segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

OXOSSI (Ou Odé, ou Mutalambô) – SÃO SEBASTIÃO


No sudeste do Brasil, Oxossi é sincretizado a São Sebastião. Quanto ao sincretismo, a história informa que São Sebastião nasceu em Milão e foi oficial da guarda pretoriana em Roma. Foi cristão convicto e ativo e por esse motivo padeceu também sob o domínio do imperador Diocleciano. Denunciado como cristão, São Sebastião foi levado perante o imperador e confessou publicamente a sua fé em Jesus Cristo. Acusado de traição foi condenado a morte. Amarrado a um tronco teve seu corpo varado por flechas. No dia seguinte constataram que não havia morrido. Levado novamente frente a Diocleciano, reafirmou novamente a sua fé, o imperador mandou então açoitá-lo até a morte. Esse fato ocorreu por volta do ano 284.
thumb_oxossiNa Umbanda, Oxossi é conhecido como o senhor das matas e da grande maioria dos caboclos. Sua cor é o verde, representando as matas das quais é o senhor absoluto. No Candomblé é conhecido como o “caçador” ou o protetor dos caçadores. Na Umbanda também é conhecido como o caçador, mas não de animais e sim, de almas e de homens, sendo a catequese seu maior objetivo. No aspecto espiritual, se Ogum é conhecido por sua enorme força, ele, porém, é muito agressivo. Oxossi já é conhecido por aliar a força com o bom senso, essas características emanam de Oxossi que se manifesta nos trabalhos de Umbanda, principalmente na manifestação dos caboclos e suas falanges. De Oxossi emana a altivez que encoraja a todos os seguidores da Umbanda, transmitindo grande segurança aos seguidores de nossos cultos.
As matas são para o umbandista os domínios de Oxossi. A função vibratória das matas é afirmar ou dar resistência a trabalhos ou consolidar trabalhos e obrigações.

thumb_saosebastiaoOs enviados de Oxossi ao nosso plano físico, são normalmente os caboclos, os índios de diversas nações de nossas matas e guerreiros africanos. Esses enviados são os grandes conhecedores dos grandes segredos (raramente revelados) que fazem curas, afastam influências negativas e protegem os seguidores da Umbanda.
A altivez do caboclo, a sua autoridade, a seriedade, a força, a coragem, a perseverança, o sentido de lutar para vencer, provém diretamente de Oxossi, pois essas são algumas de suas características.
Oxossi como Ogum, é um grande guerreiro, é um grande lutador, destemido, corajoso e sempre pronto para defender os seguidores da Umbanda ou aqueles que sob a sua guarda se colocam.
Nos trabalhos dirigidos unicamente por caboclos, nota-se a força e a altivez que emana de Oxossi. Quem o evoca e sob a sua proteção se coloca, jamais cai, fazendo valer o ditado umbandista:
“Filho de Umbanda (correto) não cai”
Nas obrigações a Oxossi, que devem forçosamente serem realizadas nas matas, podem ser utilizadas flores brancas, como cravos e lírios, velas verdes ou brancas, vinho tinto, água pura e frutas de toda espécie, porém repetimos: Orixás não comem e não bebem, mas se o seu coração pedir, faça, mas não deixe lá a garrafa, proteja a natureza, se acender velas proteja o local para não colocar fogo nas matas.
  • Cor ........................ Verde
  • Domínios ................As matas
  • Atuação ................. A catequese
  • Saudação ...............Oxossi é meu pai ou Okê arô Oxossi
  • Elemento ............... Terra

domingo, 19 de janeiro de 2014

Homenagem ao Pai Oxossi

Fonte: pagina do Facebook - Sou Umbanda

Oh caçador! Guerreiro de uma única flecha. Rei das Matas, Rei da Umbanda. Pai da Inspiração e da Esperança, daí-me as bênçãos da prosperidade e inspira-me os pensamentos do bem.
Ajuda-me no sustento da minha fé; a fim que possa cumprir com minhas obrigações e meus deveres neste mundo.
Indica-me com sua flecha sagrada os verdadeiros caminhos da prosperidade.
Dai-nos tranqüilidade para superarmos todas as ingratidões, todas as calúnias!
Dai-nos coragem para transmitir uma palavra de alento e conforto aqueles que sofrem de enfermidades para quais, na matéria, não há cura!
Dai-nos força para repelir aqueles que desejam vinganças e querem a todo custo magoar seus semelhantes!
Okê Caboclo,
Okê Sr. Oxossi.
Saravá Sr. Oxossi.
Assim Seja.

