terça-feira, 10 de setembro de 2013

PINEAL – A MORADA DA ALMA?

O físico Erwin Schrödinger, no epílogo do seu livro "O Que é a Vida?", fez uma
inferência interessante, a partir de um postulado simples: "EU sou a pessoa - se é
que existe alguma - que controla o movimento dos átomos, de acordo com as Leis
da Natureza." Sim, porque você não é a soma de seus átomos (em apenas um ano
98% de seus átomos são trocados por outros!) e, assim, também não pode ser seu
cérebro. Acreditava-se também que o cérebro funcionasse como a CPU
(processador) dos computadores, de forma rígida e mecanicista, mas ele também é
inteligente, no sentido de procurar rotas neuronais alternativas para cumprir a
função que ficou prejudicada, e novos neurônios esta nascendo o tempo todo, ao
contrário do que acreditavam os cientistas até alguns anos atrás. Aliás, sobre esse
assunto, quando o escritor espiritual (e ex-médico) André Luiz nos fala da estreita
relação existente entre os neurônios e o perispírito no livro "Evolução em dois
mundos" cap. IX, ele escreve algo que pode ser interpretado dubiamente: "Os
neurônios nascem e se renovam, milhões de vezes, no plano físico e no plano
extrafísico, na estruturação de cérebros experimentais, com mais vivos e mais
amplos ingredientes do corpo espiritual, quando em função nos tecidos físicos, até
que se ergam em unidades morfológicas definitivas do sistema nervoso". Estaria ele
falando da gênese de um sistema nervoso definitivo, ou da contínua evolução de
suas unidades no decorrer da vida? Gostaria que estudiosos desse de André Luiz
colaborassem nesse tópico.
Ainda assim, nós não somos nossos neurônios. Então, o que somos? Onde está
nossa alma? O filósofo René Descartes defendia a tese de ela estaria na glândula
pineal, e explica:
"A razão que me leva a crer seja essa glândula a sede da alma é não encontrar, em
todo o cérebro, nenhuma outra parte que não seja dupla. Ora, não vendo senão uma
única cousa com os dois olhos, não ouvindo senão um mesmo som com os dois
ouvidos, e, enfim, não tendo nunca senão um pensamento ao mesmo tempo, é
absolutamente necessário que as impressões, que nos chegam através dos olhos, dos
ouvidos, etc., se unam em alguma parte do corpo para serem aí consideradas pela
alma. (...) Ora, não podemos encontrar nenhuma outra nestas condições, em toda a
cabeça, senão a glândula pineal, que se acha, além do mais na situação mais
adequada para esse fim, isto é, no meio, entre todas as concavidades, sustentada e
cercada por pequenas ramificações das carótidas, que trazem os espíritos ao
cérebro."
Alma na pineal? Já imaginou o toda a essência humana contida numa glândula do
tamanho de um feijão? Passemos adiante, ainda no campo da filosofia, desta vez
espírita, na questão 146 de O Livro dos Espíritos:
"A alma tem, no corpo, uma sede determinada e circunscrita?
— Não. Mas ela se situa mais particularmente na cabeça, entre os grandes gênios e
todos aqueles que usam bastante o pensamento e no coração dos que sentem
bastante, dedicando todas as suas ações à Humanidade."
Ou seja, até possui uma área de influência maior no corpo em certas áreas de
interesse do espírito. Mas daí a se situar no corpo vai longe...
Só que a pineal teima em aparecer em outras culturas, com grande importância: Na
filosofia hindu, o sexto chakra, Ajna, está localizado um pouco acima dos olhos,
entre as sobrancelhas (ponto conhecido como bhrumadhya). É simbolizado por um
olho - o tão falado "terceiro olho" - que seria o olho da mente. Quando este chakra é
estimulado e desenvolvido, ou seja, quando o olho é "aberto" através de mantras e
meditações, é revelada uma nova dimensão da realidade para o praticante.
Estudiosos ocidentais encararam isso como uma metáfora poética e nada mais.
