segunda-feira, 13 de maio de 2013

VENERÁVEIS PROTETORES


Até o ano de 1900, aportaram no plano astral cerca de 8 milhões de almas africanas e seus descendentes. Foi daí que surgiu uma reunião de negros, anciões em sua maioria, que idealizavam e comandaram um movimento de retorno ao plano físico através da mediunidade. Pretendias demonstrar, prática e lucidamente, duas coisas: às autoridades da religião dominante que estas careciam de um elemento primacial, prioritário: a religiosidade, e à sociedade brasileira, como um todo, que era possível responder às atrocidades, sofridas por mais de três séculos, sem violência, desforra nem vingança.

São da natureza da raça africana, entre outras virtudes, a tolerância, alegria, musicalidade, meiguice, desejo de servir, além da sabedoria das idades sorvida biologicamente pela religião africana.
No astral, outro fator veio aumentar seus entendimento, ou seja, a compreensão do comportamento mesquinho e bestial da humanidade encarnada. Unidos a um milhar de indígenas e outras criaturas vítimas do sistema colonial, decidiram por uma proposta essencialmente humanista a quem deram o nome de Umbanda. O segundo passo foi o envio inicial de uma dezena de almas, liberadas por um índio, que a si próprio deu o nome de Caboclo das Sete Encruzilhadas, para anunciar a fundação de uma nova religião. Isso aconteceu em novembro de 1908.
No mais, é só vê-los pessoalmente nos terreiros, com sua proverbial paciência, humildade e segurança, dando orientação, conselhos, advertindo mansamente sobre os perigos, numa conversação que se torna coloquial com os “sinhô e sinhá”, tudo isso num clima de harmonia, esperança e paz. Milhares de problemas são resolvidos: perseguições debeladas, reconciliações, desmanchos de trabalhos e, sem que muitos percebam, a lição maior ao cidadão componente da desenfreada sociedade de consumo: busque a si mesmos e descobrirá o causador dos problemas e da discórdia reinante.

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