quinta-feira, 31 de outubro de 2013

MENSAGEM DO EXU TIRIRI MENINO

Dialogo do livro o Retorno de um adolescente



Vocês têm ligação com o Diabo?



Rindo, seu Tiriri diz:



O mal está dentro de cada um que vive na sua terra. Cabe a vocês distingüi-los, trabalhando para combatê-lo. Não adianta você está dentro de uma igreja, centro ou qualquer templo, invocar o nome de Deus, e logo ao sair deste, agir com maldade para com seu semelhante. Muitos na terra seriam Exú, por viverem com o coração cheio de maldades.

Vêem nos pedir para fazer o mal, e eu te pergunto? Quem é o Diabo.



Acho que se deve contar e a fé. A essência que purifica e perfuma o coração dando a vida.

Alguns vivem a nos massacrar, por gostarmos de beber e fumar, quando deveriam verificar o trabalho realizado. Tantos em outros credos não bebem, não fumam, mas enganam e enrolam os humildes e carentes na fé.



Eu tenho certeza que meu trabalho é muito bem feito e copiado por tantos, vocês dificilmente irão ver um espírita criticar e atacar qualquer religião, porque aprendem a respeitar a liberdade de credo.



Antes de se atacar a religião por alguma coisa errada, deve-se procurar ver o caráter de quem a dirige. De falsos pastores a sua terra está cheia, tornando-se o grande inferno.



Somos massacrados por imagens e nomes que são puras palavras.

Pensem:



Quantos na terra receberam de seus pais nomes de santo e agem unicamente a serviço do mal.

A maldade existe não vinda conosco e sim com pessoas impuras e superficiais. Se um médium tem bom coração este jamais irá carregar um espírito sem luz a serviço do mal.

Alguns Dirigentes de credos diferentes, mas obviamente ligados a Deus, criticam se achando os donos da verdade por lerem a palavra de Deus, criticam imagens criadas pela mão do homem se esquecendo que a Bíblia também é feita pela mão do homem e hoje já se encontra dividida por credos, acho que Deus deixou uma única escritura. Será que eles mesmos agem por intermédio dela. Procure observá-los no dia a dia e não somente em dias de reuniões. Será que a palavra de Deus ensina seus filhos a impor ou ridicularizar, mesmo quando foi traído por Judas este sentiu piedade e amor. O perdoando.



Quem sabe estes são impulsionados com fanatismo e por esses espíritos sem luz que dizem vir dos Espíritas Umbandistas, ou do Candomblé.

Os que criticam geralmente passaram pelo espiritismo desejando algo que jamais mereceram.



Hoje enganando vão acumulando seus seguidores vão emprestando bens para impressionar e chamar mais e mais fiéis.



Eu recebo em minha casa várias pessoas também revoltadas e enganadas em seus credos, mais de que adianta brigar quando um dia de tudo tem que se prestar conta.

Espíritas não atacam, são atacados.



Alguns em seus credos atacam julgando-se melhores.

Jesus não atacou e foi castigado.

Quem é quem?



Os espíritas verdadeiros são serenos e evangelizados, não precisam defender-se, já que Deus é nosso juiz, auxiliado pelo nosso supremo advogado – O divino Mestre Jesus Cristo, no tribunal celestial.



Lembrem-se constantemente.

A vida tem seu começo, meio e fim para todos…




Este exú de serventia das Crianças trabalha cortando correntes passionais, de falsidade, traições e vencem demandas que alteram a paz interior; desmancham trabalhos onde se usa animais sacrificados e combatem os quiumbas que queiram se passar por Exu Mirim, fato muito normal em algumas casas de "santo". Seu corpo astral os permite se infiltrar por onde muitos não conseguem, muito respeitados em face de sua aparência, pois realizam verdadeiros "milagres" quando invocados, eu escrevi invocados - COITADOS DAQUELES QUE EVOCAM EXU!

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Quem é Tranca Rua das Almas

É o Guardião dos Caminhos, companheiro dos Pretos Velhos, Caboclos, aparador entre os homens e os Orixás, lutador incansável, sempre de frente, sem medo, sem mandar recado. Senhor tranca rua das Almas um espirito muito doutrinado atuando dentro de seus mistérios, regendo seus domínios e os caminhos por onde percorre a humanidade.

Senhor do mundo espiritual onde está sua origem e sua morada. Senhor dos caminhos, orixá mensageiro e vencedor de demandas.

Na UMBANDA, Exu Tranca Ruas não é considerado como um guardião, mas como uma entidade em evolução que busca, através da caridade, a evolução de si mesmo. Nao é uma peculiaridade só dos Exus, mas de todos os espíritos no infinito cosmo espiritual. Não existe espírito evoluído,como se fosse um produto acabado. Todos os espíritos, independente da forma, estão em eterna evolução, partindo do pressuposto que só existe um ser plenamente perfeito, um modelo de absoluta perfeição, o próprio e Absoluto, “DEUS”.

A falange de TRANCA-RUAS é dividida em 7 sub-falanges. Cada sub-falange tem a direção de um Tranca-Ruas específico, como se fosse um batalhão - cada batalhão, um general.
1ª Falange comandada por Tranca-Ruas das Almas;
2ª Falange comandada por Tranca-Ruas de Embaré;
3ª Falange comandada por Tranca-Ruas das Ruas;
4ª Falange comandada por Tranca-Ruas das 7 Encruzilhadas;
5ª Falange comandada por Tranca-Ruas das Porteiras;
6ª Falange comandada por Tranca-Ruas das 7 Luas;
7ª Falange comandada por Tranca-Ruas das 7 Giras;

...Em síntese, O grande agente Mágico do Equilíbrio Universal...

Dr. Tranca Ruas tem o poder de fechar e abrir os caminhos para o ser humano e também de ter as almas perdidas sem luz como escravos para prestar-lhe reverencias e fazer o que ele ordenar. Este é um dos motivos pelo qual ele foi enviado aqui no plano físico, para pegar as almas perdidas e formar uma hierarquia para que todas as almas perdidas fossem transformadas em seu exército, e desta forma encontrem o caminho novamente para a luz através dele mesmo, podendo assim vigiar, receber as oferendas que são depositadas nas ruas de qualquer cidade aonde Exu Tranca Ruas tem o poder absoluto (Dono da Rua).

Seu vestuário... Cartola sofisticada de época, sua capa varia nas cores azul turquesa, roxo e negro tendo contrastes em vermelho (decorada de safira de preferência amarelo dourada que simboliza sua riqueza e a presença de seu reino). É extremamente educado e fino, poderoso e sinistro. Transita além dos limites monóculos da bondade e da maldade. Guardião das casas, das vilas, das pessoas. Exu não tem nada haver com demônios, pois ele é a própria alegria da vida.