Até que, em meados do século 19, quando o território da Austrália começou a ser
explorado, um réptil nativo chamou a atenção dos pesquisadores, o Tuatara
(Sphenodon punctatum). Este animal tem, em adição aos seus dois olhos, um
terceiro encrustrado no crânio, revelado apenas por um pequeno orifício coberto por
uma membrana, possui uma retina e uma conexão nervosa com a pineal, mas
cientistas disseram que não possui funcionalidade, já que não possui conexão com o
cérebro. A presença desse terceiro olho é um desafio para os cientistas, já que quase
todos os vertebrados possuem uma estrutura homóloga no centro do crânio, seja
répteis, peixes, pássaros e mamíferos. Essa estrutura é conhecida como a glândula
pineal.
Essa glândula está situada no cérebro, entre os dois hemisférios. No embrião, a
pineal começa a se formar como um verdadeiro olho, e depois é que degenera! Já
está demonstrado que a glândula é sensível a luz, por conter fotorreceptores iguais
aos presentes na retina dos olhos. Ela é um órgão cronobiológico, um relógio
interno que capta as radiações do Sol e da Lua e dá ao organismo a referência de
horário. Baseado nisso, ela produz o hormônio melatonina, que regula os instintos
de acordar e dormir. Também produz naturalmente traços do químico
dimetiltriptamina (ou DMT), que é alucinógeno (encontrado no chá Ayahuasca).
E qual a relação da pineal com o chakra Ajna? É que, na tradição da Yoga, o Ajna
origina-se a partir da glândula pineal, muito embora a Teosofia, através do livro Os
Chakras, de Leadbeater, fale que na maioria dos indivíduos o vórtice dos Chakras
Coronário e Ajna convergem para a glândula pituitária, mas em alguns casos
(médiuns? sensitivos?) o Coronário se inclina até a pineal, como mostra o desenho
ao lado, mas não o Ajna. Confusão estabelecida, consultei Lázaro, da lista
Voadores, e obtive a resposta: "a relação dos chakras com glândulas é, segundo
conhecimentos mais recentes, e médicos espiritualistas de alto discernimento, uma
relação simbólica, por equivalência de funcionalidade. E ainda assim indireta, uma
vez que os chakras se ligariam aos plexos, e estes sim às glândulas endócrinas".
Então, ao meu ver, parece ser uma questão de discutir o sexo dos anjos, já que a
coisa toda é metafísica, energética, e não física. Seja como for, pra explicar de uma
forma didática e prática, o Ajna atua sobre a glândula HIPÓFISE (pituitária,
embaixo), enquanto o Coronário atua sobre a glândula EPÍFISE (pineal, em cima).
Ainda assim, não se pode negar uma clara relação do chakra Ajna com a pineal,
como pudemos observar no caso de Hira Ratan Manek, que não se alimenta há mais
de 7 anos e obtém energia através da estimulação da pineal com raios solares,
através da retina, mas que também sugere para se abastecer de energia apenas o uso
do terceiro olho (Ajna).
Na Yoga, os nadis Ida e Pingala se encontram no centro da testa, que é a morada da
alma (Atman). Para representar a importância deste ponto, os hindus usam o Tilaka,
um símbolo que pode ter diferentes formas e significados. Os Vaishnavites
(seguidores de Vishnu) usam uma marca em forma de U neste ponto, chamada de
Urdhva-pundra, já os seguidores de Shiva usam o Shaivite Tripundra tilak,
composto por três linhas horizontais, símbolo este que até mesmo o Papa João Paulo
II se permitiu receber em sua testa. Já as mulheres casadas usam o Bindi, uma
pintura em forma de ponto, que tem um sentido espiritual, tradicional e também
decorativo. Hoje em dia já virou moda, e é usado por mulheres casadas ou não,
geralmente como um pingente auto-adesivo.
Na Seicho-no-ie diz-se que o terceiro olho é o centro da divina compreensão e
divina imaginação, e que, quando em perfeita atividade, permite a visão de planos
superiores (a chamada clarividência) e o acesso de acontecimentos do
presente/passado/futuro. Dá acesso também ao que denominamos de intuição,
percepção e ainda à temperança, à abstinência, à dignidade, à veneração, a
sentimentos delicados, à inteligência e ao discernimento.
Os Taoístas dizem que depois que a criança sai do útero, o espírito primal começa a
residir justamente no terceiro olho, "Olho Celestial"!