sábado, 18 de janeiro de 2014

CRÔNICA DE UM ESTÁGIÁRIO MACUMBEIRO II


Marafo.
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Então eu finalmente coloquei a roupa branca e decidi entrar de vez nessa história de Umbanda. Afinal, o chá de sal grosso que me mandaram tomar antes das giras já não estava mais tão assim intragável, mesmo que ainda fizesse um efeito “descarrego” no meu estômago. Perguntei a mais gente se eles usavam sal grosso pra descarrego e me disseram que sim, então deve ser normal mesmo…

Bom, voltando ao terreiro. Quando finalmente tomei a decisão de fazer parte da corrente, uma primeira dúvida me surgiu: e os colares? Perguntei pro pai de santo da casa e ele me falou que, antes de tudo, eu tinha que fazer o anjo da guarda, que correspondia a um colar branquinho e bem simples que todas e todos tinham.
Ele me instruiu a comprar um quartinho, uma vela de sete dias e umas continhas pra fazer o colar (o nome certo é guia, me falaram…). Depois de tirar todas as minhas coisas de um dos dois quartinhos que eu tenho aqui em casa pra deixar ele pro anjo dormir, fui procurar em vários umbandários a vela e as continhas, e descobri que “quartinho” era tipo um potinho onde a gente ia colocar alguma coisa pro anjo beber… Aff. Que burro. Mas tudo bem, e sem preconceitos com a bebida do anjo gente! Afinal, se Jesus bebia vinho, anjo da guarda também tem direito a uma folguinha!!!
Fiz a guia, que levou só 5 horas pra ficar pronta (coordenação motora fina = 0), comprei a vela grandona e então percebi que faltava algo… Que que um anjo bebe meu Deus?! Fiquei preocupado porque faltava só duas horas para a gira e eu ainda ia ter de tomar um banho de ervas e o chá activia de sal grosso… Mas, tranquilo. Peguei o telefone e liguei pro meu 0800-macumba, ou seja, o telefone de um amigão meu do terreiro e perguntei: “cara, que que meu guardião bebe?”. Ao que ele me respondeu que, possivelmente, algum “Marafo”, e desligou, já que as pessoas tem mais o que fazer do que ficar tirando dúvida de última hora de estagiário.
Como o mercado é perto, eu fui voando pra lá. Marafo, marafo… Procurei na seção de bebidas e não encontrei nada com esse nome. Perguntei pra uma atendente de cabelo compridão e saia e ela só disse que “o sangue de Jesus tem mais poder”! Certamente que tem moça, eu respondi, mas ainda preciso de um tal de “Marafo”…
Tava quase desistindo quando, numa inspiração divina, resolvi ligar novamente pro meu amigo. “Irmão, tá difícil arranjar o tal de Marafo… Que mais que eu posso levar pro meu anjo guardião?”. Ele riu e disse “é, não é bem um anjo, mas não é do mal também… Leva um pito então…” e desligou novamente. Obrigado TIM por esse sinal maravilhoso. Se as incorporações dependessem de você, certamente que a entidade ia baixar, falar uns 20 segundos, dar umas falhadas e dizer “a entidade chamada encontra-se ocupada ou fora da área de vibração”…
Voltei ao mercado… Pito… pitu… Perguntei à mocinha da saiona de vicolycra se ela tinha esse tal de “pito” então, e que era pra já, porque meu guardião precisava de algo pra beber… Não vou repetir a pregação que ganhei quando disse isso, mas só sei que, enquanto ela gritava, meu olho caiu numa garrafa: PITU. É isso!!! Pitú! Como eu sou burro, pensei, nem fui procurar direito o negócio… que falta de fé!
Peguei a garrafa todo feliz e fui pro terreiro. Quando cheguei lá, coloquei ela do meu lado dentro da gira. O pessoal achou estranho, mas eu explicava que era pro meu anjo. Uma irmã riu e disse “nossa, que nome carinhoso pro seu exú!”… Hahahaha, que besta, ela nem sabe que Pitu é a bebida dos anjos mas, enfim, não vou julgar, estamos todos aqui apra aprender…
Quando foi a hora, o preto velho baixou no terreiro. Ele nos chamou pra ficar pertinho dele e, um a um, foi acendendo nossas velinhas, baforando um charudo nas guias, e fazendo um montão de salamaleques muito legais que eu não entendi, mas amei.
Então ele disse “fios, ceis trouxero as quartinha de oceis pro preto enche?”. Eu peguei minha quartinha e minha Pitu, todo orgulhoso. E então percebi que NINGUÉM tinha trazido bebida pro seu anjo. Que descaso! As pessoas às vezes se esquecem de quem faz tanto pela gente só porque não vemos eles trabalhando… Paciência né? O anjo deve estar acostumado.