Tranca ruas (O Guardião dos Caminhos), não é demônio que muitos acreditam que ele seja. Sua atribuição é trancar a evolução dos desqualificados, desequilibrados e desvirtuados espíritos humanos. Não deseja ser amado ou odiado, mas apenas respeitado e compreendido.

...Surpreenda-se com esse Mehi Guardião de Mistérios a serviço da Lei Maior!...

"O Guardião Tranca Ruas pode ser tudo o que queiram, menos como tentam mostrar: Um demônio. Jamais foi ou é o que este termo deturbado significa na atualidade e nem o aceita como qualificativo das suas atribuições: Trancar a evolução dos desqualificados, desequilibrados e desvirtuados espíritos humanos. Odeia os que odeiam, sente asco dos blasfemos, nojo dos invejosos, repulsa pelos falsos, ira pelos soberbos e pena dos libidinosos. Saibam que foi um dos Mehis que velaram a descida do "ACH-ME ou MISTÉRIO JESUS CRISTO (ANJO DA LUZ)". Assim é TRANCA-RUAS, Mehi por Origem, Natureza e Formação. Não importa a Religião que tens que guardar, pois nela, dela e para ela, Mehi, sempre será."

Senhor "Tranca-Rua das Almas", senhor do Sétimo Grau de Evolução da Lei Maior de Ogum, conhecedor de todas as magias e demandas praticadas por seres sem luz, interceda no caminho de todos os filhos de fé, livrando-nos de toda a energia que possa atrapalhar a evolução de todos os seres iluminados; fazei de meus pensamentos uma porta fechada para a inveja, discórdia e egoísmo.

Dos sete caminhos por ti ultrapassados, foi na rua que passou a ser dono de direito, abrindo as portas para os espíritos que merecem ajuda e evolução e fechando para os que querem praticar a maldade e a inveja contra seus semelhantes. Fazei dos nossos corações o mais puro que nossos próprios atos;

"Senhor (Pai) Tranca-Ruas das Almas" agradecemos por tudo que fizeste aprender nesta vida e em outras que passamos lado a lado, rogo por vós a proteção, para os irmãos de fé, para toda a família e porque não para todos os inimigos. Abençoe e guarde esses filhos que um dia entenderão o verdadeiro sentido da palavra Umbanda.

Palavra de ordem de Exu é “compromisso”! Por tudo isso ele não é e nem nunca foi traidor ou do “mal”.

Exu não faz mal a ninguém, mas joga para cima de quem merece, quem realmente é mau o mau que essa pessoa fez a outra. Ele devolve, às vezes com até mais força, os trabalhos que alguns fizeram contra outros. Por isso, algumas pessoas consideram esse Orixá malvado.

Existem entidades que se dizem Exu e que fazem somente o mau em troca de presentes aos seus médiuns ou por grandes e custosas obrigações, serviços. Não se engane, Exu que é Exu, não faz mal, a não ser com quem merece e além disso, quando ajuda a uma pessoa não pede nada em troca, a não ser que a pessoa tome juízo, se comporte bem na vida, acredite em Deus e tenha fé.

Para finalizar, se você vier pedir a um “Exu de Lei” para prejudicar alguém... Pode estar certo que você será o primeiro a levar a execução da Justiça. Mas, se a entidade travestida ou disfarçada de Exu aceitar o seu pedido,... No outro lado... Você será apenas cobrado!

Muito grande, muito forte, Seu Tranca Ruas vem trazendo a sorte!

Salve o Grande Hastarot

Saravá, Senhor Exu Guardião Tranca Ruas!

Saravá, Ogum Sete Lanças da Lei e da Vida!

Saravá Pai Ogum!

Saravá Mãe Iemanjá!

Saravá, Regente Oxalá!

Saravá, Umbanda!!!


PONTO CANTADO:

TRANCA RUA DAS ALMAS

Estava dormindo na beira do mar. (bis)
Quando as almas lhe chamaram pra trabalhar. (bis)
Acorda Tranca-Ruas, vai vigiar. (bis)
O inimigo está invadindo a porteira do curral. (bis)
Bota as mãos nas suas armas, vai guerrear. (bis)
Bota o inimigo pra fora, para nunca mais voltar. (bis)
Tranca-Ruas no reino, Ai meu Deus o que será. (bis)
Bota a chave na porta, Tranca-Ruas vai chegar. (bis)
Ele vem salvar a banda, Com licença de Oxalá. (bis)
+++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
Mas ele é, Capitão da Encruzilhada, ele é, Mas ele é, Ordenança de Ogum, Sua coroa quem lhe deu foi Oxalá, Sua divisa quem lhe deu foi Omulú, Mas ele é...
Salve o cruzeiro, salve o sol e salve a lua, Saravá seu Tranca-Ruas, Que corre gira no meio da rua. (bis)
Estava dormindo, Quando a Umbanda lhe chamou, Se levanta minha gente, Tranca-Ruas já chegou. (bis)
Quando a lua surgir, Ele vai girar, ele vai girar, Chegou seu Tranca-Ruas, Para todo mal levar. (bis)
Na fé de meu Pai Ogum, Ele vem trabalhar. (bis)
Mas ele é, mas ele é, mas ele é, Tranca-Ruas das Almas. (bis)
Oi viva as almas, Oi, viva a coroa e a fé, Oi, viva Exu das Almas, Mas ele é Tranca-Ruas Imbaié, Oi, viva as almas!
Loroiê Exu... ...Exu é Mujubá!!!

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Quem Foi O Caboclo das 7 Encruzilhadas?




