sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Breve Ensaio sobre Mediunidade

Por
Julio Isao


Mediunidade

a)      O que é Mediunidade?
Será que sabemos ao certo o que vem a ser a mediunidade? Podemos com toda confiança defini-la e desta forma demonstrar o quanto dominamos este assunto?
Emmanuel define a mediunidade como a ocorrência que, invariavelmente, nasce de espírito para espírito. Ou seja, é natural e própria de todos os espíritos, independente do estágio em que estejam.
Assim podemos definir com toda propriedade que todos os espíritos encarnados ou desencarnados possuem capacidade mediúnica, pois é a forma primordial de comunicação do espírito.
Conforme definimos acima, concluímos que a mediunidade é uma faculdade ou aptidão inata do espírito, ou ainda, uma faculdade de comunicação do espírito. Portanto, um dos componentes da mente, definida como conjunto de faculdades que atuam em sincronismo e em regime de interdependência.
Assim, se nos livrarmos dos dogmas, das ortodoxias, das teorias de culpa, conseguimos visualizar a mediunidade como valioso instrumento de educação e progresso.
É bem certo que a comunicação de espírito para espírito, é um processo que necessita ser desenvolvido e aprimorado constantemente, pois o espírito que está recebendo a mensagem precisa ter condições mínimas de conhecimento e intelecto para compreender e aprender o que o espírito está lhe transmitindo.
Assim, é um grande equivoco presumir que os Espíritos suprem todas as nossas deficiências, pois a cada um é dado conforme suas condições.

b)     Desenvolvimento
O desenvolvimento mediúnico é tema que levanta muitas questões, mas o que observamos é a necessidade de agregar o conhecimento prático com o teórico.
Precisamos sinalizar a diferença entre desenvolvimento mediúnico e educação mediúnica; no primeiro o processo é focado no desenvolvimento das faculdades mediúnicas, sem, contudo se preocupar com a percepção da origem da mensagem, no segundo caso, o processo é direcionado a reforma íntima do médium, procurando sinalizar a origem da mensagem em esferas superiores.
Assim, podemos dizer, que na educação mediúnica, quem se aprimora é o individuo ao invés de aprimorar as ferramentas, isto implica na busca pela evangelização pessoal, e conseqüentemente a evangelização e evolução dos guias que nos dão suporte direto.
Neste enfoque, percebemos que o papel do médium é muito mais amplo do que percebemos, mas vamos deixar este enfoque para ser observado mais adiante.

c)      Tipos – classificação
Podemos classificar a mediunidade de várias formas, mas para melhor compreendê-la, vamos dividir a faculdade mediúnica em relação à: Natureza, quanto ao Médium e quanto ao Fenômeno.

Quanto a Natureza temos a natural e a de prova ou tarefa. A primeira se desenvolve com a aprimoramento moral do individuo e a de prova, que é a concessão pelo Alto de uma faculdade mediúnica que naturalmente o indivíduo não teria condições de tê-la.
Podemos dizer que a faculdade mediúnica natural é algo inerente ao homem, como podemos perceber a intuição ou a inspiração, que muitos tem, estes são exemplos mais simples para conseguir visualizar.
Nas faculdades mediúnicas de prova, podemos citar como exemplos as de psicografia, incorporação, psicofonia etc.

Quanto ao Médium podemos classificar em: inconscientes, semiconscientes e conscientes.
- Médiuns Inconscientes: que durante o transe mediúnico não tem consciência do que ocorre, neste grupo também, incluímos os sonambúlicos, este é um nicho que esta diminuído drasticamente com o passar dos anos, pois, estamos cada vez mais, conhecendo a dinâmica do Plano Espiritual.
Estes médiuns não guardam qualquer lembrança do que ocorreu durante o transe.
- Médiuns Semiconscientes: são os que guardam alguma lembrança do que ocorreu no transe mediúnico, mantém o controle sobre o corpo e o processo de transe, podendo inclusive interferir no processo de manifestação.
- Médiuns Conscientes: mantém total lembrança do que ocorre durante o transe mediúnico, podendo interferir no processo de manifestação ou mesmo do transe em si.