Quando eu vi que o preto velho pegou da jarrinha de água dele pra encher eu disse “não precisa meu pai, eu trouxe a minha!”, e completei a garrafinha de porcelana com minha Pitu. O silêncio foi geral. O ogã engasgou. A mãe pequena teve uma crise de risos e teve de ser levada pra fora. Crianças choravam, médiuns chacoalhavam a cabeça em reprovação.
Eu sei o que você estão pensando: poxa, como você teve a ousadia de trazer uma garrafa de casa ao invés de dar ela pro terreiro e deixar todo mundo usar? Bom, só digo em minha defesa que eu não sabia dessa possibilidade, e que achei que, como era pro meu anjo, era pra ser a garrafa dele porque, sei lá né, vai que tem que trocar todo dia e eu é que não vou ficar comprando cachaça no mercado depois do esporro que levei da moça do cabelão!
Enfim, o preto velho ficou calado. De repente, ele JOGOU MINHA PINGA NO CHÃO, pediu pra que eu lavasse o quartinho (que, se eu fosse um pouco mais besta, ia achar que era pra lavar o quartinho dos materais de trabalho como castigo pela minha insolência) e completou com a água dele, ainda me dando de presente uma pedrinha.
Ninguém falou comigo depois da gira. As pessoas me olhavam com cara de quem te viu oferecendo cigarro pra Erê (eu já vi erê fumando gente! Eram uns erês mais mau-encarados e piadistas, mas eles fumavam!!!) e eu fui pra casa, com minha Pitu embaixo de um braço e o quartinho no outro… Mas fui feliz! Afinal, meu anjo tinha sua garrafinha lá e, se ele quisesse, era só me pedir. No fim das contas, acho que vou doar a garrafa pro terreiro e ficar só com a aguinha mesmo… É mais barato e não me sujeita a ser exorcizado a cada passada que eu der no mercado!
É isso pessoal. Agora tenho de colocar as coisas de volta no meu quartinho…hahahaha!
Saravumba!

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Ciganos Mirins: Quem São?




Como quase todas as linhas de trabalho, a linha dos ciganos é também composta por seus mirins, essenciais para o trabalho. Os ciganos mirins, no entanto, formam uma linha pouquíssima conhecida, fazendo a interseção entre a linha das crianças e a linha dos ciganos. Diferentemente dos erês, os ciganinhos não brincam muito, mantendo uma postura de maior seriedade. Eles gostam mesmo é de dançar.

Quando em terra, se divertem dançando, dando passes e realizando a tarefa principal desta linha: a cura e o equilíbrio. São exímios curadores, trazendo aprendizados milenares de magia, leitura de mãos (ciganinhas), cura, em especial física, e reequilíbrio geral. Podem descer tanto junto a egrégora cigana como junto a ibeijada. Eis aí um dos motivos pelo qual não são percebidos.

Pela calma que passam, não demoram para serem confundidos com ciganos normais. Se assim ocorrer, os mirins tratam de aceitar as denominações, não fugindo dos ensinamentos da casa. Desta forma, dão normalmente apenas o primeiro nome que trazem, não se identificando como mirins. Porém, por terem alguns comportamentos infantis quando descem, podem ser aderidos aos erês, formando o que seria uma ibeijada do oriente cigano, ou seja, se alguém os aceitar como crianças, eles passam a trabalhar e atuar como crianças. O que querem é trabalhar, seja de qualquer forma.

Estão sempre abertos a trabalhar e a se mostrar. Sempre que aceitos, com carinho, eles se apresentam como são com todo o seu amor e sua inocência. As meninas gostam de tiaras e pulseiras, os meninos, de arquétipos próprios de suas raízes ciganas.

Os nomes que dão, assim como com as demais meninadas, é o diminutivo de nomes adultos, exemplo:

Cigana Esmeralda – Esmeraldinha

Cigano Rodrigo – Rodriguinho

Cigano Pablo – Pablinho (Pablito)

A forma com que o nome vem pode variar de entidade a entidade. Algumas se apresentarão com nomes espanhóis no diminutivo, outras, com nomes realmente em português. Ao que tudo indica, os nomes indicam, como nos mirins de esquerda, a linha de ciganos adultos que trabalham. Lembramos sempre que não é simplesmente pelo fato de o médium trabalhar com o cigano Wladimir, que o seu ciganinho será “Wladimirzinho”.

