Um dia,
quando entrei nesta casa, há algum tempo, tive a impressão que penetrava num
núcleo de luz. E não errei. Aqui edifiquei os meus conhecimentos espíritas e
posterguei com isso algumas armadilhas que haviam sido preparadas por mim.
Agora,
com outros olhos, imagino o que dizer nestas linhas. Fiz pouco. Talvez seja
esse o depoimento que posso deixar neste momento.
A Casa de
Djalma, como é carinhosamente chamada pelos seus membros e visitantes, abriga
um conjunto de vontades do plano espiritual. Não que seja uma casa melhor do
que outras, mas, sob a égide de seu patrono, buscamos aqui concentrar um foco
de irradiações de luz para o movimento espírita do Estado.
Fiz
pouco, repito. Do lado de cá, vislumbro o quão somos pequenos durante a
encarnação no afã de preservar interesses e conveniências. Fiz pouco, repito.
Porque os meus interesses, muitas vezes, ligavam-se aos interesses menores de
grupos minoritários que insistiam em irradiar as luzes do Espiritismo
exclusivamente. Fizemos pouco, muito pouco. Caímos em erros desnecessários
quando bebíamos do sorvedouro de conhecimentos que não podem ser desperdiçados.
Peço
vênia, neste instante, para dizer que o nosso compromisso se redobra do lado de
cá. Incautos somos todos nós quando bebemos a luz e ela não conseguimos saciar
a nossa sede d' alma.
Fizemos
pouco e estamos aqui para dizer em alto e bom som para que outros irmãos,
alguns contemporâneos meus inclusive, não voltem a repetir o que fiz.
O tempo
de amor que se proclama não deve ser unicamente da boca para fora. Deve ser
muito mais do que isso, irmãos de crença. A verdade inexorável de nossas vidas
é o amor e não há outro caminho. Quando será que entenderemos isso, finalmente?
Isto é
inadiável. Quero levantar a voz para alertar quantos “egoísmos” e “orgulhos”
predominam ainda na nossa seara.
Despertem,
irmãos, para estes novos tempos que chegam. Digam aos seus pares na Casa
Espírita que uma nova era bate às portas e que não devemos ficar fora dela.
Incluam em suas reflexões doutrinárias como a Casa pode construir o amor
coletivamente entre seus membros.
Somos
todos convocados a participar desta nova era. Abram os olhos da alma para o
novo entendimento das coisas do Espírito.
Clamem
aos quatro cantos onde forem. Falem para os amigos. Debatam com os irmãos do
caminho. Criem grupos de reflexões. Ganhem com o jogo combativo do debate
alteritário. Busquem fazer a sua parte, irmãos. Este novo tempo já começou e
você o que está fazendo ou fará?
Abram os
olhos para os novos tempos. Tempos de união. Tempos de amor. Somos todos
convidados e não podemos deixar passar esta oportunidade única para as nossas
vidas.
Somos
trabalhadores da última hora. Somos trabalhadores do agora. Eis o convite
inadiável. Eis a chance que tanto pedimos para redimir os nossos “pecados” de
ontem.
Lírio Ferreira
Texto recebido por Carlos Pereira durante o lançamento
do Movimento Atitude de Amor, em 24 de julho de 2004, no GE Djalma Farias.
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