E
as aparências plasmadas não resistem à penetrante visão deles, que nos vêem
através de nossos corpos energéticos, nunca através do nosso corpo plasmático.
A eles falta a criatividade e a ilusão, que são faculdades tipicamente humanas,
já que só se desenvolvem no estagio humano da evolução.
No
aspecto religioso, eles nominam Deus de Divino Criador e Senhor da Luz da Vida,
e quando O invocam, fazem-no através de cantos mantrânicos, nunca num diálogo
coloquial como nós fazemos.
Nós
chamamos aos orixás por seus nomes humanos, tais como Ogum, Oxossi, Xangô,
Yemanjá, etc. Mas eles só se dirigem a eles através de seus nomes mantrânicos
ou divinos, que é a mesma coisa.
Estes
nomes são formados por sílabas e cada uma possui seu tom e sua fonética
particular, formando um canto ou mantra.
Eles
não procedem como nós, que a todo instante exclamamos: “Valei-me Deus!”,
“Ajude-me, meu Pai Ogum!”, etc.
Muito
antes de o código hebreu proibir o chamamento em vão do nome de Deus, os nossos
irmãos naturais já tinham isto como regra de conduta. E a aplicam aos sagrados
orixás, aos quais podem ver o tempo todo, estejam próximos ou distantes deles,
bastando-lhes fixar suas visões no orixá que desejam focalizar visualmente.
Logo,
não existe uma separação visual entre os nossos irmãos naturais e os seus
regentes divinos, mesmo que estejam em outra dimensão.
Já
o mesmo não ocorre conosco, os espíritos, pois a encarnação bloqueia nossa
visão superior e o adormecimento de nossa memória nos impede de nos lembrarmos
das divindades naturais e de como focalizá-las visualmente e mentalizá-las
vibratoriamente.
Por
isto a realidade religiosa dos seres naturais é superior à nossa e dispensa as
nossas concepções abstratas acerca de Deus, das divindades e de como atuam em
nossas vidas.
Conosco,
a religiosidade tem de ser estimulada verbalmente, senão nosso sentido da fé
vai se atrofiando. Já com eles, que absorvem as irradiações contínuas dos
orixás irradiadores da fé e da religiosidade, isto não acontece em momento
algum.
Mas
têm um problema comum conosco: às vezes caem vibratoriamente quando se entregam
à vivenciação de seus desejos, de seus instintos e de seus desequilíbrios
emocionais. E não são pequenas essas quedas vibratórias. Quando caem
vibratoriamente, afastam-se naturalmente do regente do nível onde se encontram
e vão “descendo” a outros níveis, numa queda contínua que só termina quando
chegam ao pólo magnético negativo da irradiação que os está sustentando.
Se
um natural de Ogum começa a cair vibratoriamente por causa de uma das razões
que citamos acima, dificilmente deixa de cair até o pólo magnético negativo da
linha de forças irradiantes do mistério da Lei Divina.
E
se, quando vivia sob a irradiação do pólo magnético positivo era irradiante e
irradiador de vibrações ordenadoras e sustentadoras da ordem, no pólo magnético
negativo torna-se absorvedor de energias negativas e assume uma única cor,
comum a todos os que estão sob a irradiação de um pólo magnético negativo.
Quando
isto acontece, nós chamamos estes seres de seres negativados, pois são
intolerantes, irascíveis, violentos, perigosos, ensimesmados e refratários a
qualquer contato.
Eles
se isolam em si mesmos e se autopunem por terem falhado em alguns dos setes
sentidos básicos. Sentem-se indignos dos regentes irradiantes e fogem deles
assim que percebem suas aproximações. Muitos adentram nos níveis vibratórios
afins da dimensão humana, no intuito de ocultarem-se da visão e da luz dos
orixás.
Mas,
por serem portadores de uma inocência natural, são presas fáceis dos
“poderosos” espíritos caídos nas trevas humanas, que possuem seus sombrios
domínios abarrotados de espíritos caídos, também por vivenciarem seus desejos,
por desequilíbrios emocionais e por seus instintos básicos.
Estes
poderosos espíritos caídos, os temidos “grandes das Trevas”, recorrem aos seus
poderes mentais e suas faculdades ilusionistas e praticamente escravizam estes
seres naturais, hipnotizando-os e livrando-os de suas culpas conscienciais,
adormecendo no intimo deles os sentimentos de vergonha e o desejo de se
autoflagelarem.
Os
grandes das Trevas acercam-se desses naturais caídos porque estes são leais,
fieis, obedientes e submissos ao extremo. Além de serem irradiadores de
energias negativas muito perigosas para os espíritos humanos, que somos nós.
Os
grandes magos negros das trevas humanas os usam assiduamente para perseguirem
seus desafetos encarnados ou retidos nos sombrios níveis vibratórios das faixas
negativas da dimensão espiritual humana.
Na
inocência natural deles está sua fraqueza, pois são iludidos com facilidade e
lhes falta o recurso da criatividade humana para pensarem numa saída racional
para o problema que criaram para si mesmos.