Suas oferendas podem ser entregues nos jardins ou em locais específicos. Normalmente são recheadas de frutas carregando alguns doces e tem-se o costume de, após o processo, doar as guloseimas e tudo mais que for comestível usados no trabalho a crianças que vivem em situação de miséria, lembrando a fama cigana de povo nômade.

Sabemos ainda muito pouco sobre eles, no entanto, podemos aprender ainda mais, basta aceitá-los como trabalhadores. O trabalho espiritual é rico demais e nele todos são aceitos. Aceitemos e desfrutemos dos benefícios que a espiritualidade nos traz.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Ser Cigano - Por Cigana Sarita




Ser cigano (a) é sorrir e cantar mesmo quando a opressão dos preconceituosos bate a sua tenda.

Ser cigano (a) é sorrir na chuva e agradecer todos os dias por estar vivo e poder cantar e dançar em torno da fogueira.

Ser cigano (a) e ser livre e ter a certeza que felicidade mesmo é poder gritar OPTCHÁ!

Ser cigano (a) é ter no coração um caminho de luz;

É sentir na alma uma estrela;

É ter o mar sua companhia;

É compreender o amor em sua harmonia;

É ser livre dos pensamentos negativos,

Porém preso aos pensamentos positivos.

Ser cigano (a) é ter o céu como seu teto, a terra como sua casa e a liberdade como sua religião.

Ser cigano (a) é...

Sentir a liberdade ao caminhar com os pés descalços, expressar os sentimentos no bailar livre, louvar a natureza e seus elementos, orar para que Santa Sara sempre nos cubra com seu manto sagrado confiando-lhe nossa vida e sabedoria...

Por Cigana Sarita

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Sindrome do esfriamento da fé.

Por: Pedro Francisco Santos Neto.

O significado de síndrome é conjunto de sinais e sintomas observáveis em vários processos patológicos diferentes e sem causa específica, ou seja, uma síndrome pode ser varias doenças, que apresentam os mesmos sinais e sintomas.
O que é fé? A Fé é uma faculdade da alma, do espírito, e cabe-nos desenvolvê-la em nós mesmos, portanto uma virtude a ser cultivada, como outras virtudes. “Ter fé, diz Emmanuel no Livro O Consolador, é guardar no coração a luminosa certeza em Deus, certeza que ultrapassou o âmbito da crença religiosa, fazendo o coração repousar numa energia constante de realização divina da personalidade. Conseguir a fé é alcançar a possibilidade de não mais dizer eu creio, mas afirmar eu sei, com todos os valores da razão, tocados pela luz do sentimento.” 
A fé, preconizada pelo Espiritismo, não é uma fé contemplativa, mas sim, dinâmica, edificada vagarosamente pelo Espírito, à medida que evolui, mas grande parte das pessoas admite que a fé, seja doada a alguns espíritos privilegiados pelo favor divino, sendo que no meio Espírita canalizamos a fé, atribuindo aos espíritos superiores o amparo a nossas tarefas ,assim como os nossos irmãos evangélicos colocam toda a sua fé , mesmo as coisas mais corriqueiras da vida, ao amparo divino devido sua crença a alguns dogmas preconizados pelo seu pastor. 
Lembramos que a fé verdadeira é avalizada pela humildade, a qual é o mais nobre das virtudes, ou seja, a pedra mais preciosa da coroa das virtudes dos espíritos elevados. Sem humildade a fé, torna-se fanatismo. 
A advertência de Jesus cala fundo em nossas consciências, quando diz: “homens de pouca fé”-Mt 8:26 ou em outros momentos onde declarava,“que eles nem fé tinham ainda” Mc 4:40.
Hoje como no passado, observamos em nosso meio à mesma discussão que ocorria entre os discípulos de Mestre: “quem é o maior”, chamando-os Jesus a humildade ,quando orientava, que o maior “seria o servidor de todos”.
Nos tempos atuais, época de transição, torna-se muito claro os sintomas e sinais da síndrome do esfriamento da fé, nos vários setores da doutrina Espirita, sendo alguns relacionados abaixo:
Médiuns que se arrogam no direito de usufruir os benefícios da fama obtida pela mediunidade.
Dirigentes que disputam cargos, se arrogando serem os melhores preparados para as tarefas, não oferecendo oportunidades aos mais novos.
Trabalhadores da casa espirita e não da causa, que não aceitam o que de bom existe em outros grupos ou movimentos. 
Preocupação exageradas com os espíritos trevosos, acreditando que são tão importantes, que estes espíritos perdem tempo para persegui-los.