E no entardecer do dia 21 de setembro de 1761, na Praça do Rossio, no centro de Lisboa, um santo foi queimado na fogueira dos hereges. Gabriel Malagrida entregou a alma a Deus e o corpo aos carrascos. Tinha 72 anos, 30 deles passados de pés descalços peregrinando pelo Norte e Nordeste brasileiros. Ergueu igrejas e mosteiros, protegeu índios e prostitutas, caminhou mais de dez mil quilômetros entre o Pará e a Bahia. Ganhou fama de taumaturgo, milagreiro. Por ordem e trama do primeiro-ministro Marquês de Pombal, Malagrida terminou acusado de blasfêmia e heresia. Ouviu a sentença de morte no alto de uma carroça, com um barrete de palhaço na cabeça, mãos amarradas para trás e batina pintada com figuras demoníacas. Quando Pombal, ao lado do rei d. José, ordenou a execução, o padre beijou as escadas do cadafalso, virou para o povo, jurou inocência e perdoou seus acusadores. Abaixou a cabeça, ajudou ao próprio algoz a colocar a corda em seu pescoço. Na primeira puxada, o laço se rompeu e a multidão gritou assombrada. A tragédia estava adiada por alguns minutos. Homens e mulheres começaram a prece dos agonizantes, mas não terminaram a oração. Foram impedidos pelos quatro mil soldados de prontidão. ‘‘Senhor, nas vossas mãos entrego minha alma’’. Derradeiras palavras. Em poucos segundos, o padre estava enforcado pela Santa Inquisição. O carrasco acendeu a fogueira, onde o corpo queimaria toda a madrugada, velado pelos milhares de fiéis. As cinzas foram jogadas nas águas do rio Tejo. Quando o dia amanheceu, os católicos de Lisboa espalharam uma mesma notícia: o fogo não queimara o coração do mártir. A tragédia de um peregrino Padre Severino ensina aos fiéis da Paraíba os feitos de Malagrida.

Gabriel Malagrida nasceu padre:
Ainda pequeno, na cidade de Menaggio, no Norte da Itália, aprendeu com o pai Giácomo, o dom da caridade. O patriarca era médico de renome, consultado até por príncipes, mas dedicava boa parte do trabalho ao cuidado de doentes pobres que visitava nas distantes montanhas. Gabriel ia junto. Adorava estudar religião e aproveitava as férias para ensinar catecismo aos irmãos e colegas da rua. Sua brincadeira predileta era montar altar no quintal. A mãe, Ângela, chamava o filho de ‘‘o anjo da casa’’. Era morada cheia de religiosidade. Na parte nobre da casa, havia o que os Malagridas apelidaram de o ‘‘quarto do santo‘‘ por conta do teto coberto de pinturas de Nossa Senhora. O sonho do casal era ver os filhos formados padre e rezando missa ali. O projeto deu certo. Dos onze herdeiros, três viraram sacerdotes. Aos 12 anos, o pequeno Gabriel foi estudar no colégio dos padres Somascos, na cidade de Como. Não era um aluno como os outros; tinha hábitos estranhos. Mordia os dedos até sangrar e quando lhe perguntavam a razão daquilo respondia: ‘‘é para a salvação dos infiéis’’. Nascia assim o costume das penitências físicas que o acompanhou até o fim da vida. Em 1713, no seminário, em Gênova, onde se formou jesuíta com 24 anos chegava a fazer jejuns três vezes por semana. Dizia que era para refrear a natureza e guerrear contra as tréguas do corpo. Era comum ele se açoitar publicamente. Uma vez, em Salvador, na Bahia, Malagrida rezava o sermão na Matriz quando lhe apontaram um homem pecador, cheio de vícios e de ‘‘ignóbeis costumes’’. Como não conseguia, com palavras, converter o cidadão, Malagrida, então, bateu-se com o chicote até o sangue espirrar de suas costas. Ao assistir à dolorida cena, o pecador não se conteve: em lágrimas, ajoelhou-se nos pés do padre, implorando com gemidos o perdão de seus crimes.

A Seguir... você vai conhecer um pouco da biográfia do peregrino que construiu abrigos para prostitutas, fez procissões imensas, criou a Ordem do Sagrado Coração de Jesus e denunciou padres e governadores corruptos. Para conhecer vestígios deixados pelo religioso no Brasil, A nossa equipe percorreu parte das trilhas de Malagrida no Piauí, Maranhão, Ceará, Paraíba e Pernambuco. Junto com o ‘‘Aos povos de Itália não cansam meios de chegar à salvação; além-mar, pelo contrário, inúmeras nações jazem ainda nas trevas da idolatria: vamos acudir a essas almas desamparadas’’. Com esses argumentos, Gabriel Malagrida convenceu o Bispo Geral dos Jesuítas a virar missionário nas Américas. Trocava os estudos avançados de teologia e literatura pela catequese dos índios. Saiu de Lisboa e desembarcou em São Luís do Maranhão no final do ano de 1721, mas demorou dois anos até ser mandado para a primeira missão com os índios. Seus superiores preferiam o erudito religioso nas salas de aula dos seminários de jesuítas e achavam que Malagrida não estava preparado para o convívio com os arredios nativos. Depois de muitas súplicas, o padre conseguiu realizar o antigo sonho. Foi missionário indígena entre 1723 e 1729. Percorria as matas a pé, vestido com a batina preta típica dos jesuítas. Não era a melhor maneira de atravessar o interior maranhense. ‘‘Quem quer andar por essas terras tem que se proteger do mato com roupa de couro e andar sempre a cavalo ou num burro’’, ensina José Assunção e Silva, o Zé Doca, boiadeiro na região de Caxias, antiga Aldeias Altas. Nesse lugar, Malagrida passou em 1726 para catequizar os Guanarés, etnia desaparecida do Maranhão. No Século XVIII, esses índios eram numerosos e arredios ao contato com os brancos. Já haviam sofrido com os portugueses quando Malagrida iniciou o trabalho de catequese. Penou até conquistar a confiança dos Guanarés. Chegaram a decidir em assembléia que matariam o padre. Só conseguiu escapar porque na hora da excução, uma índia velha conteve o braço do nativo. ‘‘Suspende’’, gritou a mu-lher. Explicou que da última vez em que um índio matou um padre roupeta-negra, terminou devorado por vermes. Assustados, os Guanarés liberaram o jesuíta. ‘‘Dificilmente se reconhece o tipo humano nos índios moradores desta região. Abrigam-se em cavernas como as feras e alimentam-se unicamente de caça. As vezes travam-se em pelejas e então devoram os vencidos’’, descreveu Mathias Rodrigues, um dos companheiros de apostolado de Malagrida e que escreveu relatos do tempo em que os dois estiveram no Brasil. O manuscrito de Rodrigues está hoje na biblioteca dos padres boulandistas, em Bruxelas, na Bélgica, mas o professor Vitor Leonardi conseguiu cópia microfilmada da preciosidade. ‘‘É o documento mais importante sobre Malagrida’’, resume Vitor que nos próximos meses irá editar livro com a íntegra do texto. Pelas linhas escritas por Mathias Rodrigues, Malagrida ainda considerava os índios bárbaros selvagens, mas não aceitava sua escravidão. Durante os seis anos em que conviveu com tribos do Pará e do Maranhão, o jesuíta defendeu a tese de que as aldeias deveriam ficar longe do contato com os portugueses. Temia pela saúde moral e física dos nativos. Ou seja, combatia a tradição dos colonizadores que pegavam índios para trabalhar na lavoura de cana. 

