sexta-feira, 28 de junho de 2013

A ATUAÇÃO DOS ORIXÁS - Parte 1

Por Rubens Saraceni

Uma das maiores dificuldades das pessoas é o entendimento da ascendência dos orixás sobre suas vidas e nós temos insistido nos estágios da evolução que, se formam um continuum na vida dos seres, no entanto não se processam em uma mesma dimensão.
Se hoje somos espíritos, ontem éramos seres naturais e não precisávamos reencarnar para evoluir. E anteontem éramos seres encantados da natureza, regidos por Orixás Encantados que direcionavam e monitoravam mentalmente nossa evolução.

Enfim, um ser não é um produto acabado quando é criado por Deus. E se nos permitem uma comparação, no momento da nossa criação não éramos diferentes de um óvulo fecundado por um sêmen, pois desta união surge uma vida, um indivíduo com uma herança genética que controlará sua formação celular, nervosa, óssea, etc., dotado de um cérebro que lhe facultará um aprendizado contínuo e uma capacidade de raciocinar já a partir de suas necessidades básicas.

Enquanto estamos protegidos no útero materno, somos o ser que está sendo gerado no íntimo de Deus. Quando nascemos, o nosso cordão umbilical é cortado e só sobrevivemos porque temos no leite materno um composto energético que nos fornece todo alimento de que necessitamos para continuarmos vivos e bem alimentados.

O leite materno, comparativamente, é a energia elemental que dá sustentação energética aos seres recém-saídos do estágio original da evolução, que alguns chamam de estado virginal do espírito, onde ainda somos seres virginais porque não entramos em contato com nada do que existe fora do útero divino.

Nós, quando vivenciamos nosso estágio elemental da evolução, éramos totalmente inconscientes, como são todos os recém-nascidos, e não dispensávamos o amor, carinho e amparo materno, que recebíamos de nossas mães elementais.

Elas nos inundavam com suas irradiações de amor e de fé e formaram nossa natureza básica ou elemental.

As mães elementais formam uma hierarquia divina venerada, adorada e respeitadíssima por todos os Orixás Encantados e naturais, que as tem na conta de mães divinas puras em todos os sentidos, pois são puras nos seus elementos e no amor que irradiam.

As mães ígneas irradiam energias elementais puras do fogo e vibram um amor que abrasa quem está em seu campo vibratório e sob suas irradiações.

E o mesmo acontece com as mães aquáticas, eólicas, telúricas, minerais, vegetais e cristalinas.

Aproximar-se de uma dessas mães é voltar à primeira infância num piscar de olhos, mesmo para um espírito tão velho quanto eu, Pai Benedito de Aruanda.

Já o segundo estágio de nossa evolução acontece quando o nosso corpo e natureza elemental já estão formados e aptos a absorverem energias mistas.

Automaticamente somos conduzidos aos jardins de infância dirigidos por nossas mães bielementais, para absorvermos um segundo elemento e desenvolvermos nosso emocional ou pólo negativo.

Neste estágio dual ou bielemental da evolução, encontramos as nossas amadas mães mistas, tão amorosas quanto as primeiras, mas atentas ao nosso crescimento e ao desenvolvimento de nossas faculdades elementares ou básicas, também conhecidas como “instintos básicos”.

Estas nossas amadas mães são conhecidas como: Yemanjás do ar, da terra, dos minerais, dos vegetais (isto mesmo) e dos cristais. Só não são Yemanjás do fogo, pois estes elementos não combinam com água, que é o elemento original delas. Mas nós as encontramos nas Oxuns do fogo e também nos outros elementos, mas não temos as mães Oxuns vegetais no nosso segundo estágio da evolução porque o elemento puro mineral e o vegetal não se combinam. Elas só surgirão em nossas vidas no nosso quarto estágio da evolução ou evolução natural, pois aí o mineral, o vegetal, a água, o ar e o fogo formarão um composto energético já assimilável pelos seres, muito mais desenvolvidos em todos os sentidos.

E assim, em nosso segundo estágio da evolução fomos amparados e instruídos por nossas amadas mães mistas ou bielementais, que também são amadas, veneradas e respeitadíssimas por todos os orixás.

Depois de desenvolvermos nossos instintos básicos e nosso emocional, somos conduzidos ao nosso terceiro estagio da evolução, também conhecido como estágio encantado da evolução dos seres. E quem nos acolheu no aconchego de seus amores maternos foram as nossas amadas e severas mães encantadas.

São severas porque sabem que os seres ainda guiados pelos instintos são semelhantes aos adolescentes do plano material: são emocionais, instintivos, curiosos, inquiridores, um tanto cabeças-duras e impetuosos!

Ou encontram nas mães encantadas as mestras rigorosas, ou com toda certeza acabarão se confundindo e trocando os pés pelas mãos, paralisando suas evoluções.

As nossas mães encantadas não são menos amorosas que as duas categorias anteriores, mas exigem uma obediência total, senão nos dão umas “palmadinhas” para nos recolocar na senda evolutiva.

Elas já são irradiadoras de, no mínimo, três elementos que formam uma quarta energia, que desperta os sentidos e a sensibilidade nos seres encantados. São tantas as mães encantadas que é impossível quantificar seu número. E todas são rigorosas, não importando de qual elemento original elas provenham.

Elas são mães e mestras e tanto nos amam quanto nos instruem. E não nos liberam para o quarto estágio da evolução enquanto não tiverem plena certeza de que estamos aptos a vivenciá-lo. E mesmo depois de nos entregar aos cuidados de nossas mães naturais, continuam a vigiar-nos... e a aplicar corretivos se nos desviamos na nossa conduta pessoal ou do caminho que devemos trilhar.

De vez em quando, tem algum ser natural sendo chamado à razão por alguma delas. E até nós, os espíritos reintegrados às hierarquias naturais, às vezes somos advertidos quanto ao nosso liberalismo humano.

Isto de alguns filhos de Santo dizerem que as mães encantadas são intolerantes com suas falhas individuais e que os punem com severidade, bem... é verdade!

Com elas não  tem a desculpa de que depois se conserta o que estragou ou depois se repara um erro. Ou conserta e repara no ato ou... é posto de castigo e ajoelhado em cima de grãos de milho, certo? 

Estas mães encantadas são sensíveis aos seus filhos e fazem de tudo para desenvolver neles os sentidos que os guiarão pelo resto da vida, deixando de guiarem-se pelos instintos básicos.

Muitos encontram certa dificuldade em deixar de se guiar pelos instintos e acabam sendo recolhidos a faixas vibratórias especificas, onde esgotarão seus emocionais negativados, pois só depois disso desenvolverão a percepção e os sentidos se abrirão como canais mentais direcionadores de suas ações. Só quando desenvolverem plenamente seus sentidos e a percepção, que é o recurso básico usado por seus filhos, é que as mães encantadas os encaminham às mães naturais, que os receberão e os sustentarão no quarto estagio da evolução que chamamos de estágio “natural” da evolução.

As mães naturais, ao contrário das mães encantadas, são mais liberais, ainda que mantenham o mesmo rigor e severidade.

Mas elas dão uma certa liberdade de ação aos seus filhos para que eles possam desenvolver a consciência. Esse despertar da consciência implica assumir compromissos e sustentar iniciativas guiadas pelos sentidos e pela consciência.

O mesmo acontece conosco, que viemos do terceiro estágio da evolução, quando também éramos seres encantados guiados pelos sentidos e pela percepção.

Paralelismo vibratório é um recurso maravilhoso de Deus, pois quando um ser não está evoluindo sob a regência de uma mãe natural, então ela o encaminha a outra faixa vibratória, onde outro elemento básico predomina. E nela o ser passará por uma acentuada aceleração ou desaceleração em sua vibração individual, sempre visando o melhor para ele, que tem de se conscientizar e assumir “conscientemente” a condução de sua vida, suas iniciativas e suas preferências pessoais.

