Por
Julio Isao
Mediunidade
a) O que é Mediunidade?
Será
que sabemos ao certo o que vem a ser a mediunidade? Podemos com toda confiança
defini-la e desta forma demonstrar o quanto dominamos este assunto?
Emmanuel
define a mediunidade como a ocorrência que, invariavelmente, nasce de espírito
para espírito. Ou seja, é natural e própria de todos os espíritos, independente
do estágio em que estejam.
Assim
podemos definir com toda propriedade que todos os espíritos encarnados ou
desencarnados possuem capacidade mediúnica, pois é a forma primordial de
comunicação do espírito.
Conforme
definimos acima, concluímos que a mediunidade é uma faculdade ou aptidão inata
do espírito, ou ainda, uma faculdade de comunicação do espírito. Portanto, um
dos componentes da mente, definida como conjunto de faculdades que atuam em
sincronismo e em regime de interdependência.
Assim,
se nos livrarmos dos dogmas, das ortodoxias, das teorias de culpa, conseguimos
visualizar a mediunidade como valioso instrumento de educação e progresso.
É bem
certo que a comunicação de espírito para espírito, é um processo que necessita
ser desenvolvido e aprimorado constantemente, pois o espírito que está
recebendo a mensagem precisa ter condições mínimas de conhecimento e intelecto
para compreender e aprender o que o espírito está lhe transmitindo.
Assim,
é um grande equivoco presumir que os Espíritos suprem todas as nossas
deficiências, pois a cada um é dado conforme suas condições.
b) Desenvolvimento
O
desenvolvimento mediúnico é tema que levanta muitas questões, mas o que
observamos é a necessidade de agregar o conhecimento prático com o teórico.
Precisamos
sinalizar a diferença entre desenvolvimento mediúnico e educação mediúnica; no
primeiro o processo é focado no desenvolvimento das faculdades mediúnicas, sem,
contudo se preocupar com a percepção da origem da mensagem, no segundo caso, o
processo é direcionado a reforma íntima do médium, procurando sinalizar a
origem da mensagem em esferas superiores.
Assim,
podemos dizer, que na educação mediúnica, quem se aprimora é o individuo ao
invés de aprimorar as ferramentas, isto implica na busca pela evangelização
pessoal, e conseqüentemente a evangelização e evolução dos guias que nos dão
suporte direto.
Neste
enfoque, percebemos que o papel do médium é muito mais amplo do que percebemos,
mas vamos deixar este enfoque para ser observado mais adiante.
c) Tipos – classificação
Podemos
classificar a mediunidade de várias formas, mas para melhor compreendê-la,
vamos dividir a faculdade mediúnica em relação à: Natureza, quanto ao Médium e
quanto ao Fenômeno.
Quanto
a Natureza temos a natural e
a de prova ou tarefa. A primeira se desenvolve com a aprimoramento moral do
individuo e a de prova, que é a concessão pelo Alto de uma faculdade mediúnica
que naturalmente o indivíduo não teria condições de tê-la.
Podemos
dizer que a faculdade mediúnica natural é algo inerente ao homem, como podemos
perceber a intuição ou a inspiração, que muitos tem, estes são exemplos mais
simples para conseguir visualizar.
Nas
faculdades mediúnicas de prova, podemos citar como exemplos as de psicografia,
incorporação, psicofonia etc.
Quanto
ao Médium podemos
classificar em: inconscientes, semiconscientes e conscientes.
-
Médiuns Inconscientes: que durante o transe mediúnico não tem consciência do
que ocorre, neste grupo também, incluímos os sonambúlicos, este é um nicho que
esta diminuído drasticamente com o passar dos anos, pois, estamos cada vez
mais, conhecendo a dinâmica do Plano Espiritual.
Estes
médiuns não guardam qualquer lembrança do que ocorreu durante o transe.
- Médiuns
Semiconscientes: são os que guardam alguma lembrança do que ocorreu no transe
mediúnico, mantém o controle sobre o corpo e o processo de transe, podendo
inclusive interferir no processo de manifestação.
-
Médiuns Conscientes: mantém total lembrança do que ocorre durante o transe
mediúnico, podendo interferir no processo de manifestação ou mesmo do transe em
si.
Quanto
ao Fenômeno: dividir em
Lucidez, incorporação e efeitos físicos.
-
Lucidez: incluímos a telepatia, vidência, psicometria, audição e intuição, são
desenvolvidas pelos médiuns conscientes.