Os
magos das trevas os induzem a crerem que os orixás luminosos não gostam mais
deles e que os querem longe de seus domínios naturais, despertando neles uma
ojeriza à luz e a todos que vivam nas faixas vibratórias luminosas.
O
fato é que, quando alguém, seja um ser natural ou um espírito humano, é
portador natural de um mistério, os seres elementares, os encantados e os
naturais vêem o grau e o mistério no seu portador e o tratam com respeito e
reverência e aproxima-se dele para absorverem as suas irradiações naturais, que
contêm as vibrações divinas do mistério que se manifesta através dele e flui
junto com suas irradiações.
Se
assim procedem é porque, passando a absorver as irradiações do mistério,
chegará um tempo em que também eles se tornarão irradiadores do mistério que os
irradiou e sustentou.
Se
existem mistérios humanos?
-
Sim, existem os mistérios humanos, irmãos amados!
Nossa
criatividade é um deles e tem nos ajudado a superar obstáculos gigantescos em
nossa evolução segmentada, pois ora estamos vivendo no plano material, ora no
plano espiritual.
Um
outro mistério humano é a faculdade de desenvolvermos mais de um mistério
natural em nós mesmos. Sim, os seres naturais e os encantados só irradiam a
partir de si mesmos um mistério, seja ele de natureza positiva ou negativa.
Mas
nós, espíritos humanos, podemos irradiar quantos desejarmos e formos capazes de
desenvolver em nosso íntimo, até um ponto em que passamos a irradiá-los
naturalmente, desde que nos coloquemos em sintonia vibratória com as divindades
irradiadoras deles.
Querem
um exemplo simples acerca do que estamos comentando? Ei-lo:
Um
médium de Umbanda “lida” com vários orixás ao mesmo tempo durante seus
trabalhos magísticos. Num instante ele ativa o mistério de um para, no instante
seguinte, ativar o de outro, já afim com sua nova necessidade. Durante o decorrer
de uma engira, vários orixás são invocados e os médiuns vão assimilando suas
irradiações, tornando-se irradiadores das energias deles.
E
se invocam Exu, no mesmo instante Exu se manifesta e os médiuns passam a
irradiar suas energias. Essa capacidade humana de lidar com mistérios distintos
e ao mesmo tempo só nós, os seres espiritualizados, possuímos, já que os seres
encantados ou naturais de Ogum, por exemplo, só irradiam qualidades de Ogum, e
o tempo todo.
Um
encantado ou natural de Oxóssi só irradia qualidades de Oxóssi, o tempo todo.
Uma encantada ou natural de Yemanjá só irradia qualidades de Yemanjá, o tempo
todo. Uma encantada ou natural de Oxum só irradia qualidades de Oxum, o tempo
todo.
Por
qualidades entendam mistérios e energias!
Já
nós, os espíritos humanos, bem, ora estamos irradiando Ogum, ou Oxóssi ou
Xangô, ora estamos irradiando Yemanjá, Oxum, Iansã, etc.
Por
que esta diferente capacitação? O que é que nos faculta irradiarmos ora um e
ora outro orixá? O que é que nos diferencia de nossos irmãos encantados ou
naturais, que só conseguem irradiar um orixá apenas?
Bom,
esta diferenciação acontece porque um encantado ou natural de Ogum é o que é:
Um Ogum individualizado em si mesmo mas regido o tempo todo pelo mistério Ogum,
do qual não consegue se afastar, desligar ou deixar de irradiar o tempo todo.
Um
ser natural Ogum é um Ogum em si mesmo e irradia Ogum o tempo todo, nunca se
dissociando de seu regente divino. E o mesmo acontece com todos os seres
elementais, encantados e naturais regidos pelos outros orixás.
Já
o mesmo não acontece com um espírito ou ser humano, pois o simples fato de
viver e evoluir na dimensão humana já lhe faculta a possibilidade única de
desenvolver a bipolaridade magnética, vibratória e irradiadora ou absorvedora
de mistérios.
Um
espírito humano tem uma direita e uma esquerda, um alto e um embaixo, aos quais
manipula segundo suas afinidades ou necessidades.
Um
espírito pode ter no alto o orixá Oxalá, no embaixo o orixá Omulú, na direita a
orixá Yemanjá e na esquerda a orixá Iansã, e pode absorver as irradiações dos
quatro, que não deixará de ser o que é: um espírito humano!
Já
um nosso irmão encantado ou natural, bom, ele só absorve as irradiações de um
desses quatro orixás ou entra em desequilíbrio magnético, vibratório e
energético e fica confuso e desequilibrado emocionalmente. E cai! Istoé um dos
muitos mistérios humanos, filhos de Fé nos orixás!
O
estágio humano da evolução não é superior a nenhum outro. Mas que possui seus
mistérios, isto ele possui! E quando um espírito humano desenvolve-se
consciencialmente e adquire controle sobre seu emocional, logo é atraído pelas
hierarquias naturais regidas pelos orixás que o assentam à direita ou à
esquerda e o tornam irradiador de suas energias e mistérios.
Eu
mesmo, Benedito de Aruanda, acho que já me assentei à direita ou à esquerda de
todos os senhores(as) Orixás Intermediários naturais e junto de muitos dos
senhores(as) Orixás Intermediários encantados, assim como já fui assentado à
direita de alguns(as) Orixás Elementais.
