quarta-feira, 15 de maio de 2013

Umbanda é Alegria

Escrito por Mãe Lurdes de Campos Vieira   


Religião e alegria não são coisas dissociadas, pois uma deve fazer parte da outra, na vivência das coisas sagradas. Sabemos que há religiões de extremo rigor, cujas práticas não combinam com a alegria. Mas, "para buscar Deus, o homem não necessita desfigurar a face. Recorde que o encontro com Deus há de ser o funeral de todos os pesares." Mateus - 6.16.

Viver com alegria, além de sábio, é saudável, pois a vida sem alegria pode levar à depressão. Para enfrentarmos as dificuldades cotidianas, é preciso praticar e incorporar a alegria às nossas vidas, de maneira cada vez mais rica e profunda.


Expressamos alegria quando cantamos, quando dançamos, celebrando momentos de festa, quando sorrimos e abraçamos nossos irmãos com sinceridade e amor. Expressamos alegria quando praticamos nossa religião, quando agimos com respeito, dedicação, cerimônia e fraternidade.
A alegria de viver não nos desvia do caminho espiritual, mas, sim, nos conduz e nos faz caminhar por ele, dissipando nossos medos e dúvidas, dando-nos segurança, firmeza e fé. Encontrar a verdadeira alegria é a tarefa espiritual mais difícil de todas.

Quando temos a certeza de que encontramos nossa verdadeira senda religiosa e a praticamos com amor e devoção, sentimo-nos plenos, realizados e felizes. Tão felizes que nada mais pode nos impedir de celebrarmos a nossa felicidade e contentamento. Só então podemos demonstrar verdadeiramente nossos sentimentos de amor e devoção ao Divino Criador  e às suas Divindades.         

Na Umbanda, praticamos nossos rituais com muita alegria, assim como fizeram e fazem diversos povos, nas várias religiões, ao longo dos séculos. Ao lado da seriedade, da reverência e do respeito, cantamos, dançamos, batemos palmas ao ritmo da curimba, elevamos nosso pensamento a Deus e aos Orixás, evocamos e clamamos a eles a ajuda divina.

Entregamo-nos de corpo e alma às divindades que louvamos, com júbilo sagrado, e somos brindados com a imensa alegria que nossa religião nos proporciona. Ao mesmo tempo, nosso contentamento é o presente que oferecemos a Deus e às suas Divindades Sagradas, os Orixás, juntamente com nossa fé, religiosidade e amor.

Em todos os rituais e celebrações umbandistas a alegria faz parte da experiência do sagrado. Ela acende nossos corações, ilumina e renova nossa esperança de vencermos a escuridão, na busca espiritual. Ela é fundamental e se expressa até mesmo no final das giras, quando retornamos para casa energizados, felizes por termos conseguido uma aproximação maior com a espiritualidade e pela ajuda que propiciamos aos nossos irmãos.

O desejo por coisas materiais e prazeres terrenos nos enfastia com rapidez, nos deixa insatisfeitos. O único que pode nos conceder alegria imperecível é Deus, pois Dele nunca nos fatigamos. A sempre renovada alegria da alma, sintonizada com o Divino Criador, faz vibrar todos os átomos de nosso corpo, fazendo-nos adotar o procedimento correto em tudo.

A felicidade, destino traçado pelo Criador para todos nós, é a nossa grande meta. Para alcançá-la e usufrui-la, cada um deve esforçar-se e construir o seu caminho, na comunhão Divina. A felicidade ocorre quando vivemos a Lei de Deus.

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