Reforma intima de superfície criando mascaras de “bom espiritas”.
Permissividade a vícios materiais como o álcool, antidistônicos e o fumo, alegando que alguns médiuns famosos bebem e fumam, esquecendo que o mesmo tem suas lutas internas e também necessitam de reforma intima para vencer os seus vícios e defeitos, como qualquer um de nós.
Desejo precoce de pregarem a doutrina, sem estudo profundo dos temas, ficando apenas na superfície, formando assim palanques a vaidade.
Dificuldades de relacionamento entre os trabalhadores, criando campo fértil aos melindres.
“E muitos outros, sinais e sintomas, facilmente observáveis no cotidiano dos centros espirita, mas como diz o ditado: Fé não se prescreve, mas creio ser oportuno lembrar o apostolo Tiago a respeito da fé:” Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?
E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano,
E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?
Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.
Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras”. 
Tiago 2:14-22
Pedro Francisco Santos Neto.
Petrolina, 28-04-2013

HISTÓRIA DE UM CIGANO


Saudação de luz a você Amado (a), posso falar a você só o que conheço.
Em relação à Linha Cigana, é importante ressaltar que não se confundam os Ciganos de Umbanda com os que agregaram a este Povo por circunstâncias da vida. Sou um Cigano no circunstancial, ou seja, minha mãe teve um relacionamento com um Cigano, e era casada com um importante comerciante de tecidos da cidade de Campos dos Goytacazes – RJ, de tudo ela fez para que eu fosse abortado, não conseguindo, me entregou a cozinheira da casa, para que esta desse rumo a minha vida. A cozinheira por não ter condições para me criar fez uma troca com uma Cigana que estava acampada na Cidade na época, Dona Abigail Amir, que deu em troca, dois anéis de ouro, uma pulseira de ouro branco e dois Brasões da Época do Império, vivi com Dona Abigail até os nove anos de idade. Até que decidi sair pelo mundo…
De quase tudo conheci, por várias localidades do Estado do Rio de Janeiro e do Estado de São Paulo, andei.
Sobrevivi da vida diária: capinei, varri, por ter aprendido a ler, escrevi cartas, fui pescador, contador de histórias… enfim um nômade, um ser errante…
Hoje na Umbanda só falo do que sei, e do que conheço, deixando para os que querem estudar e saber as origens e fundamentos do Povo Cigano, a condição de se responsabilizar pelo que dizem.
Eu sou o Cigano da Umbanda, na Umbanda e pela Umbanda e só sei fazer Umbanda. As Ciganas e os Ciganos com quem eu convivo são como eu: amantes da vida, da natureza e de tudo que é manifestado por ela.
Por exemplo: Beatriz, a Cigana Negra dos Olhos Azuis, que lutou pela dignidade de seu Clã, 43 escravos, que eram tratados de forma sub humana…
Lisandra a virgem de 23 anos, que salvou seus pais da miséria, fazendo espetáculos de danças, sem nunca se deixar corromper pelo sexo…
Raiana, Cigana que acreditou no amor, e pelo homem que amou foi abandonada, vendendo seus préstimos como serviçais domésticos criou quatro filhos, sendo três homens e 1 mulher, um deles tornou-se 1º Tenente na Guerra do Araguaia. Hoje se manifesta na Umbanda…
Conheço tantas outras e tantos outros Ciganos na Umbanda, Almir, sendo braço direito, que guerreio pela defesa dos Quilombos.
Antenor intelectual que dedicou aos livros e as crônicas, que contribuiu para as mudanças Políticas e Sociais deste País.
Bartolomeu filho de uma negra com um branco,…
Eu sou assim… da vida, pela vida e com a vida!!!
PELO ESPIRITO PHILLERMON – TRANSCRITO PELO MÉDIUM ALEX DE OXÓSSI (2003)

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Por que no meio da dor os negros, dançam, cantam e riem?

