domingo, 29 de julho de 2012

A Prece


Allan Kardec nos explica que a prece é poderoso instrumento de combate à obsessão. Com ela, o obsediado eleva seu padrão vibratório (sintonia mental), impedindo a atuação do obsessor. Mas a prece deve ser feita de coração, uma verdadeira conversa com Jesus e os bons Espíritos. As orações decoradas se forem preferidas pela pessoa, devem ter suas frases meditadas e sentidas quando ditas, para que realmente toquem o sentimento do que ora e atinjam o seu objetivo
A prece em diferentes religiões
A prece é um elemento universal da espiritualidade humana, encontrada em todas as tradições religiosas. Cada uma delas segue seus próprios rituais, mas o objetivo principal é o mesmo: comunicar-se com a divindade, em uma atitude de devoção e máximo respeito. “Antes mesmo de existirem sistemas de crenças constituídos, o ser humano proferia palavras de apelo ao Criador, sempre com o sentido mágico de obter paz interior e alívio para o sofrimento”, diz a antropóloga Liana Maria Sálvia Trindade, da Universidade de São Paulo.
Conforme a doutrina, o rito pode incluir ainda procedimentos especiais. Os muçulmanos, por exemplo, sempre oram voltados para a cidade de Meca, na Arábia Saudita, onde está seu principal santuário. Além disso, só é permitido rezar em locais limpos, daí a utilização de um pequeno tapete. “Ele pode ser levado para qualquer parte e é uma garantia de que se está rezando sobre um local puro”, diz sheik Ali Abdune, presidente da Assembléia Mundial da Juventude Islâmica na América Latina. No Catolicismo, por sua vez, ao final da prece é obrigatório fazer o sinal-da-cruz. “Jesus ensinou assim, e por isso seguimos esse preceito”, afirma padre Eduardo Coelho, da Arquidiocese de São Paulo.
Em algumas crenças, como Budismo e Hinduísmo, a oração busca não só aproximar o praticante de uma realidade superior, mas também ajudá-lo a desenvolver estados mentais considerados superiores, como a calma e a alegria. “É uma forma de trazer bênçãos protetoras para o dia-a-dia”, diz Peter Harvey, professor de Estudos Budistas da Universidade de Sunderland, na, Inglaterra. Confira abaixo como alguns credos fazem da oração uma reverência ao Sagrado:
Muçulmanos 
O fiel reza cinco vezes ao dia, sempre voltado para a cidade de Meca, na Arábia Saudita. Durante a oração, inclina-se para frente, prostrado no chão, em sinal de reverência ao Criador. Reza-se sobre um tapete – cada um deve ter o seu e cuidar de mantê-lo sempre limpo.
Judeus 
Na sinagoga, cada fiel tem o seu próprio livro de orações. Conforme a seqüência de preces, ele alternadamente se levanta, ajoelha-se e em seguida senta-se novamente. Os homens têm de usar uma pequena touca, o solidéu, como demonstração de respeito a Deus.
Budistas 
A prece é feita diante de um relicário com a imagem de Buda. Para rezar, o budista junta as mãos, se ajoelha e se curva três vezes diante da imagem. Depois, faz as oferendas (flores, velas e alimentos), que simbolizam o ciclo da vida, a luz dos ensinamentos e a gratidão.
Católicos 
A religião contém duas orações básicas: o Pai-Nosso e a Ave-Maria. Muitas vezes, o fiel reza com o rosário de 165 contas, correspondente a 15 vezes a primeira prece e 150 a segunda. O católico geralmente reza ajoelhado e ao terminar sempre faz o sinal-da-cruz.
Oração por humildade
Deus da Misericórdia!… Auxilia-me a conservar o anseio de encontrar-Te.
Quando haja tumulto, ao redor de mim, guarda-me o silêncio interior em que procure ouvir-Te a voz.
Se algum êxito me busca, deixa-me perceber a Tua bondade sobre a fraqueza que ainda sou.
Diante dos outros, consente, oh! Pai, que Te assinale o infinito Amor, valorizando-me a insignificância, através daqueles que me concedam afeto.
Se aparecerem adversários em meu caminho, faze-me vê-los como sendo instrumentos de trabalho, dentre aqueles com que me aperfeiçoas.
Na alegria, induz-me a descobrir-Te a proteção paternal, estimulando-me a seguir para frente.
Na dor, fortalece-me os ouvidos para que Te escutem os chamamentos de paz.
E, quanto mais possa conhecer, em minha desvalia, os recursos iluminados do oceano de mundos e de seres que construíste no Universo, concede-me, oh! Deus de Misericórdia, que eu tenha a simplicidade da gota d’água, que se sente tranqüila e feliz porque se vê capaz de refletir-Te a Luz no brilho eterno da Criação.
Senhor!No santuário do lar, recordando a Tua sábia conduta, no abençoado reduto doméstico, nós, os discípulos imperfeitos da Tua mensagem de luz, erguemo-nos para rogar em favor das nossas lutas.
Ajuda-nos a amar, embora a aflição de que nos sentimos objeto; ensina-nos a servir, apesar dos
desencantos que acumulamos;
Oferece-nos inspiração para as atividades, mesmo em face do cansaço ou do desespero que nos esmagam;
doa-nos a alegria, conquanto as chuvas de fel nos atormentem;
Instrui-nos no serviço do bem, mesmo com as feridas não cicatrizadas das lutas renhidas;
Levanta-nos para prosseguir e perseverar!
Não somos outros Espíritos…
Somos os dilapidadores da paz alheia, envergando roupagens novas;
Somos os algozes do passado, travestidos de vítimas no presente;
Somos os inquietadores agora inquietados;
Somos os semeadores da discórdia, colhendo cardos;
Somos os pomicultores da usura nas mãos da necessidade;
Recapitulamos para aprender, recomeçamos para crescer.
Ainda ontem, ouvindo tua voz, desertamos do dever, e dizendo-Te servir,
distendemos a impiedade e a perturbação…
Hoje, porém, libertados da imprudência, levantamo-nos para a vida.
Sê nossa rota, nossa luz, nosso bastão.
Senhor, sustenta a nossa fragilidade e apieda-te de nós!

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