A
todos sirvo com fé, amor e profundo respeito, pois entendi que eles formam a
imutável e inquebrável hierarquia divina do Divino Olorum, que é o nosso Divino
Criador.
Este
servir é irradiar individualmente, e segundo minha limitada capacidade, alguns
dos mistérios que eles irradiam a todos, o tempo todo e de forma
multidimensional, pois cada um possui uma irradiação vertical e outra
horizontal, formando a quadratura do círculo onde estão assentados, pois são
“Tronos Divinos”.
Eu,
se vos falo dos senhores orixás com tanta naturalidade e conhecimento, é porque
dentro dos meus limites humanos e deles recebi a orientação de ensina-los aos
seus filhos que foram espiritualizados, mas continuam a ser o que nunca
deixarão de ser: filhos de orixás.
Sim,
todos são filhos de orixás, mas só os que desenvolvem os mistérios humanos (os
seres espiritualizados) conseguem faze-lo sem grandes dificuldades. Se bem que
“alguns” acabam estacionando por muito tempo nas zonas sombrias da dimensão
espiritual humana.
Mas
isto também acontece nas dimensões naturais regidas pelos orixás, ainda que não
chamem o lado escuro delas de inferno ou umbral, pois lá o nome destas zonas
sóbrias é este: pólos negativos!
Sim,
os orixás regentes dos pólos negativos sustentam os seres encantados ou
naturais que, por alguma razão, falharam em suas evoluções e tiveram de ser
afastados do convívio com os que evoluíam equilibradamente. Eles estacionam nos
níveis vibratórios negativos até que possam retomar, já equilibrados, suas evoluções
naturais, pois eles não reencarnam e não tem suas memórias adormecidas, como
acontece conosco sempre que reencarnamos para superar obstáculos que nos
desequilibraram intensamente. Eles não saem da irradiação do seu regente
natural. Assim, um encantado de Ogum, se vier a se desequilibrar durante seu
estágio encantado da evolução, não sairá da dimensão regida pelo Orixá Ogum.
Apenas será atraído pelo pólo magnético negativo que nela existe e, amparado
por um orixá Ogum cósmico, mas de nível intermediário, nele estacionará até que
tenha superado o desequilíbrio que o negativou magneticamente. É um processo
seguro, mas lento, de reequilibrá-lo emocionalmente.
Já
o mesmo não acontece nas zonas sombrias da dimensão humana. Nelas sempre tem um
“espertinho” para recepcionar os espíritos negativados que sempre está pronto e
disposto a aproveitar-se deles que, se já estão desequilibrados, muito pior
ficarão após suas quedas vertiginosas.
As
zonas sombrias humanas são como as prisões do plano material: alguém atropela
alguém com seu veículo. Se for condenado à prisão, vai conviver com
assaltantes, estupradores, assassinos frios e calculistas. Quando sair da
prisão, terá feito um estagio completo no mundo da criminalidade, e com certeza
recorrerá aos seus novos “conhecimentos” assim que se ver em dificuldades.
Já
o mesmo não acontece nas dimensões naturais. Nelas não se misturam, de forma
alguma, seres com desequilíbrios diferentes. Quem se desequilibrou num sentido
não entra em contato com quem se desequilibrou em outro.
Se
um encantado viciou-se nas coisas do sexo, ele irá a um pólo magnético que só
atrai encantados desequilibrados por vícios sexuais. Se um encantado tornou-se
violento e gosta de agredir outros encantados, imediatamente é atraído para um
pólo magnético que só atrai encantados violentos e agressivos... que o
agredirão.
A
frase: “Os semelhantes se atraem!” se aplica com toda propriedade às dimensões
naturais e parcialmente à dimensão humana, já que aqui outros fatores
ponderáveis influenciam as atrações.
Aqui,
um assassino frio sente-se atraído sexualmente por uma mulher virtuosa,
principalmente se ela for bonita, e não se incomoda de matar por ela, ou até de
matá-la, se não for correspondido ou se ela não se submeter aos seus desejos
imundos. Já nas dimensões naturais, se algum encantado desequilibrou-se e
tornou-se violento, ele não sentirá atração sexual por ninguém, mesmo pela mais
bela e atraente das encantadas.
O
desequilíbrio não se generaliza ou alcança outros sentidos e, muito ao contrário,
até os anula, pois o ser passa a viver intensamente o seu desequilíbrio e
fecha-se em si mesmo, não suportando o contato com outros encantados.
É
quase que um “autismo”, onde cada um vive seu mundo pessoal e só sai dele em
casos extremos.. ou após esgotar seu negativismo energético e as causas do
desequilíbrio emocional que o tornou magneticamente atrativo pelos pólos
negativos da dimensão onde vive e evolui.
(texto extraído do livro: “O Código de Umbanda” – obra
inspirada pelos mestres de luz Sr. Ogum Beira Mar, Pai Benedito de Aruanda,
Li-Mahi-An-Seri yê, Seiman Hamiser yê e Mestre Anaanda e psicografada por
Rubens Saraceni).
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