Já a medicina chinesa não considera o cérebro a sede da alma e do espírito, e sim
cada célula do corpo, assim como o campo magnético do organismo. O órgão Yin
do Fogo, o Coração, é considerado o centro da consciência, do sentir e do pensar.
No coração manda Shin, o espírito do Fogo. O ideograma chinês Shin pode ser
traduzido como "espírito", "alma", "Deus", "divino" e "eficácia". Quando dizemos
que alguém tem "espírito", refletimos o significado desse ideograma. Shin tem duas
residências: A residência de baixo é o coração, a partir de onde se encarrega de
equilibrar os sentimentos e de favorecer uma maneira de falar sincera. Sua
residência de cima é o terceiro olho, ou o chacra da frente, onde cria clareza de
pensamentos e consciência no modo de viver. Quando essas faculdades são
encontradas numa pessoa, seu Shin está cheio de força e saúde. Isso se vê no brilho
e na luz de seus olhos.
Uma fantástica semelhança com o que está na Codificação Espírita...
Tais coincidências não passaram desapercebidas aos cientistas. Obras de André
Luiz, em especial o livro Missionários da Luz, escrito em 1945, atraem a
curiosidade dos estudiosos por conter descrições detalhadas da maquinaria humana
interagindo com o mundo espiritual. No capítulo 1 do livro psicografado por Chico
Xavier vemos que a pineal é claramente citada como o centro da mediunidade:
"- Observe. Estamos diante de um médium de psicografia comum. Antes do
trabalho a que se submete, nossos auxiliares já prepararam seus potenciais para que
não tenha a saúde física perturbada. O trabalho de transmissão da mensagem não
será simplesmente 'tomar a mão'. Há outros processos complexos envolvidos.
E, diante de minha profunda curiosidade científica, Alexandre aplicou-me suas
energias magnéticas e passei a ver, no corpo do médium, um grande laboratório de
forças vibratórias. Meu poder de visão era superior ao dos raios X. As glândulas do
rapaz transformaram-se em pontos luminosos, como pequenas usinas elétricas, mas
preferi me deter para observar melhor o cérebro, em particular. Os condutores da
medula pareciam um pavio longo, carregando a luz mental, como chama de uma
vela enorme. Os centros metabólicos me surpreendiam. O cérebro apresentava
brilho em seus desenhos. Os lobos cerebrais pareciam correntes dinâmicas. As
células corticais e as fibras nervosas, com suas ramificações finíssimas, formavam
delicado conjunto de condutores das energias mais profundas e desconhecidas.
Nesse processo, sob a luz mental sem definição, a pineal emitia raios azulados e
intensos.
- Percebeu o mecanismo? - perguntou Alexandre, interrompendo meu
deslumbramento. - Transmitir mensagens de um plano para outro, no serviço de
orientação humana - continuou - exige esforço, boa vontade, cooperação e propósito
justo. É claro que o treinamento e a colaboração espontânea do médium facilitam o
trabalho, mas, seja como for, o processo não é automático. Requer muito
conhecimento, oportunidade e consciência.
- (...)Estamos observando as particularidades do perispírito. Você pode perceber
agora que todo corpo glandular é uma central elétrica. No exercício de qualquer
tipo de mediunidade a pineal desempenha o papel mais importante. É no
equilíbrio de suas forças que a mente humana intensifica o poder de emissão e
recepção de raios característicos do nosso plano. E é nela que encontramos o novo
sentido dos homens, embora ainda adormecida na maioria deles.
Percebi que, de fato, a glândula pineal do médium emitia luz cada vez mais
intensa."
Há ainda um outro trecho mais longo onde André Luiz se detém especificamente na
Pineal. Poderíamos então deduzir que a pineal seria a porta de entrada do espírito?
Afinal, se ela se conecta a um espírito (que não o nosso) pra permitir a
incorporação, por que não é também o canal de comunicação do nosso próprio
espírito com o corpo, que (agora sabemos) não é mais do que um veículo
emprestado pela Mãe Terra? A resposta pode ser afirmativa, se encararmos a pineal
como uma antena, e os outros sistemas do cérebro como o receptor responsável pela
interpretação dos sinais. Vejamos o cap. X do livro "Mecanismos da Mediunidade",
do mesmo autor: "...A corrente mental (...) vibra, ainda (...) no conjunto talâmico e
hipotalâmico, em que se mecanizam os reflexos do Espírito". Fantástica definição.
Seria a mediunidade, de fato, um atributo biológico e não um conceito religioso,
como postulou Allan Kardec? Foi pra responder a essa pergunta que o psiquiatra e
mestre em Ciências pela Universidade de São Paulo, dr. Sérgio Felipe de Oliveira,
diretor-clínico do Instituto Pineal Mind e diretor-presidente da AMESP (Associação
Médico-Espírita de São Paulo), voltou seu interesse ao estudo da pineal e sua
relação com a mediunidade. Vejamos agora trechos da entrevista publicada pela
Revista Espiritismo & Ciência, volume 3:
Quando surgiu seu interesse no aprofundamento do estudo da pineal?
Foi por volta de 1979/80, quando eu estava estudando a obra de André Luiz,
psicografada por Chico Xavier. Em Missionários da Luz, a pineal é claramente
citada. Nesta mesma época, eu já pleiteava o curso de Medicina. No colégio,
estudando Filosofia, fiquei impressionado com a obra de Descartes, que dizia que a
alma se ligava ao corpo pela pineal. Quando entrei na faculdade, corri atrás destas
questões, do espiritual, da alma e de como isso se integra ao corpo.
A glândula pineal seria resquício de algum órgão que está se atrofiando, ou
estaria ligada a uma capacidade psíquica a ser desenvolvida?
Eu acredito que a pineal evoluiu de um órgão fotorreceptor para um órgão
neuroendócrino. A pineal não explica integralmente o fenômeno mediúnico, como
simplesmente os olhos não explicam a visão. Você pode ter os olhos perfeitos, mas
não ter a área cerebral que interprete aquela imagem. É como um computador: você
pode ter todos os programas em ordem, mas se a tela não funciona, você não vê
nada. A pineal, no que diz respeito à mediunidade, capta o campo eletromagnético,
impregnado de informações, como se fosse um telefone celular. Mas tudo isso tem
que ser interpretado em áreas cerebrais, como por exemplo, o córtex frontal. Um
papagaio tem a pineal, mas não vai receber um espírito, porque ele não tem uma
área no cérebro que lhe permita fazer um julgamento. A mediunidade está ligada a
uma questão de senso-percepção. Então, a ela não basta a existência da glândula
pineal, mas sim, todo o cone que vai até o córtex frontal, que é onde você faz a
crítica daquilo que absorve. A mediunidade é uma função de senso (captar)-
percepção (faz a crítica do que está acontecendo). Então, a mediunidade é uma
função humana.
A pineal converte ondas eletromagnéticas em estímulos neuroquímicos? Isso é
comprovado cientificamente?
Sim, isso é comprovado. Quem provou isso foram os cientistas Vollrath e Semm,
que têm artigos publicados na revista científica Nature, de 1988.
A parapsicologia diz que estes campos eletromagnéticos podem afetar a mente
humana. O dr. Michael Persinger, da Laurentian University, no Canadá, fez
experiências com um capacete que emite ondas eletromagnéticas nos lobos
temporais. As pessoas submetidas a essas experiências teriam tido "visões" e
sentiram presenças espirituais. O dr. Persinger atribui esses fenômenos à
influência dessas ondas eletromagnéticas. O que o senhor teria a dizer sobre
isso?
Veja, o espiritual age pelo campo eletromagnético. Então, dizer que este campo
interfere no cérebro não contraria a hipótese de uma influência espiritual. Porque, se
há uma interferência espiritual, esta se dá justamente pelo campo eletromagnético.
Quando se fala do espiritual, em Deus, a interferência acontece na natureza pelas
leis da própria natureza. Se o campo magnético interfere no cérebro, a
espiritualidade interfere no cérebro PELO campo magnético. Uma coisa não anula a
outra. Pelo contrário, complementam-se.
A mediunidade seria atributo biológico e não um conceito religioso? Existe
uma controvérsia no meio científico a esse respeito?