Em 1729, Malagrida foi retirado da missão indígena e levado para São Luís. 

Primeiro Milagre...
A vida na capital não sossegou o padre. Em São Luís, iniciou nova etapa de sua jornada: a de missionário popular. Ao invés de índios, cuidava agora dos brancos, moradores da periferia. Dava aula de teologia durante a semana e aos sábados partia para os povoados vizinhos de São Luís. Era livro grosso com as rezas cotidianas que, por vezes, servia de travesseiro quando o religioso adormecia no mato. Para se proteger da floresta fechada, usava um cajado, até bem pouco tempo guardado na Itália como relíquia e apelidado de ‘‘o bordão do peregrino’’ ‘‘Malagrida era pregador carismático’’, explica Miguel Martins Filho, 39 anos, padre, professor de literatura e diretor do Instituto Gabriel Malagrida, em João Pessoa. É ali que se formam todos os jesuítas brasileiros. O que Miguel chama de carisma aparece no jeito de Malagrida atrair os ouvintes. Nos dias santos em São Luís juntava os fiéis em frente a igreja e com um estadandarte nas mãos, saíam todos em procissão cantada pelas ruas da cidade. Paravam nas praças e o padre reunia o povo em volta dele. Ali, dava aula de catecismo, representava teatralmente as principais passagens bíblicas e depois interrogava a platéia sobre o assunto. Foi numa dessas pregações interativas em São Luís que Malagrida fez o que os livros tratam como seu primeiro milagre. Falava aos fiéis sobre a importância da reconciliação entre inimigos quando um dos ouvintes contou que cometera injúria mortal contra um de seus parentes. Na frente do antigo desafeto, contou que estava disposto a pedir perdão, mas o homem não quis fazer as pazes. Malagrida, indignado interferiu. ‘‘Meu irmão, não quereis perdoar ao vosso próximo para que o Senhor vos perdoe?’’. Repetiu a pergunta várias vezes, mas como o indivíduo insistia na recusa, Malagrida gritou atordoado: ‘‘Pecador, recusas a escutar o teu Deus que te convida a perdoar, não tardará que prestes conta a teu juiz da tua dureza, e sofrerás então o castigo merecido’’. Pronto, em menos de 24 horas o infeliz morreu com tiro de mão desconhecida. O povo passou a tratar Malagrida como ‘‘o profeta’’. Carregou esta fama para sua grande viagem missionária, iniciada em julho de 1735 do Maranhão até a Bahia. Primeira longa parada: Piracuruca, no norte do Piauí. ‘‘Servia de igreja aí uma vil casa de farinha com quatro paredes mal pintados por cima, cheia de morcegos. Eu mesmo dei a idéia de construir grandiosa igreja. Todos ofereceram suas esmolas’’, conta Malagrida numa carta mandada ao Bisbo do Algarve, em Portugal. Passados 262 anos, o templo de Piracuruca está de pé. Seu padre, José da Silva Ribeiro, 37 anos, vive pedindo esmolas aos moradores da cidade. Para Malagrida, o Brasil parecia uma Babilônia de pecados. Reclamava dos casamentos fora da Igreja, se horrorizava com a luxúria dos padres e se impressionava com o número de prostitutas. Nos oito dias em que passava em cada cidade, o jesuíta pregava contra os amancebados, chegava a praguejá-los. Em fevereiro de 1744, fazia missão no povoado de Várzea Nova, no interior da Paraíba, quando descobriu homem e mulher que viviam juntos há anos sem oficializar a união. Malagrida foi até a casa dos dois. Tentou convencê-los a dar um ‘‘jeito cristão’’ à história. A mulher concordou, mas o homem achou bobagem aquele falatório do padre. Malagrida renovou seus pedidos, fez pregações públicas sobre o caso, até que num dos sermões avisou que se o cidadão não mudasse de idéia se perderia para sempre. Em 24 horas, o homem morreu com uma terrível dor de cabeça. Neste mesmo povoado de Várzea Nova, a fama milagreira de Malagrida resistiu ao tempo. ‘‘Desde menina, ouço os antigos contarem que o padre Malagrida encostou a mão numa criança que morria de febre e ela ficou logo boa’’, diz Maria Salete da Silva, 58 anos, nascida na região. Ali, não há mais as curas providenciais do padre, porém quem adoece é atendido no posto de saúde de nome Gabriel Malagrida. Na frente, há uma enorme estátua de cimento do jesuíta. 


Vigários do Prazer...
Durante suas expedições, Malagrida cruzou com muitos companheiros de batina fora da linha. Alguns chegavam a cobrar para rezar missa, outros conheciam os prazeres da carne. Tinham mulheres e filhos, o que para Malagrida era um escândalo sem precedentes. ‘‘Esbarrei num vigário que tinha três mancebas patentes e vinte filhos’’, denunciava o missionário em carta aos superiores. Se o barbudo Malagrida era exigente com os fiéis e religiosos, pior ainda era sua auto-cobrança. Tamanha austeridade impressionava até os poucos padres corretos das vilas por onde passava. ‘‘Depois de um sono brevíssimo, o santo padre começava a meditação. Recitadas as horas canônicas, dirigia-se ao confessional e daí por volta da hora décima da manhã, subia ao tablado e explicava a doutrina cristã. Permanecia em ação de graças até a primeira hora da tarde e até mais. Voltando a casa comia, ou poucas favas ou um pouco de leite’’, relatava em carta João Brewer, padre de Ibiapaba, cidade onde Malagrida ficou entre 5 e 17 de fevereiro de 1747. O lugar, chama-se hoje Viçosa do Ceará. Lá, no altar da igreja matriz ainda existe uma imagem de Gabriel Malagrida, de quatro palmos de altura. ‘‘Ele está vestido de São Francisco de Assis porque a imagem foi mandada para reforma e o artista adorava os franciscanos’’, explica o monsenhor Francisco das Chagas Martins, pároco da igreja há 50 anos. ‘‘Tudo aqui é antigo. Nossa igreja é a mais velha do Ceará. Foi fundada em 1602’’. 

