sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Os Poderes da Sálvia


Por Adriano Camargo

Salve sagrados amigos leitores! Dia desses, num momento de reflexão embaixo da minha pitangueira, estava a pensar sobre os temas para escrever aqui. Minha regra sempre foi transmitir o melhor, o conhecimento simples e objetivo. 
Cada irmão que esteve entre nós – cursos, palestras, artigos, etc –  levou algo e deixou algo também. Graças a Deus e aos Sagrados Orixás eu não sou unanimidade. Nem todos admiraram essa forma simples de trabalhar com as ervas. Nem todos viraram amigos e muitos vieram para criticar e tecer seus comentários maldosos. No entanto, eu estou pra quem está, então, os milhares que aprenderam algo que pode transformar as suas vidas para o bem, se beneficiaram de um conhecimento limpo de dogmas e de demonstrações desnecessárias de poder; estes são os vitoriosos. Os que acreditaram que esse contato com a energia das ervas foi benéfico para si e para o semelhante assim foram.
O tempo passa e algumas coisas vão mudando, outras vão ficando para trás, poucas continuam exatamente como eram. Afinal, um rio nunca é o mesmo de um instante para outro, não é mesmo?  
Hoje temos as redes sociais que ocupam uma boa parte da vida de todos nós. É mais fácil alguém sentir falta de entrar no Facebook do que sentir saudade de um parente distante, isso se o familiar não estiver no Face também. Grupos, comunidades e fan pages fazem parte da nossa vida e dos nossos comentários cotidianos. E você, já curtiu o “Umbanda Eu Curto”?
As informações continuam as mesmas. Os banhos, defumações e benzimentos. As formas ritualísticas em magia natural e nos Terreiros de Umbanda, passaram (e ainda passam) por mudanças sutis. Muitos guias espirituais hoje permitem o banho de ervas da cabeça aos pés, pois seus médiuns compreenderam através do estudo prático e teórico, que é possível, benéfico e sem contraindicações. Muitos trabalhos espirituais tem se simplificado devido ao entendimento de que não é o tamanho da oferenda, mas a qualidade e foco que ela é administrada que determinam o resultado positivo.
Uma melhor definição entre a religião de Umbanda, o Candomblé e o Espiritismo tem sido alcançada através do estudo e da compreensão de que essa Umbanda, como religião que é, com seus próprios sistemas e regras, mesmo que tenha suas origens em outras religiões, tem espírito, personalidade e essências próprias.
Oferendas com preocupação ecológica, sustentável. Evitar o desperdício, reciclagem, reaproveitamento, tudo isso virou regra para muitos Terreiros. Temos muito ainda a fazer.  Muito a divulgar. Paga-se um preço alto por ser original, por não viver copiando os outros, por criar sistemas e aprender com eles, por ouvir o que a espiritualidade tem para transmitir e ter coragem de colocar em prática, vivenciar e explicar o que se vivencia. A natureza está aí fora e aqui dentro. Está em tudo e fala com todos, basta ouvir.
Fazemos parte disso. A Umbanda faz parte disso e tem evoluído nesse sentido em velocidade vertiginosa que poucos percebem. A maioria fica ainda preocupada com o que vão pensar, o que vão falar, o que as outras religiões estão fazendo de ruim pra minha, porque meus irmãos de religião não estão tão juntos assim como pregam por aí.
Eu volto a dizer:
Estou pra quem está! Tem muito trabalho a ser feito, e não somos concorrentes. Estamos sim correndo em busca de um ideal. Os iguais irão juntos, evoluindo simples e objetivos. Somos humanos e como humanos vivemos. Temos nossa natureza humana a nosso favor ou contra (quem sabe, depende de cada um…) Afinal, a natureza humana é o bem, e quem não entendeu isso ainda é porque ainda não entendeu sua natureza.
A busca do auto conhecimento e a busca de si mesmo está na palavra viva da Umbanda. A natureza de elementos e a natureza humana, expressas nos Guias Espirituais, cada um do seu jeito, cada um da sua forma, cada um passando a seu tempo e momento a mensagem de Deus em nossas vidas, dizendo que é possível.Acredite na motivação que os Guias trazem para nós em suas manifestações.
Filtre sua interferência mediúnica e procure aprender com cada um deles, sutil, simples. Quero também deixar essa dica de uma fantástica erva auxiliar na busca do autoconhecimento. Saúde sucesso e muita alegria.

Sálvia – Salvia officinalis L.
Uma das ervas mais usadas em defumações em diversas culturas e religiões pela sua capacidade de queima, mesmo sem a brasa do carvão e pelo aroma agradabilíssimo que proporciona. A Sálvia foi responsável pelo aforismo “De que pode morrer um homem se em seu quintal cresce a Sálvia”. E é bem justo, pois é remédio para muitos males, como é anunciado e comprovado pela fitoterapia. Suas folhas, depois de bem secas, podem compor os “fumos sagrados”, associadas ao alecrim e ao anis estrelado, formando uma das misturas mais conhecidas. No lugar do anis, recebe bem o cravo e canela, resultando em uma ótima combinação.
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No uso ritualístico, entendemos que a Sálvia é erva consagrada, que carrega uma vibração de “ancestralidade”, remetendo-nos a um clima de sabedoria anciã, por isso é associada aos Orixás Obaluayê, Nanã e Oxalá. As defumações com Sálvia, sozinha ou compostas com resinas, proporcionam excelente purificação e iluminação espiritual para o ambiente e pessoas presentes.

Nos banhos é extremamente equilibradora, proporcionando “pés no chão”, capacidade de discernimento, sabedoria e propiciando as melhores condições de tomadas de decisão.
 
Sinônimos populares: Salva, Chá da França, Erva Sagrada, Sálvia das Boticas, Salva dos Jardins.

Indicações ritualísticas: Erva de sabedoria e ancestralidade. Limpeza leve e elevadora da vibração espiritual
Ação (verbos): estabilizar, evocar, apaziguar, magnetizar
Cor energética: de azulada cristalina ao violeta.
Orixás principais: Obaluayê, Oxalá e Nanã.

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