A mediunidade é um atributo biológico, acredito, que acontece pelo funcionamento
da pineal, que capta o campo eletromagnético, através do qual a espiritualidade
interfere. Não só no espiritismo, mas em qualquer expressão de religiosidade, ativase
a mediunidade, que é uma ligação com o mundo espiritual. Um hindu, um
católico, um judeu ou um protestante que estiver fazendo uma prece, está ativando
sua capacidade de sintonizar com um plano espiritual. Isso é o que se chama
mediunidade, que é intermediar. Então, isso não é uma bandeira religiosa, mas uma
função natural, existente em todas as religiões. E isso deve acontecer através do
campo magnético, sem dúvida. Se a espiritualidade interfere, é pelo campo
eletromagnético, que depois é convertido, pela pineal, em estímulos
eletroneuroquímicos. Não existe controvérsia entre ciência e espiritualidade, porque
a ciência não nega a vida após a morte. Não nega a mediunidade. Não nega a
existência do espírito. Também não há uma prova final de que tudo isto existe. Não
existe oposição entre o espiritual e o científico. Você pode abordar o espiritual com
metodologia científica, e o espiritismo sempre vai optar pela ciência. Essa é uma
condição precípua do pensamento espírita. Os cientistas materialistas que disserem
"esta é minha opinião pessoal", estarão sendo coerentes. Mas se disserem que a
opção materialista é a opinião da ciência, estarão subvertendo aquilo que é a
ciência. A American Medical Association, do Ministério da Saúde dos EUA, possui
vários trabalhos publicados sobre mediunidade e a glândula pineal. O Hospital das
Clínicas sempre teve tradição de pesquisas na área da espiritualidade e espiritismo.
Isso não é muito divulgado pela imprensa, mas existe um grupo de psiquiatras lá
defendendo teses sobre isso.
Como são feitas as experiências em laboratório?
Existem dois tipos: um, que é a experiência de pesquisa das estruturas do cérebro,
responsáveis pela integração espírito/corpo; e outra, que é a pesquisa clínica, das
pessoas em transe mediúnico. São testes de hormônios, eletroencefalogramas,
tomografias, ressonância magnética, mapeamento cerebral, entre outros. A coleta de
hormônios, por exemplo, pode ser feita enquanto o paciente está em estado de
transe. E os resultados apresentam alterações significativas.
As alterações em exames de tomografia, por exemplo, são exclusivas ou
condizentes com outras patologias? O senhor descarta a hipótese de uma crise
convulsiva?
Isso é bem claro: a suspeita de uma interferência espiritual surge quando a alteração
nos exames não justifica a dimensão ou a proporção dos sintomas. Por exemplo: o
indivíduo tem uma crise convulsiva fortíssima, é feito o eletroencefalograma e
aparece uma lesão pequena. Não há, então, uma coerência entre o que está
acontecendo e o que o exame está mostrando.. A reação não é proporcional à causa.
A mediunidade mexe com o sistema nervoso autônomo – descarga de adrenalina,
aceleração do ritmo cardíaco, aumento da pressão arterial.
É verdade que a pineal se calcifica com a meia-idade? E essa calcificação
prejudica a mediunidade?
Não, a pineal não se calcifica; ela forma cristais de apatita, e isso independe da
idade. Estes cristais têm a ver com o perfil da função da glândula. Uma criança pode
ter estes cristais na pineal em grande quantidade enquanto um adulto pode não ter
nada. Percebemos, pelas pesquisas, que quando um adulto tem muito destes cristais
na pineal, ele tem mais facilidade de seqüestrar o campo eletromagnético. Quando a
pessoa tem muito desses cristais e sequestra esse campo magnético, esse campo
chega num cristal e ele é repelido e rebatido pelos outros cristais, e este indivíduo
então apresenta mais facilidade no fenômeno da incorporação. Ele incorpora o
campo com as informações do universo mental de outrem. É possível visualizar
estes cristais na tomografia. Observamos que quando o paciente tem muita
facilidade de desdobramento, ele não apresenta estes cristais.
As crianças teriam mais sensibilidade mediúnica?
A mediunidade na criança é diferente da de um adulto. É uma mediunidade anímica,
é de saída. Ela sai do corpo e entra em contato com o mundo espiritual.
A pineal pode ser estimulada com a entoação de mantras, como pregam os
místicos?
A glândula está localizada em uma área cheia de líquido. Talvez o som desses
mantras faça vibrar o líquido, provocando alguma reação na glândula. Os cristais
também recebem influências de vibração. Deve vibrar o líquor, a glândula,
alterando o metabolismo. Teria lógica.
Fale um pouco sobre seu trabalho à frente da AMESP e do Instituto Pineal
Mind.
A AMESP é uma associação de utilidade pública que reúne médicos dedicados ao
estudo da relação entre a medicina e a espiritualidade. O Pineal Mind é minha
clínica, um instituto de saúde mental, onde fazemos pesquisas e atendemos psicoses,
síndromes cerebrovasculares, ansiedades, depressão, psicoses infantis, uso de
drogas e álcool. Temos um setor de psiconcologia (psicologia aplicada ao câncer) e
estudamos também os aspectos psicossomáticos ligados à cardiologia, etc. Agora,
particularmente nas pesquisas comportamentais, eu estudo os estados de transe e a
mediunidade. Mas não pesquiso só a glândula pineal; ela é o que eu pesquiso no
cérebro, interessado em entender a relação entre corpo e espírito.
O que é psicobiofísica?
É a ciência que integra a psicologia, a física e a biologia. Na biologia, estudamos o
lobo frontal, responsável pela crítica da razão; mas o cérebro funciona eletricamente
– aí entra a física, que serve de substrato para o pensamento crítico, que é o
psicológico.
Neste link há um acervo de vídeos do MEDINESP, o Congresso médico-espírita de
São Paulo. Dentre eles recomendo a palestra "Glândula Pineal: Luz, Tempo e
Comunicação", do dr. Sérgio Felipe que, além de tudo, é um ótimo palestrante. Há
também uma entrevista dele ao programa Comando da Madrugada, onde ele acopla
um médium a um eletroencefalograma, e então acompanha os padrões cerebrais
dele antes e depois de incorporado. Obviamente os padrões se alteram, coisa que
não dá pra "fingir". Já fizeram a mesma análise com Chico Xavier uma vez. A
reportagem de uma revista nacional conseguiu fotocópia de um eletroencefalograma
de Chico Xavier e submeteu-o ao exame de psiquiatras paulistanos, que chegaram a
conclusão de que o médium é epilético. Só que o eletro fazia parte das pesquisas do
próprio médico de Chico, o dr. Elias Barbosa, professor da Faculdade de Medicina
de Uberaba, interessado em pesquisas sobre o transe mediúnico. O gráfico
examinado e publicado referia-se apenas a um momento de pesquisas, justamente o
que ele estava em transe mediúnico. Já os gráficos feitos com Chico em estado
normal não acusavam alterações significativas das ondas cerebrais, ou seja, quando
Chico entra (voluntariamente, diga-se) em transe mediúnico, o eletrencefalograma
registra picos que se assemelham à epilepsia. Só que a epilepsia não é uma doença,
e sim um sintoma. O que ali se verificava era um indício positivo daquilo que o
professor Ernesto Bozzano considerava "a ação de uma mente não-encarnada sobre
a mente encarnada do médium". Resumir o fenômeno a uma patologia é o
equivalente a um parecer médico que diz apenas que "o paciente sofre de febre",
quando a febre é apenas o resultado da luta do corpo contra uma ameaça, que pode
ser virótica, bacteriana, ou outra coisa qualquer. O dr. Elias nos esclarece ainda que
não há explicação definitiva para a causa das descargas de alta freqüência nos focos
críticos de um paciente epilético típico, ou seja, não sabemos realmente o que causa
a epilepsia, que pode até mesmo ter origem na mediunidade descontrolada!

Referência: Da Glândula Pineal à Sensibilidade Espiritual (II)
Ajna chakra 3rd eye (artigo interessante sobre a pineal, em inglês);
Blog espiritualizado (vários trechos dos livros de André Luiz sobre os mecanismos
da mediunidade);
Face a face com Chico Xavier
Osho: O momento atômico

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