Madalenas...
O maior tormento de Malagrida eram as ‘‘mulheres da vida’’. Considerava a prostituição um dos problemas mais graves da colônia. ‘‘Naquele tempo, se uma menina perdia a virgindade, caía em desgraça na sociedade e acabava entrando para a prostituição. Malagrida sonhava em fazer alguma coisa por essas mulheres’’, conta Ilário Govoni, jesuíta italiano, morador de Terezina e autor do único livro publicado no Brasil sobre Malagrida. Chama-se O Missionário Popular do Nordeste. O desafio de ‘‘endireitar’’ prostitutas perseguiu Malagrida até 1742, quando conseguiu financiamento para construir o Convento do Sagrado Coração de Jesus em Igarassu, em Pernambuco. Ali, abrigou 40 mulheres da vida, desejosas de conversão. Saíram em romaria de João Pessoa até a cidade pernambucana. ‘‘Este asilo de Madalenas arrependidas tinha âmbito regional. Às que não podiam casar, por causa de impedimentos ou delas próprias ou dos homens com quem viviam, por já serem casados, abriam-se-lhes as portas desta casa, onde ficavam ao abrigo da miséria e de recaídas’’, escreveu o historiador Serafim Leite, no livro a História Eclesiástica no Brasil. ‘‘Hoje só aceitamos donzelas. Todas nós somos donzelas’’, apressa-se em explicar Maria Medeiros de Paula, 48 anos, e atual diretora do Convento. É freira desde os 17 anos, nunca teve namorado e não gosta muito de falar do passado de pecado das fundadoras da instituição. ‘‘Hoje, só entra na Ordem do Coração de Jesus moça virgem’’. A 60 km dali, em João Pessoa, num outro endereço com placa de Malagrida, perder a virgindade é ganhar a vida. Na rua Gabriel Malagrida, no centro da capital paraibana, funciona o baixo meretrício da cidade. ‘‘Esse Malagrida era dos nossos. Nosso santo protetor’’, brinca dona Lucila Martins, 59 anos, dona de um dos bordéis da rua. 

O Triste Fim...
O triste fim do missionário em janeiro de 1754 Gabriel Malagrida embarcou para Lisboa certo de que conseguiria mais recursos para suas obras no Brasil. Enganou-se, embarcou para a morte. Famoso na corte por seu carisma de pregador, Malagrida era o confessor da rainha, o que despertava ciúmes de poderosos emergentes como Sebastião José de Carvalho, o Marquês de Pombal. Quando a rainha morreu, em 1754, Pombal virou primeiro ministro de Dom Jose I e iniciou perseguição sistemática contra Malagrida. Irritou-se profundamente quando, após o terrível terremoto de Lisboa de 1755, o religioso escreveu panfletos associando a tragédia às maldades da corte. Pombal não se conteve. Conseguiu que Malagrida fosse mandado para a cidade de Setúbal. Atentado em 3 de setembro de 1758, o rei D. José sofreu atentado quando voltava de uma farra noturna. Pombal arranjou testemunhas para envolver Malagrida no caso. No dia 9 de janeiro de 1759, Malagrida foi preso por crime de lesa majestade. Ficou numa cadeia imunda, onde usava tinta de paredes para escrever dois textos religiosos: um sobre a vida de Sant’Ana e outro sobre o retorno do Anti-Cristo. Malagrida acreditava que o apocalipse aconteceria em 1999. O incansável Pombal aproveitou para denunciar Malagrida à Inquisição como herege, mas os próprios juízes do Santo Ofício admitiram que não havia razões para condenar o religioso. Pombal, então, destituiu o presidente do Tribunal e nomeou seu próprio irmão, Paulo de Carvalho. A outra questão era a guerra guaranítica, travada no Sul do Brasil. Os jesuítas se aliaram aos índios contra os portugueses que queriam ampliar as fronteiras do país. Isso tudo não culminou apenas na morte da Malagrida. Em 1759, Pombal expulsou os jesuítas dos domínios portugueses. Foi mais longe. Em 1773, conseguiu do Papa Clemente XIV, a extinção da Companhia de Jesus em todo o mundo. A Companhia só voltou a existir em 1814 e os jesuítas só retornaram ao Brasil no final do século XIX.

Essa é a História de Gabriel Malagrida o nosso Saudoso Caboclo das 7 Encruzilhadas.

Saravá Umbanda

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Como o umbandista pode evoluir


