quarta-feira, 25 de abril de 2012

Raimundo e o Circo

“Vivia aqui neste mundo, onde vocês vivem, na zona rural de uma cidade muito pequena, no interior, um homem chamado Raimundo. 
Ele era um homem muito bom, cheio de amor; era um trabalhador rural, trabalhava na terra com a enxada e tinha muita disposição para o trabalho. 


Ele tinha uma companheira muito boa, trabalhadora como ele, que levantava cedo, junto com ele, para ajudá-lo nas tarefas do dia; ele e a companheira tinham cinco filhos, como vocês chamam aqui: uma “escadinha”. 
Um dia, trabalhando na plantação, um companheiro de trabalho lhe contou que tinha chegado à cidade, que ficava distante, um circo muito bonito. 
O companheiro de trabalho lhe perguntou: 
- Raimundo, você conhece circo, já foi em algum? 
Raimundo lhe respondeu: 
- Não, não conheço, nunca fui a nenhum! 
Então, o companheiro lhe disse: 
- É muito bonito, muito colorido, cheio de encanto. Você deveria levar seus filhos para conhecerem este circo. 
Raimundo lhe respondeu: 
- Quanto custa? 
O companheiro lhe respondeu: 
- Custa vinte reais! 
Raimundo pensou bastante e decidiu que levaria sua família ao circo; trabalhou bastante para conseguir juntar esse valor, e se lembrou que tinha um porquinho que estava reservando para o Natal; vendeu o porquinho e com parte do seu trabalho conseguiu os vinte reais necessários. 
Em um domingo ensolarado, reuniu a família e foram à cidade para conhecerem o circo. 
Chegando ao circo, Raimundo entrou na fila para comprar os ingressos e notou que a sua frente, estava um irmão com aparência muito simples, muito humilde e que também tinha uma “escadinha” como a sua. 
Quando chegou a vez do irmão que estava a sua frente comprar os ingressos para a família dele, Raimundo percebeu que ele só tinha cinco reais e ouviu o bilheteiro dizer: 
- Esse dinheiro não dá, são vinte reais! 
Notando que o irmão havia ficado sem jeito com a cobrança, porque não tinha o valor necessário, Raimundo imediatamente enfiou a mão no bolso, tirou de lá os vinte reais e os jogou ao chão, nos pés daquele irmão, e lhe disse: 
- Companheiro, olha esse dinheiro que está aqui no chão, caiu do seu bolso! 
O irmão, vendo o dinheiro aos seus pés, disse para Raimundo: 
- Esse dinheiro não é meu! 
Raimundo calmamente insistiu: 
- É seu sim, eu vi quando ele caiu do seu bolso. 
O irmão abaixou-se, pegou o dinheiro e enquanto se virava para pagar os ingressos, Raimundo saiu da fila, reuniu a família e voltou para casa sem conhecer o circo.” 
Conseguem entender agora o que é a prática da verdadeira caridade? Conseguem perceber o que significa dar aquilo que lhes faz falta? 

Um comentário: