“Vivia aqui neste mundo, onde vocês vivem, na zona rural de uma cidade muito pequena, no interior, um homem chamado Raimundo.
Ele era um homem muito bom, cheio de amor; era um trabalhador rural, trabalhava na terra com a enxada e tinha muita disposição para o trabalho.
Ele tinha uma companheira muito boa, trabalhadora como ele, que levantava cedo, junto com ele, para ajudá-lo nas tarefas do dia; ele e a companheira tinham cinco filhos, como vocês chamam aqui: uma “escadinha”.
Um dia, trabalhando na plantação, um companheiro de trabalho lhe contou que tinha chegado à cidade, que ficava distante, um circo muito bonito.
O companheiro de trabalho lhe perguntou:
- Raimundo, você conhece circo, já foi em algum?
Raimundo lhe respondeu:
- Não, não conheço, nunca fui a nenhum!
Então, o companheiro lhe disse:
- É muito bonito, muito colorido, cheio de encanto. Você deveria levar seus filhos para conhecerem este circo.
Raimundo lhe respondeu:
- Quanto custa?
O companheiro lhe respondeu:
- Custa vinte reais!
Raimundo pensou bastante e decidiu que levaria sua família ao circo; trabalhou bastante para conseguir juntar esse valor, e se lembrou que tinha um porquinho que estava reservando para o Natal; vendeu o porquinho e com parte do seu trabalho conseguiu os vinte reais necessários.
Em um domingo ensolarado, reuniu a família e foram à cidade para conhecerem o circo.
Chegando ao circo, Raimundo entrou na fila para comprar os ingressos e notou que a sua frente, estava um irmão com aparência muito simples, muito humilde e que também tinha uma “escadinha” como a sua.
Quando chegou a vez do irmão que estava a sua frente comprar os ingressos para a família dele, Raimundo percebeu que ele só tinha cinco reais e ouviu o bilheteiro dizer:
- Esse dinheiro não dá, são vinte reais!
Notando que o irmão havia ficado sem jeito com a cobrança, porque não tinha o valor necessário, Raimundo imediatamente enfiou a mão no bolso, tirou de lá os vinte reais e os jogou ao chão, nos pés daquele irmão, e lhe disse:
- Companheiro, olha esse dinheiro que está aqui no chão, caiu do seu bolso!
O irmão, vendo o dinheiro aos seus pés, disse para Raimundo:
- Esse dinheiro não é meu!
Raimundo calmamente insistiu:
- É seu sim, eu vi quando ele caiu do seu bolso.
O irmão abaixou-se, pegou o dinheiro e enquanto se virava para pagar os ingressos, Raimundo saiu da fila, reuniu a família e voltou para casa sem conhecer o circo.”
Conseguem entender agora o que é a prática da verdadeira caridade? Conseguem perceber o que significa dar aquilo que lhes faz falta?
Muito bom...Belo exemplo!
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