Na última gira, uma entidade me entregou uma vela e pediu que eu levasse ela na cruz das almas, na kalunga pequena. “Tudo bem”, pensei eu, e fui pra casa cantando a música do Seu João Figueira riscando o ponto na Caveira, ou algo assim.
Procurei a tal Cruz no tal bairro Kalunga, não achei nem um nem o outro. Então eu aproveitei que tinha que comprar uns pedacinhos de madeira branca (afinal, a entidade pediu que eu tivesse em casa alguns tocos) e perguntei na rua onde ficaria a tal da Kalunga, e me indicaram o shopping estação…
O site com os endereços de várias kalungas tá aqui, apesar de nenhuma delas se chamar “pequena”:http://www.kalunga.com.br/lojas/endereco/parana/7.
Enfim, acabei escolhendo um canto da loja, acendi minha vela e comecei a cantar a música do seu João Figueira. Me arrastaram pra fora e chamaram a polícia, me acusando de tentativa de incêndio.
Daí eu me pergunto: tem como viver num país assim? Como é que tanta gente vai nessa tal de Kalunga e não recebe esse tratamento? Tenho certeza que é por isso que o seu joão foi ser guardião dessa tal de Kalunga, pro povo da Umbanda poder fazer suas coisas lá…
Da próxima vez, vou na kalunga grande, que me disseram que fica lá pro litoral. Pelo menos numa loja maior, fica mais difícil de me pegarem…
por Daniel Fauth Martins