A quarta faixa vibratória de todas as dimensões naturais, onde não acontece o ciclo encarnacionista, está, vibratoriamente, no mesmo nível terra da faixa humana onde os espíritos encarnados vivem e evoluem.

Nós somos espíritos porque, quando desenvolvemos nosso corpo percepcional e passamos a nos guiar pelos sentidos, fomos espiritualizados ou revestidos de um plasma cristalino que protege nosso corpo energético para que suportemos as irradiações energéticas que penetram na dimensão humana e a inundam dos mais variados tipos de energias.

Não nos perguntem porque Deus criou a dimensão humana, pois esta resposta só Ele pode dar. Mas nós raciocinamos e muitas hipóteses já foram aventadas. A que parece ser a mais lógica é a que indica que o espírito desenvolve, junto com o despertar da consciência, a criatividade. Se bem que, como aqui na dimensão humana tudo se desenvolve em dois sentidos, também desenvolvemos a ilusão.

E, enquanto a criatividade humana nos proporciona recursos adicionais à nossa evolução, a ilusão nos induz ao emocionalismo, ao retorno aos instintos básicos, à paralisação dos nossos sentidos e do nosso percepcional, à inconsciência e a quedas vibratórias acentuadas que nos afastam do convívio dos espíritos que nos são afins.

Os nossos irmãos naturais desenvolvem a consciência e apuram ainda mais seus percepcionais, enquanto nós aperfeiçoamos nossa consciência e apuramos nosso raciocínio, pois a criatividade precisa de uma apuradíssima capacidade de raciocinar a partir de conceitos abstratos para que cheguemos às definições corretas que possibilitam a criação “concreta” de novos recursos que facilitarão nossa evolução.

Esta hipótese se mostra a mais lógica porque nós conhecemos as dimensões naturais e nelas não existe a criatividade humana, que transforma o meio onde vivemos, altera os nossos costumes, nossas culturas, nossos ideais... e até criamos religiões. Nas dimensões naturais não existem os nossos tão abstratos conceitos religiosos e nossas mirabolantes concepções sobre Deus. 

O sentido da Fé vai conduzindo todos ao mesmo tempo, pois as vibrações dos orixás irradiadores de religiosidade são absorvidas por todos ao mesmo tempo. E quando um ser natural desenvolve o sentido da Fé até seu limite, assim como adquire a plena consciência, então se torna um irradiador natural da fé, semelhante ao seu orixá regente, que o amparou o tempo todo com suas intensas vibrações despertadoras dos sentimentos de amor, respeito e reverência para com o Divino Criador, e para com todas as criaturas, os seres e toda a criação divina.

Este processo evolutivo é contínuo e o chamamos de evolução natural. Porque o ser não tem sua memória adormecida em momento algum, desde que saiu do útero divino que o gerou. Ele não teve de reencarnar seguidas vezes e não se esqueceu de nenhuma de suas vivenciaçoes, ocorridas nos três estágios anteriores da sua evolução.

E, se são semelhantes a nós já que o único diferenciador é o plasma cristalino que envolve nosso corpo energético, no entanto algo os distingue de nós, pois aos nossos olhos humanos eles são todos “iguais”.

Eles não reencarnam e não são diferenciados pelo corpo carnal, como acontece conosco, os seres espiritualizados.

Sim, porque se nascermos chineses, nossos espíritos mostrarão os traços característicos desta raça. E se nascermos negros ou louros, o mesmo acontecerá, ainda que essa membrana plasmática cristalina possa ser alterada mentalmente por nós, que assumiremos a aparência que desejarmos se dominarmos esse processo de alteração de nosso corpo plasmático.

Os seres naturais não alteram suas aparências porque lhes falta este revestimento plasmático, e nem lhes ocorre assumirem outras aparências, pois consideram isto um recurso típico dos seres espiritualizados, que recorrem às aparências porque procuram iludir-se, já que estão aparentando alguém que não foram ou são, ou já foram e não são mais.

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