A Umbanda é uma religião que estimula o autoconhecimento, a humildade, a disciplina, a caridade, a fé, a união e a paz mundial, alicerçada, entre outros, na comunicação entre encarnados e desencarnados, em busca do progresso, motivando o ser humano a uma busca infinita pela própria evolução. A Umbanda é uma religião de fatos concretos, situações verdadeiras e sentimentos claros.
Reconstituindo e recuperando as esferas astrais em busca de equilíbrio entre todas as formas de vida. A umbanda é uma religião de amor. Amor ao próximo e a todas as formas de vida, que cumpre seu objetivo de religar. Religar os seres em evolução, compostos por encarnados e desencarnados a Olorum.
Para isso, Ele nos envia Seus prepostos. Esses prepostos divinos têm claro sua missão Divina e, através dos limites determinados pelo astral, trabalham incansavelmente e incessantemente, começando pelo necessário autoconhecimento, depois caminham para o possível, dentro das limitações humanas, para modificar comportamentos, aprimorar pensamentos, purificar sentimentos.
Quando um espírito de luz irradia em direção a um encarnado, visando a melhoria da sua essência, às vezes, há resistência em absorver, aceitar e realizar as mudanças necessárias para a continuidade do processo evolutivo, porém, com a ajuda de outros espíritos de luz, encarnados, o ser humano se distancia dos sentimentos inferiores e assume a doutrina, o ensinamento, o sentimento vivenciado e, assim, se fecha, se protege contra a investida do baixo astral.
O médium umbandista, necessariamente, precisa conhecer sua personalidade, seu caráter, seus limites, sua história, seus percalços, qualidades e defeitos, porém, buscando sempre o aprimoramento diário, a busca pelo verdadeiro conhecimento e pelo correto desenvolvimento espiritual. Lembrando sempre que, a projeção das qualidades raramente é feita entre humanos, já a transferência das falhas e defeitos sempre ocorre.
Dessa forma, caso o médium não esteja vigiando, com atenção absoluta, corre o risco de absorver as mazelas humanas como sendo características pessoais, caindo no negativismo do outro e tornando-se presa fácil para as investidas das trevas. A treva nada mais é do que o próprio inferno criado pelo ser humano através da sua própria incapacidade de lidar com os sentimentos negativos que o envolvem e fazem parte desse planeta de provas e expiações.
Quando o ser humano se permite adotar conceitos, valores, sentimentos e pensamentos contrários às determinações das Leis Divinas, ele cai nas trevas da ignorância e se deixa abater e dominar pelo baixo astral, tornando-se, até que arrependa dos seus erros, se cure e se reequilibre, representante, às vezes, inconsciente, das trevas e não mais mensageiro ativo e pensante do Pai Oxalá. Esses mensageiros do amor enviados por Pai Oxalá[bb] são estrelas pequeninas que refletem, realçam o brilho do sol e iluminam os caminhos nas trevas. Gotas de luz, criadas, conduzidas e governadas por Pai Olorum que direcionam seus assistidos a cumprirem suas missões. Caberá a nós, umbandistas, fazermos essa ponte. Sem nos cansarmos de orar sempre, pedindo ao Pai esclarecimento, direcionamento, evolução e capacidade para lidar e aprimorar corações desequilibrados e vigiar.
Vigiar as investidas do baixo astral, suas artimanhas e armadilhas, ferindo sentimentos e buscando novos corações feridos e desamparados da existência de Olorum e da fé que não remove montanhas, mas remove seres descomunais do inferno em busca da evolução através do respeito e execução da lei maior. Ora, se o umbandista não tiver condições racionais, emocionais e espirituais para identificar uma investida do baixo astral[bb], pedir ajuda ou lutar contra ela, recolhê-la, curá-la e encaminhá-la ao seu lugar de merecimento, livrando a si próprio e ao semelhante das suas garras sutis, envolventes, enganadoras e cruéis, qual então é o nosso papel em todo esse contexto: Autoconhecimento? Autopreservação? Poder? Favorecer os mais próximos?
Se forem esses os nossos propósitos, não nos podemos considerar umbandistas e sim, simpatizantes, usuários, demagogos, ou ainda, enganadores, pois, o papel do umbandista na sociedade espiritual é a construção, ou melhor, a reconstrução da esfera espiritual, buscando o equilíbrio, a felicidade e a melhoria de todos os seres, a cura de todos os enfermos, a evolução de todos os espíritos. Essa sim é a verdadeira função da Umbanda na sociedade espiritual e, não somente, o resgate, a cura e a evolução de si próprio e dos seus afins.
A lei da afinidade nos mostra que ela existe para nos capacitar a identificar os espíritos que farão parte da nossa convivência, que farão parte da nossa caminhada evolutiva. A lei da afinidade não está escrita para nos separar, nos desabilitar ou nos impedir de ajudar, encaminhar, orientar, curar e amar os desequilibrados e incapazes de uma avaliação correta do significado e das maravilhas previstas nas leis divinas.
Para esses existem escolas astrais que os conduzirão e ensinarão os caminhos que devem seguir, mas se os umbandistas não estiverem atentos e não conseguirem absorver as leis ditadas pelo Pai Maior, não terão condições de orar verdadeiramente e vigiar atenta e corretamente suas próprias atitudes, seus próprios pensamento e seus próprios sentimentos e, dessa forma, não conseguirão ajudar nem a si próprios quem dirá aos famintos de conhecimento, amor, caridade e luz. Amai, orai e vigiai sempre e, assim, poderá se denominar Umbandista, mensageiro do amor e da luz de Pai Oxalá, pois cumprirá sua missão evolutiva nas leis do Pai Olorum[bb].
Que Pai Oxalá nos abençõe, guie nossa jornada e nos cubra com o Seu manto Sagrado.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Cuidados a serem tomados num Terreiro!


Primeiramente quando chegar à porta do Terreiro, peça licença aos guardiões da casa logo que entrar.  Dentro do Terreiro, sinta o ambiente, feche os olhos e respire fundo (a respiração é a base da vida, os ciclos e ritmos – o Fole Vital). Inspire os perfumes, as essências do Templo. Elas lhe despertarão sentimentos e prazeres jamais sentidos. Experimente…
Quando as entidades estiverem incorporadas, visualize bem e sinta a vibração do atabaque e das entidades. No passe, é necessário que você sinta a vibração da entidade, ou quem não sente vibração sentirá qualquer outro tipo de sensação que mostrará se a entidade está ali ou se é uma mistificação.
Qualquer tipo de entidade da linha branca não tem linguajar grosseiro nem fica falando da vida de outros ou até mesmo falando que fulano fez isso aqui ou macumba acolá. 
As entidades tem sempre que deixar uma mensagem de conforto. Se isso não acontecer fale com a entidade chefe, pois pode estar havendo mistificação! Tome muito cuidado com médiuns mistificadores; não existe na Lei de Umbanda Sagrada cobrar para fazer trabalho, muito menos a própria entidade falar que tem que ser cobrado. Isso é um imenso desrespeito com nosso Senhor Zambi (Deus) e com as entidades. Existem muitos engraçadinhos que querem ganhar a vida através de mistificação, portanto cuidado, irmãos!

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Dieta

TRONQUEIRA

Muitos são, os que chegam em um templo de Umbanda, se assustam com as firmezas existentes na porta.

Aquelas casinhas, conhecidas como tronqueiras, que tem como finalidade o assentamento das forças dos nossos exús e Pombagira.

A tronqueira é um recurso maravilhoso, colocado pelo astral em prol dos templos de Umbanda, que recebem os assistidos, na sua grande maioria, com seres trevosos à atormentá-los.

Este recurso, é no templo, um ponto de força, onde está firmado (ativado) o poder dos guardiões que militam em dimensões a nossa esquerda.

O ponto de força funciona como um pára-raios, é um portal que impede as forças hostis se servirem do ambiente religioso de forma deturpada.

No astral, os exús e Pombagira, utilizam-se dos elementos dispostos na tronqueira para beneficiar os trabalhos que são realizados dentro do templo.

Com estes elementos, estes abnegados servidores da luz, anulam forças negativas, recolhem e encaminham seres trevosos, abrem caminhos, protegem, etc..

Dentro de uma tronqueira, são dispostos vários elementos magísticos que são utilizados por guardiões de Lei.

Cito alguns mais simples, as firmezas deste ponto de força são velados e eles pedem que não se abram mistérios, mais que se faça os devidos esclarecimentos sobre o assunto, dando ênfase a importância ao aprendizado elevado.

Os tridentes dentro da tronqueira representam os poderes tripolares, onde através das energias emanadas por eles, os guardiões, diluem forças trevosas, envolvem seres para o resgate ou para aprisioná-los, forma um campo energo-magnético capaz de repelir ou atrair determinadas forças ou seres.