Fonte: http://leonardoboff.wordpress.com/2013/12/12/por-que-no-meio-da-dor-os-negros-dancam-cantam-e-riem/

Milhares de pessoa em toda a Africa do Sul misturam choro com dança, festa com lamentos pela morte de Nelson Mandela. É a forma como realizam culturalmente o rito de passagem da vida deste lado para a vida do outro lado, onde estão os anciãos, os sábios e os guardiães do povo, de seus ritos e das normas éticas. Lá está agora Mandela de forma invisível mas plenamente presente acompanhando o povo que ele tant ajudou  a se libertar.
Momentos como estes nos fazem recordar de nossa mais alta ancestralidade humana. Todos temos nossas raízes na Africa, embora a grande maioria o desconheça ou não lhe dê importância. Mas é decisivo que nos reapropriemos de nossas origens, pois elas, de um modo ou de outro, na forma de informação, estão inscritas no nosso código genético e espiritual.
Refiro-me aqui tópicos de um texto que há tempos escrevi sob o título:”somos todos africanos” atualizado face à situação atual mudada. De saída importa denunciar a tragédia africana: é o continente mais esquecido e vandalizado das políticas mundiais. Somente suas terras contam. São compradas pelos grandes conglomerados mundiais e pela China para organizar imensas plantações de grãos que devem garantir a alimentação, não da Africa, mas de seus países ou negociadas no mercado especulativo. As famosas “land grabbing” possuem, juntas, a extensão de uma França inteira. Hoje a Africa é uma espécie de espelho retrovisor de como nós humanos pudemos no passado e podemos hoje ainda  ser desumanos e terríveis. A atual neocolonização é mais perversa que a dos séculos passados.
Sem olvidar esta tragédia, concentremo-nos na herança africana que se esconde em nós. Hoje é consenso entre os paleontólogos e antropólogos que a aventura da hominização se iniciou na África, cerca de sete milhões de anos atrás. Ela se acelerou passando pelo homo habilis, erectus, neanderthalense até chegar ao homo sapiens cerca de noventa mil anos atrás. Depois de ficar 4,4 milhões de anos em solo africano este se propagou para a Asia, há sessenta mil anos; para a Europa, há quarenta mil anos; e para as Américas há trinta mil anos. Quer dizer, grande parte da vida humana foi vivida na África, hoje esquecida e desprezada.
A África além de ser o lugar geográfico de nossas origens, comparece como  o arquétipo primal: o conjunto das marcas, impressas na alma de todo ser humano. Foi na África que este elaborou suas primeiras sensações, onde se articularam as crescentes conexões neurais (cerebralização), brilharam os primeiros pensamentos, irrompeu a criatividade e emergiu a complexidade social que permitiu o surgimento da linguagem e da cultura. O espírito da África, está presente em todos nós.
Identifico três eixos principais do espírito da África que  podem nos inspirar na superação da crise sistêmica que nos assola.
O primeiro é o amor à Mãe Terra, a Mama Africa. Espalhando-se pelos vastos espaços africanos, nossos ancestrais entraram em profunda comunhão com a Terra, sentindo a interconexão que todas as coisas guardam entre si, as águas, as montanhas, os animais, as florestas e as energias cósmicas. Sentiam-se parte desse todo. Precisamos nos reapropriar deste espírito da Terra para salvar Gaia, nossa Mãe e única Casa Comum.
O segundo eixo é a matriz relacional (relational matrix no dizer dos antropólogos). Os africanos usam a palavra ubuntu que singifica:”eu sou o que sou porque pertenço à comunidade” ou “eu sou o que sou através de você e você é você através de mim”. Todos precisamos uns dos outros; somos interdependentes. O que a física quântica e a nova cosmologia dizem acerca de interconexão de todos com todos é uma evidência para o espírito africano.
À essa comunidade pertencem os mortos como Mandela. Eles não vão ao céu, pois o céu não é um lugar geográfico, mas um modo de ser deste nosso mundo.  Os mortos continuam no meio do povo como conselheiros e guardiães das tradições sagradas.
O terceiro eixo são os rituais e celebrações. Ficamos admirados que se dedique um dia inteiro de orações por Mandela com missas e ritos. Eles sentem Deus na pele, nós ocidentais na cabeça. Por isso dançam e mexem todo o corpo enquanto nós ficamos frios e duros como um cabo de vassoura.
Experiências importantes da vida pessoal, social e sazonal são celebrados com ritos, danças, músicas e apresentações de máscaras. Estas representam as energias que podem ser benéficas ou maléficas. É nos rituais que ambas se equilibram e se festeja a primazia do sentido sobre o absurdo.
Notoriamente é pelas festas e ritos que a sociedade refaz suas relações e reforça a coesão social. Ademais nem tudo é trabalho e luta. Há a celebração da vida, o resgate das memórias coletivas e a recordação das vitórias sobre ameaças vividas.
Apraz-me trazer o testemunho pessoal de um dos nosos mais brilhantes jornalistas, Washington Novaes:”Há alguns anos, na África do Sul, impressionei-me ao ver que bastava se reunirem três ou quatro negros para começarem a cantar ea  dançar, com um largo sorriso.Um dia, perguntei a um jovem motorista de taxi:”Seu povo sofreu e ainda sofre muito. Mas basta se juntarem umas poucas pessoas e vocês estão dançando, cantando, rindo. De onde vem tanta força?” E ele: “Com o sofrimento, nós aprendemos que a nossa alegria não pode depender de nada fora de nós. Ela tem de ser só nossa, estar dentro de nós.”
Nossa população afrodescendente nos dá a mesma amostra de alegria que nenhum capitalismo e consumismo pode ofecer.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

A história de Iansã Oiá

Iansã





Iansã

A história de Iansã Oiá, literalmente, “aquela que rasga”, e que eu reconto aqui é para elas:

Iansã Oiá tinha um pai adotivo e vivia com ele na mata.
Ele era o maior de todos os caçadores.
Um dia, morreu e deixou Oiá muito triste.
Ela decidiu que queria fazer uma homenagem para o pai.
Embrulhou seus pertences de caça num pano, preparou suas iguarias favoritas.
E dançou e cantou por sete dias, espalhando seu vento por toda parte e fazendo vir todos os caçadores da terra.
Na sétima noite, embrenhou-se na mata e depositou ao pé de uma árvore sagrada os pertences de seu pai.
Olorum, que sempre vê tudo, ficou comovido.
Fez da jovem Iansã guia dos mortos no caminho sagrado, Orum Aiê e mãe dos espaços dos espíritos.
Fez de seu pai, Odulecê, um orixá.
E do gesto de Oiá, o ritual ao qual todos os mortos têm direito: comidas, cantos, danças e um espaço sagrado…
Iansã teve muitos homens e de cada um ganhou uma coisa importante:
De Ogum, o ferreiro divino, ganhou nove filhos e o direito de usar a espada para defender-se e defender os outros;
De Oxaguiã, o jovem construtor, ganhou um escudo para proteger-se dos inimigos;
De Exu, o mensageiro, ganhou o direito de usar a magia e o poder do fogo para realizar desejos;
De Oxóssi, o caçador, ganhou o saber da caça para alimentar seus filhos;
De Logun Edé, o senhor das matas, ganhou o direito de tirar das cachoeiras os frutos d’ água para seus filhos;
Com Xangô, o juiz, viveu o resto da vida e ganhou dele o poder do encantamento, o posto da justiça e o domínio dos raios.
Um dia, houve uma festa, todos os orixás estavam presentes.
Omulu-Obaluaê, o temido orixá das doenças, chegou vestido de palha. Ninguém o reconheceu e nenhuma mulher quis dançar com ele.
Mas eis que, de repente, Oiá-Iansã entra na roda e atreve-se a dançar com o Senhor da Terra.
E tanto girava que levantou o vento, e o vento descobriu a palha de Omulu.
Todos puderam ver o quanto ele era belo.
E o reverenciaram.
Ele ficou tão grato que fez de Oiá a rainha dos espíritos dos mortos, Oiá Igbalé, a condutora dos eguns, os espíritos dos mortos).
E ela dançou de alegria a sua dança que convoca o vento.
As filhas de Iansã devem ser assim, apaixonadas, amantes dos temporais, amazonas de ventanias…

domingo, 5 de janeiro de 2014

HOMENAGEM AO FEMININO




"Certo dia parei para observar as mulheres e só pude concluir uma coisa: elas não são humanas. São espiãs. Espiãs de Deus, disfarçadas entre nós.

Pare para refletir sobre o sexto-sentido.
Alguém duvida de que ele exista?

E como explicar que ela saiba exatamente qual mulher, entre as presentes, em uma reunião, seja aquela que dá em cima de você?

E quando ela antecipa que alguém tem algo contra você, que alguém está ficando doente ou que você quer terminar o relacionamento?

E quando ela diz que vai fazer frio e manda você levar um casaco? Rio de Janeiro, 40 graus, você vai pegar um avião pra São Paulo. Só meia-hora de vôo. Ela fala pra você levar um casaco, porque "vai fazer frio". Você não leva. O que acontece?
O avião fica preso no tráfego, em terra, por quase duas horas, depois que você já entrou, antes de decolar. O ar condicionado chega a pingar gelo de tanto frio que faz lá dentro!
"Leve um sapato extra na mala, querido.
Vai que você pisa numa poça..."
Se você não levar o "sapato extra", meu amigo, leve dinheiro extra para comprar outro. Pois o seu estará, sem dúvida, molhado...

