Procedimento do Corpo Mediúnico dentro do Terreiro
Todo médium deve chegar pelo menos, se possível, 15 minutos antes dos trabalhos começarem.
Fazer a saudação para os guias da escora, A saudação ao Exú é Laroyê Exu, Exu é Mojubá - LARÓYÈ = salve, que também quer dizer salve compadre, boa noite “moça”. Exú é MOJUBÁ - Moju (Viver a noite) Bá (armar emboscadas) ou seja “armar emboscadas vivendo a noite”. Mas na Umbanda o trabalho dos Exús é o de guardião. Assim ao cumprimenta-lo estamos dizendo: Salve aquele que vive à noite e que arma emboscadas. Assim estamos reconhecendo seu poder e ao mesmo tempo estamos pedindo “Àquele que vive a noite, que nos livre das emboscadas”.
Acender a vela para o seu Guardião no Cruzeiro das Almas, pedindo o apoio e amparo deles para os trabalhos que irão começar.
Cruzar três vezes a porta do terreiro, com a mão direita, (isso o obrigará a tocar o solo com um dos joelhos, ato de humildade que significa que o referido filho de fé reconhece estar pisando em solo sagrado) e entrar na área sagrada sempre pedindo licença para entrar.
Dirigir-se para a área reservada a troca de roupa. Voltando ao terreiro, cumprimentar os seus irmãos de fé, sem estardalhaços e dirigir-se ao seu lugar de costume.
O terreiro é um lugar de meditação e trabalhos espirituais, não de comentários e observações que não digam respeito aos trabalhos, estudos.
A meditação e a firmeza de cada médium evitam que ocorram fatos desagradáveis durante os trabalhos.
Todos os médiuns e iniciantes devem auxiliar os guias que trabalham no terreiro, porque cambonear é uma forma de aprender e também de doutrinar seu pensamento e maneira de ser, por isso faz parte da evolução espiritual.
Todo médium que não esteja concentrado deverá ficar atento na incorporação e desincorporação de seus irmãos de fé, pois é dever de todos evitar que acidentes aconteçam.
A participação do médium nos trabalhos é muito importante no seu desenvolvimento espiritual e mental, porque é uma forma de aprendizagem e de elevação do espírito. É por isso que gostaríamos de frisar a importância da participação dos médiuns nesse desenvolvimento.
Procure dar exemplos de paciência e desprendimento, servindo a todos com bondade e dedicação. A verdadeira vida é do amor e do serviço. Derrame seu amor sobre todas as coisas criadas, desde a tenra plantinha até as constelações que gravitam nos espaços siderais e, sobretudo, tenha amor pelas criaturas humanas que vivem ao seu lado, como seus companheiros na jornada de trabalho.
Não dê ouvidos às intrigas e calúnias. Só as árvores frutíferas são apedrejadas, na tentativa de derrubar seus frutos. A uma árvore estéril ninguém dá importância. A calúnia muitas vezes é uma honra para quem a recebe. Nunca para seu serviço por causa da calúnia, se parar está dando razão ao caluniador.
Siga em frente e todos acabarão se calando e, no final, aplaudirão o seu trabalho.
As dúvidas que surgirem no campo mediúnico deverão ser levadas ao conhecimento do dirigente, para melhores explicações e esclarecimentos. Quando o médium souber algo à respeito de seu irmão e que o mesmo está sujeito à complicações com terceiros, deverá dirigir-se aos dirigentes e explicar o fato, porque o mal se corta pela raiz.
São muitas as oportunidades que os filhos de fé recebem, basta saber aproveitá-las.
A fofoca, a intriga e a calúnia não são bem quistas dentro de um terreiro, queremos sim, a disciplina.
É dever do médium fazer banho de defesa em todos os rituais com as ervas tradicionais, abster-se de sexo, bebidas e carne no dia do trabalho.
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