domingo, 13 de maio de 2012

Homenagem aos Pretos-velhos da Umbanda - 13/05/12


Espíritos da Umbanda: Eis um tema que testa assiduamente nossa capacidade de amar os diferentes e suas diferenças!
Quando psicografava o livro “Lírios de Esperança”, da autora espiritual Ermance Dufaux, fui levado a conhecer mais de perto, durante o sono físico, o Hospital Esperança. Para quem não sabe, o Hospital é uma obra de amor erguida por Eurípedes Barsanulfo no mundo astral para abrigar cristãos que desencarnam em condições de conflito consciencial.
Lá se encontram adeptos de vários segmentos cristãos: espíritas, católicos, evangélicos, umbandistas e outros mais.
Uma de minhas surpresas, nessas visitas, foi me deparar com uma capela católica onde várias pessoas oravam com fervor. Diante de minha intriga, para ainda mais ampliar meu aprendizado, fui levado por dona Modesta em uma Tenda de Umbanda no Hospital Esperança.
Naquele momento, como acontece naturalmente, fui testado em meu preconceito e dificuldade de compreender a razão dessas instituições em um Hospital dirigido por espíritas e fundado por Eurípedes no mundo espiritual.
É o preconceito tóxico! A nossa incapacidade de entender o que existe além da matéria, além dos nossos limites de absorver a realidade. A primeira sensação foi de mistura, falta de identidade filosófica. Meu ranço religioso falou alto.
O tempo passou e fui cada vez mais sendo convidado a conviver com os espíritos dos mais variados gêneros religiosos, com os quais tenho aprendido lições de amor incomparáveis. Ermance Dufaux, por exemplo, tem laços intensos com espíritos muçulmanos e ela própria, que teve várias vivências célticas, conhece profundamente o histórico de seitas nórdicas e de alquimia profunda.
Contei tudo isso acima para chegar até aqui: de uns tempos para cá, embora esse acontecimento seja bem antigo, os espíritos mais conectados com a visão umbandista aproximam-se cada vez mais de nossos núcleos espíritas.

O próprio Pai João de Angola que me orienta agora se propôs a responder abertamente perguntas no FACEBOOK (clique aqui)
Quando vejo as discussões nem sempre fraternas entre amigos de Espiritismo sobre este assunto, penso muito no que aconteceu comigo para mudar meu ponto de vista e consolidar uma visão mais larga do assunto. E depois de tanto pensar, cheguei a uma conclusão. O que tem faltado em nossas vivências doutrinárias é o que dona Ivone Pereira do Amaral me disse certa feita, é “ESPIRITISMO COM ESPÍRITOS”, uma vivência mediúnica livre, investigativa, dialogal, assim como fazia Kardec com os Espíritos.
A ortodoxia mental entravou a pesquisa, a liberdade e o desenvolvimento dos médiuns a título de segurança e fidelidade doutrinária. O resultado disso está ai: mediunidades reprimidas e um preconceito absurdo sobre a experimentação mediúnica. Um “Espiritismo” sem espíritos e com muita intelectualidade e elitismo. Os padrões de pureza expulsaram dos centros espíritas a grandeza dos pretos velhos dos caboclos, dos exus, dos guardas, dos magos negros que auxiliam no bem, enfim, de todo tipo de espírito que trabalha para o amor e iluminação da sociedade humanada em ambos os planos de vida.
Hoje, quando um médium vê um quiúmba (marginais do astral), um egum (desencarnado desorientado), uma salamandra (elementais) e outros espíritos de diversos gêneros, são todos tratados com único rótulo: obsessor. Raramente há uma abertura para espíritos de diferentes credos ou características nas nossas mediúnicas e muito menos para aqueles que são estranhos às informações que já nos passaram os livros mediúnicos.
A mediunidade livre e responsável me deu por antecipação uma visão de como são as coisas nesse sentido no mundo espiritual. Enquanto aqui, mesmo entre nós espíritas, existe uma enorme dificuldade de compreensão no assunto por conta dessa falta de vivência mediúnica experimental, vai só aumentando a antifraternidade.
Eu quero nesse dia 13 de maio homenagear, portanto, os carinhosos pretos velhos, almas queridas e humildes que tanto tem me ensinado. Com uma inteligência ímpar, conseguem transmitir as ideias mais profundas com uma simplicidade incomparável.
Homenageio vocês meus véios com todo o meu amor pelo que tem me ensinado. Pela grandeza de suas almas que tanto tem feito por mim e por multidões de pessoas. E quero lhes dar meu testemunho de plena e irrestrita abertura à presença mediúnica de vocês em minha vida.
Enquanto os homens discutem de que cor são as asas dos anjos, congestionado de filosofia e discussões estéreis, eu quero ser um aluno de vocês aprendendo a enxugar as lágrimas daqueles que estão aqui ao meu lado na Terra onde habitam gente comum e sofrida, gente como nós.
Enquanto muitos fecham as portas mediúnicas para vocês, eu quero lhes oferecer toda abertura possível para que possam tornar o nosso mundo melhor um pouco.
Salve os pretos velhos!
Adorei as almas!

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