Sementes ou ervas, da mesma forma que os outros elementos, eles entram em campos específicos, onde as energias do tridente, do marafo, da vela, da ferradura, dos punhais, não entram.

Os punhais, emitem energias perfurantes, cortantes, dilacerantes, onde se utiliza para freiar forças negativas provenientes do embaixo.

Marafo, é o elemento dual, onde trás a união de dois elementos contrários, a água e o fogo, é um dos elementos mais utilizados, onde podemos com ele abrir portais e fechar aberturas de buracos negros.

Todos os trabalhos onde oferendamos os guardiões, este elemento é utilizado para fazer o fechamento com um círculo, ou a abertura.

Um copo deste elemento na tronqueira, funciona entre outras coisas como catalisador, filtro, condutor, amalgamado.

Existem vários tipos de elementos, que são velados, isso se faz necessário, para manter o devido resguardo dos trabalhos dos templo, evitando até que pessoas dêem mal uso a forças tão importantes a todos os templos de Umbanda.

Devemos saudá-los, de forma respeitosa quando adentramos nos templos.

Eles estão a serviço do Bem, da Lei Maior.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

SAUDAR

  
O Umbandista respeitoso e religioso deve sempre que entrar em um Centro, saudar  respeitosamente as Forças que sustentam aquele Centro e o próprio médium.

Deve-se no primeiro momento Saudar as Forças dos Srs. Guardiões e das Sras. Guardiãs assentadas na Tronqueira agradecendo a permissão de sua entrada naquela Casa Santa, agradecendo o recolhimento e encaminhamento de espíritos negativos que é realizado no ato da “simples” saudação, agradecendo a guarda, a força e a proteção que ELES realizam. Em segundo momento Saudar o Gongá e o Altar, local Sagrado de um Centro que deve ser respeitado e é onde se realiza a grande troca de energia, pois todas as Irradiações Divinas estão sendo projetadas sobre todos aqueles que reconhecem o Poder Divino.

O ato de “Bater Cabeça” não deve ser um “costume”, mas sim uma atitude de reverência diante dos Sagrados Orixás, é nessa hora que comungamos com Oxalá, Oxum, Oxossi, Xangô, Ogum, Obaluayê e Iemanjá pedindo que mantenham nossos olhos fechados para o ciúme, para o egoísmo e para a inveja, que mantenha nossos ouvidos fechados para a intriga e para a curiosidade que alimenta a fofoca, que mantenha nossos corações abertos para o amor, para a fé, para a compaixão e para a esperança, que mantenha nossa mente aberta para o discernimento, para a sabedoria e para a paciência, que mantenha nosso espírito purificado e iluminado para que assim possamos servir de “simples” instrumentos de Deus, da Lei e da Justiça. É o momento de agradecer, agradecer e agradecer por essa oportunidade única e excelsa que temos por estar diante do Poder Divino.

Em terceiro lugar e não menos importante, o médium deve Saudar e tomar a Benção de seu Pai ou Mãe Espiritual. Quando isso ocorre, o “filho” está reconhecendo seu Pai Espiritual como o detentor dos conhecimentos da Lei de Umbanda e como seu orientador, que o conduzirá, sustentará e protegerá dentro da doutrina religiosa Umbandista.
“Tomar a Benção” é um procedimento de reconhecimento de Grau e de respeito à Hierarquia, pois o Pai Espiritual é a voz, é a força, é o representante e o intermediário dos Orixás aqui no plano material e ele é escolhido e preparado pelas próprias Forças Divinas, pois se assim não fosse, não conseguiria sustentar uma gira ou realizar um “simples” desenvolvimento.

Cada Centro tem a sua forma de saudar o Pai Espiritual, mas quando o médium toma entre suas mãos a mão de seu Pai Espiritual, a beija respeitosamente, leva-a até a sua testa e a beija novamente, este ato representa o desejo de que aquelas mãos preparadas o conduza aos serviços de Deus ajudando-o a adquirir conhecimentos Sagrados.

Ao dizer: “Dai-me Pai, a sua benção” e o Pai Espiritual responder “Seja Oxalá quem lhe abençoe” ele está saudando acima de tudo a Trindade Divina e sendo abençoado POR OLORUN, POR OXALÁ E POR IFÁ. As mesmas atitudes devem ser realizadas ao sair do Centro, pois o médium sai do Sagrado para o Profano.

Matéria retirada do Jornal de Umbanda Carismática
JUCA Edição Nº 003 – Outubro 2006

domingo, 20 de outubro de 2013

O Filósofo e o Preto Velho


Texto do Jornal Nacional de Umbanda

Certo dia, um filósofo adentra a uma tenda de umbanda e senta-se no banquinho de um preto velho. Sua intenção era questionar, investigar; enfim, experimentar.
Ao se sentar, o preto velho já sabia o que ele queria, mas mesmo assim saudou-o gentilmente e perguntou em que poderia ajudar. O filósofo respondeu:
_ Meu preto velho, na era da biotecnologia vemos os cientistas avançarem cada vez mais nas pesquisas referentes à manipulação do material genético humano. Além disso, estamos na era do multiculturalismo, de forma tal que a diversidade, inclusive no sentido intelectual, se faz cada vez mais presente. Pergunto eu: _ o que pode um preto velho dizer sobre assuntos de tamanha complexidade?
Preto Velho, com toda sua calma, respondeu gentilmente ao filósofo:
Misin fio, vós suncê (Sic) tem palavra bonita na boca, por causa de que tu és homem letrado (Sic). Nego véio cá, num estudou nem escrevinhou essas coisa. Mas daqui do meu cantinho, aonde os ventos de Aruanda tocam em meus ouvidos, recebo as notícias que vem da Terra. Vejo também com meus próprios olhos e presencio as lágrimas e sorrisos que brotam como flores e espinhos no âmago de meus filhos.
Vou dizer a vós suncê uma coisa. Esse bicho chamado “biotecnologia”, eu sei muito bem como funciona. Misin fio, [bio] vem do grego “bios” = vida. “Téchne” e “Logos” também vem do grego, fio. Logo, biotecnologia é o conhecimento sobre as práticas (manipulação) referentes à vida.
Assim sendo, nego véio é a favor de tudo que respeita a vida e que é usado para o bem. O bem, não só de si mesmo, mas da humanidade. Uma faca pode ser uma ferramenta de cozinha e ajudar a preparar um alimento. No entanto, a mesma faca pode ser uma arma a machucar alguém. Não é a ferramenta, mas sim o que se faz com ela que torna perigosa a humanidade.
Pasmo, o intelectual não sabia o que dizer, tamanha sua surpresa sobre tão sábias palavras. E não só isto, o conhecimento até sobre a origem das expressões que vem do grego, aquela humilde entidade possuía.
Por alguns segundos sentiu um misto de inveja e indignação, uma vez que pensou ser mais conhecedor sobre as coisas da vida que o Preto Velho. Daí então indagou:
_ Você acha que suas opiniões podem superar a luz da ciência? Este, respondeu:
_ Fio, o que nego véio fala, nego véio comprova, pois este nego vivenciou. Caminhou na terra que vós suncê pisa hoje. Sorriu, chorou, se emocionou, amou. Conviveu com homens de bem e também com homens do mal. Fez suas escolhas e por isso é hoje um espírito guia. E só pude aqui chegar porque acertei na maioria das escolhas que fiz. Naquelas em que não acertei, tive que vivenciar novamente, até aprender. Assim como vós, na Terra.
Quanto aos estudos (risos), esse nego véio aqui não frequentou escola na última encarnação. Mas, das muitas encarnações que tive, eu estudei, me formei e, em algumas delas me doutorei. A medicina chinesa, a filosofia grega, a sabedoria hindu; tudo isso fez parte da minha evolução. Da matemática egípcia até os estudos astronômicos de Galileu pude aprender.