O sexto-sentido não faz sentido!

É a comunicação direta com Deus!
Assim é muito fácil...
As mulheres são mães!

E preparam, literalmente, gente dentro de si.
Será que Deus confiaria tamanha responsabilidade a um reles mortal?

E não satisfeitas em ensinar a vida elas insistem em ensinar a vivê-la, de forma íntegra, oferecendo amor incondicional e disponibilidade integral.
Fala-se em "praga de mãe", "amor de mãe", "coração de mãe"...

Tudo isso é meio mágico...
Talvez Ele tenha instalado o dispositivo "coração de mãe" nos "anjos da guarda" de Seus filhos (que, aliás, foram criados à Sua imagem e semelhança).

As mulheres choram. Ou vazam? Ou extravazam?

Homens também choram, mas é um choro diferente. As lágrimas das mulheres têm um não sei quê que não quer chorar, um não sei quê de fragilidade, um não sei quê de amor, um não sei quê de tempero divino, que tem um efeito devastador sobre os homens...

É choro feminino. É choro de mulher...

Já viram como as mulheres conversam com os olhos?

Elas conseguem pedir uma à outra para mudar de assunto com apenas um olhar.
Elas fazem um comentário sarcástico com outro olhar.
E apontam uma terceira pessoa com outro olhar.
Quantos tipos de olhar existem?

Elas conhecem todos...

Parece que freqüentam escolas diferentes das que freqüentam os homens!
E é com um desses milhões de olhares que elas enfeitiçam os homens.

EN-FEI-TI-ÇAM !

E tem mais! No tocante às profissões, por que se concentram nas áreas de Humanas?
Para estudar os homens, é claro!
Embora algumas disfarcem e estudem Exatas...

Nem mesmo Freud se arriscou a adentrar nessa seara. Ele, que estudou, como poucos, o comportamento humano, disse que a mulher era "um continente obscuro".
Quer evidência maior do que essa?
Qualquer um que ama se aproxima de Deus.
E com as mulheres também é assim.

O amor as leva para perto dEle, já que Ele é o próprio amor. Por isso dizem "estar nas nuvens", quando apaixonadas.
É sabido que as mulheres confundem sexo e amor.
E isso seria uma falha, se não obrigasse os homens a uma atitude mais sensível e respeitosa com a própria vida.
Pena que eles nunca verão as mulheres-anjos que têm ao lado.
Com todo esse amor de mãe, esposa e amiga, elas ainda são mulheres a maior parte do tempo.
Mas elas são anjos depois do sexo-amor.
É nessa hora que elas se sentem o próprio amor encarnado e voltam a ser anjos.
E levitam.
Algumas até voam.
Mas os homens não sabem disso.
E nem poderiam.
Porque são tomados por um encantamento
que os faz dormir nessa hora." (Luis Fernando Veríssimo)


Por  Carla Deri

Com gratidão acolho a todas as "mulheres" da minha vida...as que me criaram, as que partiram cedo, as que vieram e compartilharam, as que deixaram marcas indeléveis, as que muito exemplificaram, as que muito falaram, as que criaram sonhos comigo, as que plantaram sorrisos, as que colheram tempestade, as que cozinharam junto, as que conversam mentalmente, as que se afastaram, as que se calaram, as que me machucaram, as que curaram, as que choraram comigo e por mim, as que ainda estão por vir...e as que não conhecerei!

Que neste dia o sagrado feminino seja celebrado no ventre da mulher que cria vida e no coração do homem que compartilha a sensibilidade de reconhecer a singeleza da sua parcela feminina de ser. E para os que ainda não despertaram, que o tempo seja gentil...permitindo que flua a natureza de ser o que se é...

Bendita seja a Mãe Terra que acolhe seus "filhos" na mais bela gestação de Amor! Que nossos pés saibam se enraizar e se reconectar com a natureza do mundo e com a natureza de sermos mulheres!!

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

NOSSA AGENDA 2014

Atendimento Espiritual de Umbanda
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
02
Atividade Suspensa
09
Direita
16
Cigano
23
Direita
30
Esquerda
06
Caboclo
09
Cachoeira (*)
13
Cigano
20
Direita
27
Esquerda
(*) Confirmar
06
Baiano
13
Cigano
20
Direita
27
Esquerda


03
Cigano
10
Esquerda
17
Direita
24
Festa Ogum


Grupo Apométrico
Terça-feira – 19 horas

Trabalho com Guardiões

Terça-feira – 20 horas



As datas poderão sofrer alterações