Quanto ao Fenômeno: dividir em Lucidez, incorporação e efeitos físicos.
- Lucidez: incluímos a telepatia, vidência, psicometria, audição e intuição, são desenvolvidas pelos médiuns conscientes.
- Incorporação – total ou parcial: incluímos as manifestações orais, escritas, sonambúlicas, são faculdades desenvolvidas pelos médiuns inconscientes ou semiconscientes.
Não existe incorporação em médium consciente, o que se tem é o processo de irradiação.
- Efeitos Físicos: incluímos todas as séries de fenômenos assim denominados, inclusive os processos de cura, desenvolvidas pelos médiuns das três categorias.

Matéria – Espírito: antes de prosseguir, necessitamos distinguir o que vem a ser a matéria e o Espírito.
Considerando que tudo no universo é energia, que tem como único ponto de diferenciação o grau de adensamento, ou, melhor dizendo, de densidade, onde a energia na sua forma mais sutil é utilizada para compor a estrutura do Espírito e na sua forma mais densa compõe as estruturas do perispírito e do corpo físico. Este é um tema que iremos discorrer de forma mais abrangente no próximo modulo do Curso.
Fizemos esta introdução para podermos falar da absorção, esta se dá em conformidade com a densidade do meio em que se encontra, ou seja, quando mais fluídico, etéreo estivermos maior será a nossa capacidade de absorver as energias fundamentais do universo, chegando a ponto de, em algumas civilizações mais avançadas moralmente, a base alimentar seja puramente fluídica, o que não é o nosso caso ainda. O mesmo se dá com os fluidos espirituais, se mantivermos nosso padrão vibratório elevados, aumentamos a nossa capacidade de absorvê-los, caso contrário, nos tornamos refratários a todo tipo de intervenção.
Para elucidar, vamos imaginar que estamos em uma situação de perigo, onde estamos necessitando de ajuda, se nos mantivermos calmos, seremos (na medida do possível) e confiantes na proteção divina, iremos receber a ajuda com muito mais tranqüilidade e agilidade, caso contrário, não iremos nem mesmo conseguir ouvir as orientações que os nossos amigos estão nos dando.
Tudo é uma questão de estar sintonizado na estação certa, na hora certa.

Fluído – Irradiação: fluído é a manifestação da energia num estado mais sutilizado, de forma que tem uma penetração mais abrangente e profunda nos corpos materiais, esta energia escoa no universo como se estivesse num grande oceano, a distinção que temos dos fluídos está relacionada com a carga energética que o criou, ou seja, podemos direcionar fluidos para a cura material, para o reequilíbrio espiritual etc, enquanto a irradiação e o direcionamento direto, focado e com um objetivo claro de uma determinada carga fluídica, mental, etérea ou material, assim, podemos perceber que existem casos de manifestações mediúnicas que se dão através de irradiação mental do Espírito comunicante sobre o agente comunicador, desta forma, os campos energéticos, ou auras, não são interpostas, possibilitando ao espírito comunicante a manutenção de distância necessária, não temos como adentrar no campo das necessidades reais da pratica da irradiação no processo de comunicação mediúnica.
Nos processos de cura, a irradiação é utilizada para que a área que será objeto do tratamento receba a carga necessária sem que ocorra uma sobrecarga na região em torno, possibilitando o direcionamento de tratamentos específicos para áreas pré-determinadas, o que na matéria podemos visualizar com as cirurgias a Laser, por exemplo.

Aproximação: sempre que um espírito se aproxima, podemos perceber pela carga vibratória que o envolver, assim, podemos distinguir quando é um amigo espiritual ou não, se é uma entidade elevada ou não, mas para isso, se faz necessário que desenvolvamos nossa capacidade de observação, somente com a observação, é que conseguimos aprimorar esta sensibilidade.
Por falta de aprimoramento, muitas vezes confundimos capacidade magnética com capacidade moral, às vezes ouvimos falar que tal pessoa sente mais forte a entidade x do que a y, na verdade ela consegue perceber melhor um padrão de energia do que outro, isto implica dizer que mesmo que sentimos de forma mais branda a aproximação desta ou daquela entidade, não implica que elas são mais ou menos fortes, mais ou menos evoluídas, mas sim que ainda não desenvolvemos mecanismos para ler estes padrões energéticos.
Motivo pelo qual, alguns médiuns são enganados por espíritos inferiores, por ter um padrão energético muito intenso, se passando por espíritos superiores. Daí a necessidade de distinguir padrão vibratório e padrão energético nas aproximações.

Vamos continuar este ensaio nas próximas postagens. Deixe seu comentário para nos auxiliar no direcionamento do que iremos escrever.

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