-
Incorporação – total ou parcial: incluímos as manifestações orais, escritas,
sonambúlicas, são faculdades desenvolvidas pelos médiuns inconscientes ou
semiconscientes.
Não
existe incorporação em médium consciente, o que se tem é o processo de irradiação.
-
Efeitos Físicos: incluímos todas as séries de fenômenos assim denominados,
inclusive os processos de cura, desenvolvidas pelos médiuns das três
categorias.
Matéria
– Espírito: antes de
prosseguir, necessitamos distinguir o que vem a ser a matéria e o Espírito.
Considerando
que tudo no universo é energia, que tem como único ponto de diferenciação o
grau de adensamento, ou, melhor dizendo, de densidade, onde a energia na sua
forma mais sutil é utilizada para compor a estrutura do Espírito e na sua forma
mais densa compõe as estruturas do perispírito e do corpo físico. Este é um
tema que iremos discorrer de forma mais abrangente no próximo modulo do Curso.
Fizemos
esta introdução para podermos falar da absorção, esta se dá em conformidade com
a densidade do meio em que se encontra, ou seja, quando mais fluídico, etéreo
estivermos maior será a nossa capacidade de absorver as energias fundamentais
do universo, chegando a ponto de, em algumas civilizações mais avançadas
moralmente, a base alimentar seja puramente fluídica, o que não é o nosso caso
ainda. O mesmo se dá com os fluidos espirituais, se mantivermos nosso padrão
vibratório elevados, aumentamos a nossa capacidade de absorvê-los, caso
contrário, nos tornamos refratários a todo tipo de intervenção.
Para
elucidar, vamos imaginar que estamos em uma situação de perigo, onde estamos
necessitando de ajuda, se nos mantivermos calmos, seremos (na medida do
possível) e confiantes na proteção divina, iremos receber a ajuda com muito
mais tranqüilidade e agilidade, caso contrário, não iremos nem mesmo conseguir
ouvir as orientações que os nossos amigos estão nos dando.
Tudo
é uma questão de estar sintonizado na estação certa, na hora certa.
Fluído
– Irradiação: fluído é a
manifestação da energia num estado mais sutilizado, de forma que tem uma
penetração mais abrangente e profunda nos corpos materiais, esta energia escoa
no universo como se estivesse num grande oceano, a distinção que temos dos fluídos
está relacionada com a carga energética que o criou, ou seja, podemos
direcionar fluidos para a cura material, para o reequilíbrio espiritual etc,
enquanto a irradiação e o direcionamento direto, focado e com um objetivo claro
de uma determinada carga fluídica, mental, etérea ou material, assim, podemos
perceber que existem casos de manifestações mediúnicas que se dão através de
irradiação mental do Espírito comunicante sobre o agente comunicador, desta
forma, os campos energéticos, ou auras, não são interpostas, possibilitando ao
espírito comunicante a manutenção de distância necessária, não temos como
adentrar no campo das necessidades reais da pratica da irradiação no processo
de comunicação mediúnica.
Nos
processos de cura, a irradiação é utilizada para que a área que será objeto do
tratamento receba a carga necessária sem que ocorra uma sobrecarga na região em
torno, possibilitando o direcionamento de tratamentos específicos para áreas
pré-determinadas, o que na matéria podemos visualizar com as cirurgias a Laser,
por exemplo.
Aproximação: sempre que um espírito se aproxima, podemos
perceber pela carga vibratória que o envolver, assim, podemos distinguir quando
é um amigo espiritual ou não, se é uma entidade elevada ou não, mas para isso,
se faz necessário que desenvolvamos nossa capacidade de observação, somente com
a observação, é que conseguimos aprimorar esta sensibilidade.
Por
falta de aprimoramento, muitas vezes confundimos capacidade magnética com
capacidade moral, às vezes ouvimos falar que tal pessoa sente mais forte a
entidade x do que a y, na verdade ela consegue perceber melhor um padrão de
energia do que outro, isto implica dizer que mesmo que sentimos de forma mais
branda a aproximação desta ou daquela entidade, não implica que elas são mais
ou menos fortes, mais ou menos evoluídas, mas sim que ainda não desenvolvemos
mecanismos para ler estes padrões energéticos.
Motivo
pelo qual, alguns médiuns são enganados por espíritos inferiores, por ter um
padrão energético muito intenso, se passando por espíritos superiores. Daí a
necessidade de distinguir padrão vibratório e padrão energético nas
aproximações.
Vamos continuar este ensaio nas próximas postagens. Deixe seu comentário para nos auxiliar no direcionamento do que iremos escrever.
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