma possível influência da Umbanda sobre o Omolokô é a existência de uma separação dos Orixás em duas classes: Orixás Maiores e Orixás Menores. Os Orixás Maiores, ou apenas Orixás, são entendidos como sendo uma energia emanada de Zambi e portanto nunca passaram pelo processo de encarnação. São os responsáveis pelo movimento da natureza e pela formação e manutenção da vida. São considerados onipresentes e únicos. Os Orixás Menores, por sua vez, são entendidos como espíritos que passaram pelo processo de reencarnação e que alcançaram uma grande elevação espiritual e que por isso foram dotados de poderes sobrenaturais pelos Orixás Maiores, sendo considerados os intermediários entre estes últimos e os demais espíritos. Por este motivo, eles utilizam o nome do Orixá Maior ao qual estão subordinados seguidos de um sobrenome, chamado de Dijina, por exemplo: Ogum Beira Mar, Seria um Orixá Menor subordinado do Orixá maior Ogum. No Omolokô não existe incorporação de Orixás Maiores, apenas dos Orixás Menores e dos espíritos chamados de eguns. Os eguns aqui espíritos que já possuem certa compreensão espiritual, porém ainda não alcançaram a elevação dos Orixás Menores. São considerados eguns: os Caboclos, os Preto-Velhos, as Crianças, os Exus e as Pombas-gira. Existe ainda uma terceira classe de espíritos, chamados de quiumbas ou kiumbas, que são entendidos como espíritos atrasados e que ainda não alcançaram uma compreensão das coisas espirituais. Já a religião sincrética conhecida como “ALMAS E ANGOLA”, que apesar de ser originária da capital fluminense, atualmente não é mais praticado nesse estado, hoje em dia podemos encontrá-la quase que exclusivamente na região da grande Florianópolis, em Santa Catarina. A religião “Almas e Angola” guarda muita semelhança com o Omolokô e com algumas vertentes da Umbanda, ela cultua um deus supremo chamado Zambi, mas em algumas casas também é chamado de Olorum, a natureza deificada personificada nos Orixás e as entidades conhecidas como Orixás Menores, Caboclos, Preto-Velhos, Crianças, Exus e Pombas-gira. O Orixá Obaluaiê é considerado a força maior do ritual de “Almas e Angola”, tendo destaque nos altares dessa religião. Podemos aqui conhecer, de uma forma bem sintetizada, um pouco sobre a história do sincretismo religioso no Brasil Podemos também conhecer suas origens, observar a evolução e a influencia de uma religião sobre outra.