E depois de aprender tudo isso, sabe qual o maior ensinamento que obtive misin fio?!
A ter h –u- m- i- l- d- a- d- e.

Por isto, doutor, vós me vês na aparência de um velho escravo brasileiro,
semeador das raízes deste lindo país chamado Brasil, terra da diversidade, da multi culturalidade.
Que cada um formule a sua moral da história.
Porém, questione seus conhecimentos e veja se estão alinhados com os propósitos de simplicidade.

Pois sem ela, não se faz jus a benção do saber...

sábado, 19 de outubro de 2013

Preparo do Amaci – Parte 1


Salve sagrado leitor e amigo. Irmãos e irmãs em Mamãe Natureza!
Aqui não inventamos nada. Seguimos apenas a lógica da Criação Divina e a interpretamos conforme nosso ponto de vista, que é baseado em vivência, experimen­ta­ção e propósito – que nunca deixou de ser o de levar conhecimento simples e objetivo.
Já falamos em outras oportunidades sobre Amaci, mas é um assunto sempre pertinente e vale repeti-lo.
Os Amacis são assim chamados as águas de lavagem de cabeça que tem várias funções dentro dos rituais afro-religiosos e seus descendentes litúrgicos como a Umbanda.  Como o nome já diz, “água de lavagem de ca­beça, ou água para o ori”, preparados especial­mente para o uso na cabeça, no chacra coronário.
Dentro da Umbanda, o consagrado uso dos banhos, tomados em reservado, cada um em suas próprias casas, após seu banho normal, utilizando-se para tanto ervas e outros elementos, e serve como forma de trazer para o campo astral individual as vibrações, sejam dos Orixás, ou vibrações espe­cíficas desencadeadoras de ações (verbos) que acen­tuam nos campos vibratórios naturais huma­nos a força dessa ação.
Os banhos não requerem um conhecimento tão profundo, tanto que são recomendados pelos próprios Guias para que sejam usados pelos consu­lentes em suas casas.  A forma de uso segue o padrão que a entidade (Guia) achar necessário, ou que a própria pessoa e suas convicções acreditem ser o necessário: fervido ou não fervido; da cabeça aos pés ou do pescoço para baixo, etc.
Já os chamados “Amacis”, tem funções literal­mente específicas e seguem um padrão religioso-doutrinário próprio de cada casa, dirigente, propó­sito, enfim, há centenas, ou quem sabe até milha­res de formas e objetivos para se preparar um Amaci. Eles podem ser coletivos ou indivi­duais e o que vai determinar isso é exatamente o que citamos acima: o propósito e a convicção de quem o está preparando e quem irá recebê-lo.
Vale lembrar também que é uma questão de respeito e confiança receber um Amaci na cabeça. Esse ato litúrgico, honra o sacerdote e sua casa. Aplicar um Amaci na cabeça de um iniciando é um ato de muita força dentro dos Templos, e requer disciplina e retidão para que seja atingido seu objetivo. Não se usa um Amaci apenas “por usar”; é importante que se estabeleça um objetivo claro para o preparo. No próximo artigo, falaremos sobre os tipos de Amacis que podem ser usados.
É isso turminha, benção de Papais e Mamães Orixás em nossa vida !
Sucesso e muita saúde a todos!
Exemplo de Amaci – Orixá Iansã

Iansã é a aplicadora da Lei na vida dos seres emocionados pelos vícios. Seu campo preferencial de atuação é o emocional dos seres: ela os esgota e os redireciona, abrindo-lhes novos campos por onde evoluirão de forma menos emocional.

Elemento: Ar  (em movimento, a ventania)
Sentido Divino: Lei
Fator principal: Direcionador, movimentador
Atribuição: Direcionar e movimentar os seres no sentido evolutivo
Ervas Quentes: buchinha do norte, cânfora, espada de Santa Bárbara, quebra demanda, mamona, picão preto, bambu, fumo (tabaco), para raio (Santa Bárbara), tiririca, vence demanda, pinhão roxo.
Verbos atuantes nas ervas quentes: arrastar, arrebatar, dissipar, fulminar e remover.
Ervas Mornas: pitanga folha, peregun rajado, alfavaca, calêndula, camomila, cana do brejo, capuchinha, cidreira, cavalinha, chapéu de couro, cipó cravo, cipó s. joão, santa luzia, girassol semente, imburana, jurubeba, laranjeira, losna, sabugueiro, folha do fogo e pinhão branco.
Verbos atuantes nas ervas mornas: mover, movimentar, direcionar, espalhar, empurrar, agir e vibrar.
Flores: impatiens, palmas amarelas e vermelhas, açucena, tulipa, primavera (bougainvilea).
Frutas e alimentos: pitanga, laranja, abacaxi, grãos.


Banho / Amaci – purificador ou cura: Artemísia, losna, mamona, bambu folhas, cana folhas, tabaco, para raio.
Banho / Amaci – apresentação, gira ou iniciação: pitanga, eucalipto, peregun verde-amarelo, santa luzia, sabugueiro, laranjeira, girassol flor.


Firmeza à esquerda: olho de boi, valeriana, folhas variadas secas no tempo, pimentas.

Portais de cura: água de chuva, velas amarelas e vermelhas, pimentas amarelas, pedaços de bambu, flores.