segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Sindrome do esfriamento da fé.

Por: Pedro Francisco Santos Neto.

O significado de síndrome é conjunto de sinais e sintomas observáveis em vários processos patológicos diferentes e sem causa específica, ou seja, uma síndrome pode ser varias doenças, que apresentam os mesmos sinais e sintomas.
O que é fé? A Fé é uma faculdade da alma, do espírito, e cabe-nos desenvolvê-la em nós mesmos, portanto uma virtude a ser cultivada, como outras virtudes. “Ter fé, diz Emmanuel no Livro O Consolador, é guardar no coração a luminosa certeza em Deus, certeza que ultrapassou o âmbito da crença religiosa, fazendo o coração repousar numa energia constante de realização divina da personalidade. Conseguir a fé é alcançar a possibilidade de não mais dizer eu creio, mas afirmar eu sei, com todos os valores da razão, tocados pela luz do sentimento.” 
A fé, preconizada pelo Espiritismo, não é uma fé contemplativa, mas sim, dinâmica, edificada vagarosamente pelo Espírito, à medida que evolui, mas grande parte das pessoas admite que a fé, seja doada a alguns espíritos privilegiados pelo favor divino, sendo que no meio Espírita canalizamos a fé, atribuindo aos espíritos superiores o amparo a nossas tarefas ,assim como os nossos irmãos evangélicos colocam toda a sua fé , mesmo as coisas mais corriqueiras da vida, ao amparo divino devido sua crença a alguns dogmas preconizados pelo seu pastor. 
Lembramos que a fé verdadeira é avalizada pela humildade, a qual é o mais nobre das virtudes, ou seja, a pedra mais preciosa da coroa das virtudes dos espíritos elevados. Sem humildade a fé, torna-se fanatismo. 
A advertência de Jesus cala fundo em nossas consciências, quando diz: “homens de pouca fé”-Mt 8:26 ou em outros momentos onde declarava,“que eles nem fé tinham ainda” Mc 4:40.
Hoje como no passado, observamos em nosso meio à mesma discussão que ocorria entre os discípulos de Mestre: “quem é o maior”, chamando-os Jesus a humildade ,quando orientava, que o maior “seria o servidor de todos”.
Nos tempos atuais, época de transição, torna-se muito claro os sintomas e sinais da síndrome do esfriamento da fé, nos vários setores da doutrina Espirita, sendo alguns relacionados abaixo:
Médiuns que se arrogam no direito de usufruir os benefícios da fama obtida pela mediunidade.
Dirigentes que disputam cargos, se arrogando serem os melhores preparados para as tarefas, não oferecendo oportunidades aos mais novos.
Trabalhadores da casa espirita e não da causa, que não aceitam o que de bom existe em outros grupos ou movimentos. 
Preocupação exageradas com os espíritos trevosos, acreditando que são tão importantes, que estes espíritos perdem tempo para persegui-los.

Reforma intima de superfície criando mascaras de “bom espiritas”.
Permissividade a vícios materiais como o álcool, antidistônicos e o fumo, alegando que alguns médiuns famosos bebem e fumam, esquecendo que o mesmo tem suas lutas internas e também necessitam de reforma intima para vencer os seus vícios e defeitos, como qualquer um de nós.
Desejo precoce de pregarem a doutrina, sem estudo profundo dos temas, ficando apenas na superfície, formando assim palanques a vaidade.
Dificuldades de relacionamento entre os trabalhadores, criando campo fértil aos melindres.
“E muitos outros, sinais e sintomas, facilmente observáveis no cotidiano dos centros espirita, mas como diz o ditado: Fé não se prescreve, mas creio ser oportuno lembrar o apostolo Tiago a respeito da fé:” Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?
E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano,
E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?
Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.
Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras”. 
Tiago 2:14-22
Pedro Francisco Santos Neto.
Petrolina, 28-04-2013

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